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Banda Euterpe

Banda Euterpe
Banda Euterpe
Registro da Banda Euterpe de Pirenópolis sob liderança de Silvino Odorico de Siqueira
Informações gerais
Origem Pirenópolis, Goiás
País Brasil
Gênero(s)
Período em atividade 1868- 1935 [1] [2] [3]


A Societá Phil Euterpe Meiapontense também conhecida como Banda de Música Euterpe ou simplesmente Banda Euterpe[1] foi uma conjunto musical brasileiro que existiu na cidade de Pirenópolis, Goiás. Suas atividades começaram em 1868, fundada através do Pe. Francisco Inácio da Luz que posteriormente passou a regência a seu irmão, Antônio da Costa Nascimento,[2] bem como a Orquestra Nascimento, que a acompanhava nas celebrações sacra.

Com sua extinção, todo seu acervo foi adquirido pela Banda Phoenix e seu Coro e Orquestra Nossa Senhora do Rosário rivais e que continuam ainda a existir, sendo criado com esta junção, o mais importante e antigo arquivo musical de Goiás, que contém obras que vão do século XIX até a atualidade.[4][5] Este conjunto de partituras evidencia através dos diversos gêneros musicais os gostos populares de cada período e enaltece a importância e harmonia da preservação do passado no presente. Durante a pandemia do COVID-19 em 2020 e 2021,[6] [7] as tradições locais foram preservadas graças à presença destes conjuntos musicais, que com número reduzido e utilizando os meios de prevenção a COVID, manteve as celebrações e costumes, transmitidas pelas mídias sociais da Paróquia Nossa Senhora do Rosário.[8]

Histórico

Contexto musical em Meia Ponte

Antônio da Costa Nascimento, o Tonico do Padre

A chegada do homem branco através da exploração do ouro na Capitania de Goiás em meados do século XVIII, trouxe juntamente com estes bandeirantes a tradição musical familiar, herdado de geração em geração via herança cultural, que proporcionou a produção musical nos primeiros núcleos de povoamento do Goiás.[9] Neste tempo, a produção artística e cultural em Meia Ponte atual Pirenópolis, bem como nos demais lugarejos do período colonial, foram realizadas em virtudes das celebrações de religiosidade por meio de irmandades, com destaque a Irmandade do Santíssimo, que desempenhou um grande e fundamental papel ao construir os grandes templos no qual se desenvolveria ao seu redor os arraiais, bem como na evangelização.[10][11]

Quanto a formação dos primeiros músicos pirenopolinos, figurou-se entre o século XVIII ao XX diversos personagens como: Pe. José Joaquim Pereira da Veiga (1772-1840), José Inácio de Nascimento (de 1787-1850), Pe. Francisco Inácio da Luz (1821-1879), Pe Manuel Amâncio da Luz (1878), Comendador Joaquim Alves de Oliveira (1770-1851), Antônio da Costa Nascimento “Tonico do Padre” (1837-1903), Silvino Odorico de Siqueira (1856-1935), Antônio de Sá de pseudônimo Gaspar Hauser (1879-1905), Joaquim Propício de Pina (1867-1943), Vasco da Gama de Siqueira (1883-1971).[9]

Já no ensino musical do século XVIII, por volta de 1740, junto aos primeiros portugueses que abitaram o antigo Arraial de Meia Ponte estava Custódio Pereira da Veiga, musicista que viveu até 1778,[9] pai do Pe. José Joaquim Pereira da Veiga que juntamente ao trabalho da família Rodrigues Nascimento, contribuiu de forma significativa para a formação e desenvolvimento da música no arraial, época em que a Irmandade do Santíssimo construiu o coro da Igreja Matriz de Pirenópolis,[2] proporcionando um local para as orquestras sacras.

Enquanto tais orquestras se dedicou ao suporte litúrgico das celebrações, as bandas de músicas se popularizava com a chegada da família imperial no Brasil, onde a maioria destas corporações corporações de música, se empregava com festejos populares e não religiosos. Através do Comendador Joaquim Alves de Oliveira e do Pe. Diogo Antônio Feijó, apareceu em Pirenópolis a primeira banda de música, a Banda da Guarda Nacional, já em em 1830 atuando até 1851, e posteriormente, outras corporações musicais vieram a existiram em Meia Ponte, como a Banda Euterpe em 1868 através do Pe. Francisco Inácio da Luz e Antônio da Costa Nascimento, a Banda do Pe. Simeão ou Banda da Babilônia em 1873 e na qual era maestro José Gomes Gerais além da Banda Phoenix em 23 de julho de 1893, a única ainda existente.[10]

