Arolde de Oliveira GOMM (São Luiz Gonzaga, 11 de março de 1937 — Rio de Janeiro, 21 de outubro de 2020) foi um capitão do Exército e político brasileiro. Após nove mandatos como deputado federal, em 2018 elegeu-se senador pelo Rio de Janeiro.[2] Foi também fundador do Grupo MK de Comunicação.
Início de vida e educação
Filho mais velho dos seis filhos de Horácio de Oliveira e Margarida Barbosa Gonçalves: Eloiza, Walter, Flávio, Inês e um de seus irmãos que faleceu ainda bebê. A primeira infância, passou no campo com os dois irmãos mais velhos. Como não havia escola por perto, sua mãe foi quem o ensinou a ler. Arolde repassou o aprendizado aos irmãos. Depois de concluir o ensino fundamental, mudou-se para Porto Alegre para concluir o Ensino Médio.[3]
Em Porto Alegre, em 1954, iniciou a carreira militar ao ingressar no curso de preparação de cadetes de Porto Alegre (atual Colégio Militar de Porto Alegre), no qual completou o Ensino Médio em 1956. Ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em Resende, no Rio de Janeiro, no ano seguinte. Após concluir o curso da Arma de Engenharia na AMAN, sendo graduado como aspirante a oficial, em 1960, ingressou no Instituto Militar de Engenharia (IME) para cursar engenharia eletrônica, na cidade do Rio de Janeiro, Distrito Federal na época. No mesmo ano casou-se com Yvelise Assis Vieira de Oliveira e mudou-se para a cidade.[3]
Carreira política
Em 1983 assumiu interinamente o cargo de deputado federal.[4] Em 1986 foi eleito pela primeira vez para a vaga de deputado federal, sendo reeleito nos pleitos seguintes.[5]
Na Assembleia Nacional Constituinte (1987-1988), foi presidente da Subcomissão da Ciência e Tecnologia e da Comunicação.[6] Foi secretário de Transportes da Secretaria Municipal de Transportes do Rio de Janeiro, de outubro de 2002 a outubro de 2008,[7] na gestão do Prefeito César Maia. Foi casado com Yvelise de Oliveira e pai da cantora Marina de Oliveira e do empresário Benoni de Oliveira (falecido em 2010, em um acidente de ultraleve).[8][9]
Em 2003, Arolde foi admitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Ordem do Mérito Militar no grau de Grande-Oficial especial.[1]
Foi eleito deputado federal em 2014, para a 55.ª legislatura (2015-2019), pelo Partido Social Democrático (PSD) com 55 380 votos.[10] Em janeiro de 2015, tomou posse do cargo de secretário do Estado do Rio de Janeiro de trabalho e renda.[11]
Membro da bancada evangélica, defendia ferozmente posições socialmente conservadoras.[12] Era contrário à legalização do aborto, das drogas, dos jogos de azar e ideologia de gênero.[13][14] Como deputado, votou a favor da admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff.[15] Em 2017, mudou de partido, migrando para o Partido Social Cristão (PSC).[15][16] Em agosto do mesmo ano, votou a favor do processo em que se pedia continuidade na investigação das denúncias contra o presidente Michel Temer.[15][17] No mesmo ano, votou de maneira favorável a Reforma trabalhista.[18] No dia 13 de março de 2018, retornou ao PSD.
Nas eleições de 2018, Arolde de Oliveira foi candidato a senador pelo estado do Rio de Janeiro pelo Partido Social Democrático (PSD). No pleito, Arolde obteve 2 382 265 votos (17,06% do total de votos válidos), sendo eleito para o Senado Federal do Brasil.[19][20] Durante a campanha eleitoral, o político contou com o apoio do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que pediu a seus eleitores que votassem em Flávio Bolsonaro e Arolde de Oliveira para senador.[21] Em 1º de fevereiro de 2019, Arolde tomou posse do novo cargo.[5]
Morte
Durante a pandemia de COVID-19, Arolde de Oliveira terminou contraindo a infecção e morreu aos 83 anos, vítima de falência de órgãos em decorrência da COVID-19.[14] [22] [23]
Referências
- ↑ a b BRASIL, Decreto de 25 de março de 2003.
