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Acordo Naval Anglo-Germânico

Informe sobre o acordo, publicado em 1937 na Alemanha

O Acordo Naval Anglo-Germânico de 1935 foi um acordo naval estabelecido entre o Reino Unido e a Alemanha que regulamentava a dimensão da Kriegsmarine em relação à Marinha Real Britânica. O Acordo Naval Anglo-Germânico fixou uma relação em que a tonelagem total da Kriegsmarine seria 35% da tonelagem total da Marinha Real, com caráter permanente.[1] Foi registado na Série de Tratados da Liga das Nações em 12 de julho de 1935.[2] O acordo foi abandonado por Adolf Hitler em 28 de abril de 1939. O Acordo Naval Anglo-Alemão foi uma tentativa ambiciosa por parte de Londres e Berlim de alcançar melhores relações, mas acabou afundando por causa das expectativas conflitantes entre os dois estados. Para os alemães, o acordo naval pretendia marcar o início de uma aliança anglo-germânica contra a França e a União Soviética,[3] enquanto que para os britânicos, o acordo seria o começo de uma uma série de acordos de limitação de armas que foram feitos para limitar o expansionismo alemão. O acordo naval era controverso, tanto na época quanto depois, porque a proporção de 35:100 permitia à Alemanha o direito de construir uma Marinha além dos limites estabelecidos pelo Tratado de Versalhes, e os britânicos tinham feito o acordo sem consultar França ou Itália.

A assinatura foi materializada com uma troca de notas entre Joachim von Ribbentrop, o representante alemão, e Samuel Hoare, secretário do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, em 18 de junho de 1935. Antes do anúncio das negociações, os alemães colocaram várias condições:

  • Os britânicos tiveram que aceitar a cota de 35% da Marinha Alemã em comparação com a Marinha Real Britânica;
  • Os alemães reservavam-se o direito de construir todas as categorias de navios e o orçamento da Marinha alemã não era negociável.

As negociações começaram em Londres em 4 de junho. Se os britânicos não apreciavam que os alemães estabelecessem as suas condições de maneira precária antes da abertura das negociações, acabariam por aceitar as condições mencionadas acima.

As negociações foram suspensas em 6 de junho porque o Reino Unido queria informar os signatários do Tratado Naval de Washington sobre a negociação do acordo. A mudança ministerial de 7 de junho influenciou fortemente essas negociações, num sentido mais conciliatório em relação à Alemanha. Stanley Baldwin substituiu Ramsay MacDonald como primeiro-ministro do Reino Unido e Samuel Hoare sucedeu a John Simon no Foreign Office.

O acordo manteve a taxa de 35% para a marinha alemã em comparação com a marinha inglesa. Essa taxa deveria permanecer constante, qualquer que fosse a evolução do armamento naval para cada categoria de navios. Para submarinos, no entanto, a taxa foi de 45%. A Alemanha só poderia fazer ajustes com o acordo do Reino Unido.

A Marinha Real tinha uma tonelagem de 1 240 000 toneladas, quase em paridade com a Marinha dos Estados Unidos. O Tratado de Versalhes autorizou uma frota de guerra de 144 mil toneladas para a Alemanha, que agora tinha a possibilidade de 420 mil toneladas, quase três vezes mais.

Hitler imediatamente empreendeu um vasto programa de construção naval: 2 couraçados, 2 cruzadores de batalha, 16 destróieres e 28 submarinos.

Referências

  1. Maiolo, Joseph The Royal Navy and Nazi Germany pages 35–36.
  2. League of Nations Treaty Series, vol. 161, pp. 10–20.
  3. Maiolo, Joseph The Royal Navy and Nazi Germany page 37.

Bibliografia

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  • Gilbert, Martin (1966). The Roots of Appeasement. Londres, Reino Unido: Weidenfeld e Nicolson 
  • Haraszti, Eva (1974). Treaty-Breakers or "Realpolitiker"? The Anglo-German Naval Agreement of June 1935. Budapeste, Hungria: Akademiai Kiado 
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