Referências

  1. a b CURADO, João Guilherme da Trindade; LÔBO, Tereza Caroline; LÔBO, Aline Santana (2021). Pirenópolis: paisagens sonoras. [S.l.]: KELPS). Consultado em 6 de setembro de 2022 
  2. a b c PINA, Maria Lúcia Mascarenhas Roriz e (2010). Concerto dos sapos: um patrimônio musical goiano (PDF). [S.l.]: UCG, Dissertação de Mestrado Profissionalizante em Gestão do Patrimônio Cultural, 2005). Consultado em 28 de julho de 2020 
  3. LÔBO, Aline Santana; LÔBO, Tereza Caroline( (2015). A banda de música Phoênix é uma festa. (PDF). [S.l.]: UFG, Anais do V Simpósio de Musicologia - UFG, 2015). Consultado em 6 de setembro de 2022 
  4. LÔBO, Aline Santana; CURADO, João Guilherme; SANTOS, Marcos Vinícius Ribeiro dos; LÔBO, Tereza Caroline (2018). Paisagens sonoras e visuais na Procissão das Dores em Pirenópolis, Goiás. (PDF). [S.l.]: UFG, Anais do VIII Simpósio Internacional de Musicologia - UFG, 2018). Consultado em 19 de dezembro de 2020 
  5. CURADO, João Guilherme da Trindade; SANTOS, Marcos Vinícius Ribeiro dos; PEREIRA, Nikolli Assunção (2020). Coral Nossa Senhora do Rosário, Pirenópolis, Goiás : Breves apontamentos históricos (PDF). [S.l.]: UFG, Caderno de Resumos do X Simpósio Internacional de Musicologia - UFG, 2020). Consultado em 19 de dezembro de 2020 
  6. «Transmissão da Procissão das Dores- Semana Santa 2020». Consultado em 19 de dezembro de 2020 
  7. «Transmissão da Procissão dos Passos - Semana Santa 2020». Consultado em 19 de dezembro de 2020 
  8. a b c NEIVA, Jéssica Rodrigues; CRUVINEL, Flavia Maria (2020). Formação musical nas cidades de Pirenópolis e Corumbá de Goiás. [S.l.]: Associação Brasileira de Educação Musical). Consultado em 2 de setembro de 2022 
  9. a b SILVA, Mônica Martins da (2000). A FESTA DO DIVINO. Romanização, Patrimônio & Tradição em Pirenópolis (1890-1988) (PDF). [S.l.]: UFG, Programa de Mestrado em História das Sociedades Agrárias - UFG, 2000). Consultado em 28 de julho de 2020 
  10. CERIPES, Paulo Henrique Ferreira (2014). Fontes para a história da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos pretos em Pirenópolis (PDF). [S.l.]: UNB, Monografia do Departamento de História do Instituto de Ciências Humanas da UNB, 2014). Consultado em 28 de julho de 2020 

Bibliografia

  • BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Cavalhadas de Pirenópolis. Goiânia, Oriente, 1974. 208p.
  • CAVALCANTE; Silvio. Barro, Madeira e Pedra: Patrimônios de Pirenópolis. IPHAN, 2019. 352. p.: il.
  • CURADO, Glória Grace . Pirenópolis uma cidade para o Turismo. Goiânia: oriente, 1980.
  • CURADO, João Guilherme da Trindade. Lagolândia - paisagens de festa e de fé: uma comunidade percebida pelas festividades. Tese (Doutorado em Geografia), IESA/Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2011.
  • DUARTE, Fernando Lacerda Simões. O feminino e a música católica: entre práticas e representações. In: História e Cultura. Franca/SP. v.7, n 1, p. 50-74. 2018.
  • JAYME, Jarbas. Esboço Histórico de Pirenópolis. Goiânia, Editora UFG, 1971. Vols. I e II. 624p.
  • IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Dossiê da Festa do Divino Espírito Santo, Pirenópolis, GO. Brasília: 2017. 159p.
  • JAYME, Jarbas. JAYME, José Sizenando. Casas de Deus, casas dos mortos. Goiânia: Ed. UCG, 2002.
  • MENDONÇA, Belkiss Spencière Carneiro de. A música em Goiás. 2. ed. Goiânia: Ed. UFG, 1981. 385p.
  • NASCIMENTO, Melkia Samantha Lôbo. Banda Phôenix: arte, música e turismo. Trabalho de Conclusão de Curso. Tecnologia em Gestão de Turismo UEG/Pirenópolis, 2015. 40p.
  • PINA FILHO, Braz Wilson Pompeu de. Memória musical de Goiânia. Goiânia: Kelps, 2002.
  • PINA FILHO, Braz Wilson Pompeu de. Antônio da Costa Nascimento (Tonico do Padre): um músico no sertão brasileiro. In: Revista Goiana de Artes. Goiânia: CEGRAF/UFG, 1986. pp. 1-24.
  • SILVA, Mônica Martins da. A festa do Divino: romanização, patrimônio & tradição em Pirenópolis (1890-1988). Goiânia: AGEPEL, 2001, 229p.
  • UNES, Wolney; CAVALCANTE, Silvio Fênix. Restauro da Igreja Matriz de Pirenópolis. Goiânia: ICBC, 2008. 240. p.: il.
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