Aramis Millarch (Curitiba, 12 de julho de 1943 - Curitiba, 13 de julho de 1992) foi um reconhecido jornalista e pesquisador paranaense. Também foi um dos mais famosos críticos de música popular do sul do Brasil.[1]
Biografia
Aramis Millarch, que começou a sua carreira em 1962 no jornal O Estado do Paraná,[1] recebeu durante sua trajetória profissional diversos prêmios brasileiros de caráter nacional de jornalismo e participou dos principais festivais, concursos e prêmios onde a arte ou a cultura era objeto de discussão.[2]
Millarch, que possuía um acervo de trinta e dois mil discos e cinco mil livros, ao longo de sua vida escreveu cerca de cinquenta mil artigos para mais de vinte periódicos[3] sob mais de dez pseudônimos até ter o seu exercício de liberdade de imprensa suspenso devido ao AI-5. Durante o governo do Regime Militar também teve cassada a sua liberdade de cátedra e perdeu, sem maior justificativa, a autorização para ministrar aulas no curso de comunicação social da Universidade Federal do Paraná, mesmo tendo sido aprovado em primeiro lugar em concurso público.[2]
Além de sua grande contribuição ao jornalismo, Millarch esteve entre os fundadores da Associação dos Pesquisadores da Música Popular Brasileira e foi o seu primeiro presidente.[2]
Apesar de não viver no caldeirão cultural do Sudeste, levava uma vida agitada, e durante sua vida entrevistou incessantemente personalidades do meio artístico brasileiro.[4]
Em 2006, em um projeto de idealização dos produtores curitibanos Samuel Lago, Rodrigo Barros Homem d'El Rei e Luiz Antonio Ferreira, patrocinado pela Petrobras e viabilizado pela Lei Rouanet, foi iniciada a recuperação e digitalização do acervo completo de entrevistas do jornalista, composto por quatro mil fitas, que somam setecentas e vinte horas de gravação – cerca de uma hora e meia de conversa com cada entrevistado.[3] O projeto demorou três anos para ser finalizado, sendo concluído em 2009.[5] Esse material foi disponibilizado em uma coleção com oito DVDs, e quatrocentos e cinquenta bibliotecas brasileiras receberam uma doação de esse material. As entrevistas foram feitas com quinhentas e setenta e duas personalidades brasileiras, entre elas Gilberto Gil, Cartola, Francis Hime, Nelson Cavaquinho, Elis Regina, Ana Botafogo, Jamil Snege, além de uma rara última entrevista de Maysa, a última registrada antes do acidente automobilístico que mataria a artista, em janeiro de 1977.[3]
Antes do início da realização do projeto, algumas personalidades culturais brasileiras, como Hermínio Bello de Carvalho, já haviam pedido publicamente que o acervo de Millarch fosse tornado público.[6]
Outra parte do acervo, contendo cerca de dois mil envelopes com todo o material de pesquisa sobre música e cinema de Millarch, foi doada ao Museu da Imagem e do Som do Paraná ainda em 2003.[7]
Referências
Ligações externas