- ↑ «Flávio Bolsonaro e Arolde de Oliveira são eleitos pelo Rio de Janeiro». Senado Federal. Consultado em 30 de maio de 2020
- ↑ a b Nogueira, I. P. (1991). Personalidades Evangélicas do Brasil. [S.l.]: Verbete
- ↑ Câmara dos Deputados. «Arolde de Oliveira». Camara.gov.br. Consultado em 30 de agosto de 2012
- ↑ a b «Saiba quem é Arolde de Oliveira, senador eleito pelo Rio». Estado de Minas. 7 de outubro de 2018. Consultado em 22 de outubro de 2020
- ↑ Lopes, Guilherme Esteves Galvão. «Evangélicos, mídia e poder: análise da atuação parlamentar na Assembleia Nacional Constituinte (1987-1988)». www.bdtd.uerj.br. Consultado em 20 de abril de 2019
- ↑ PSD. «Arolde de Oliveira». Psd.org.br. Consultado em 1 de outubro de 2012
- ↑ «Filho e genro de deputado federal morrem em queda de ultraleve». Extra Online. 6 de fevereiro de 2010. Consultado em 22 de outubro de 2020
- ↑ «Filho e genro de deputado morrem em acidente de ultraleve no Rio». R7.com. 8 de fevereiro de 2010. Consultado em 22 de outubro de 2020
- ↑ «Senador e deputados federais/estaduais eleitos: Apuração e resultado das Eleições 2014 RJ (Fonte: TSE) - UOL Eleições 2014». UOL. Consultado em 22 de outubro de 2020
- ↑ «Pezão anuncia Arolde de Oliveira para a Secretaria de Trabalho do RJ». Rio de Janeiro. G1. 21 de dezembro de 2014. Consultado em 22 de outubro de 2020
- ↑ «Bolsonaro articula 'cinturão evangélico' e quer dobrar bancada religiosa no Senado em 2022». O Globo. 4 de abril de 2021. Consultado em 14 de novembro de 2021
- ↑ «Arolde de Oliveira: 'A Cultura é a porta de entrada para ideologias', diz senador». O Globo. 8 de dezembro de 2019. Consultado em 14 de novembro de 2021
- ↑ a b «Senador Arolde de Oliveira morre no Rio, aos 83 anos». G1. Consultado em 22 de outubro de 2020
- ↑ a b c G1 (2 de agosto de 2017). «Veja como deputados votaram no impeachment de Dilma, na PEC 241, na reforma trabalhista e na denúncia contra Temer». Consultado em 11 de outubro de 2017
- ↑ Redação (27 de abril de 2017). «Reforma trabalhista: como votaram os deputados». Consultado em 18 de setembro de 2017
- ↑ Carta Capital (3 de agosto de 2017). «Como votou cada deputado sobre a denúncia contra Temer». Consultado em 18 de setembro de 2017
- ↑ «Saiba como votou cada deputado no texto-base da reforma trabalhista». G1. 26 de abril de 2017. Consultado em 22 de outubro de 2020
- ↑ «Senado Rio de Janeiro: Flávio Bolsonaro (PSL) e Arolde de Oliveira (PSD) são eleitos». Gazeta do Povo. 7 de outubro de 2018. Consultado em 30 de dezembro de 2018
- ↑ «RJ elege Flávio Bolsonaro e Arolde de Oliveira para o Senado». G1. 7 de outubro de 2018. Consultado em 30 de dezembro de 2018
- ↑ Seara, Berenice (24 de julho de 2018). «Arolde de Oliveira levará o segundo voto da família Bolsonaro ao Senado». Extra. Consultado em 30 de dezembro de 2018
- ↑ PODER360 (22 de outubro de 2020). «Vítima da covid-19, senador Arolde de Oliveira minimizou isolamento social». Poder360. Consultado em 3 de junho de 2024
- ↑ «Senador morto por Covid, Arolde de Oliveira defendia uso de cloroquina e era contra o isolamento». G1. 22 de outubro de 2020. Consultado em 3 de junho de 2024
Ligações externas