A etimologia do nome da antiga unidade administrativa decorre do rio Pará, derivado do tupi "pa'ra" que significa "rio do tamanho do mar" ou "grande rio", devido sua grande extensão parecida ao mar, que corta a região e antigamente acreditava-se um prolongamento direto do rio Amazonas.
Histórico
A Capitania do Grão-Pará, ou apenas Pará, tem sua origem no contexto da conquista do rio das Amazonas e da Amazônia Oriental em 1580, período de conflito com forças estrangeiras que disputavam as drogas do sertão.[1][4][5] Primeiramente a região foi denominada com a terminologia Conquista do Pará, também conhecida como Império das Amazonas.[1][4][5] contendo como "capital" a villa colonial Feliz Lusitânia (em homenagem à Portugal).[6][7] O documento mais antigo que faz menção ao termo capitania, para denominar a região da conquista, é posterior ao ano de 1620. Tendo a legitimação do território como Capitania ocorre em paralelo a criação do Estado do Maranhão, no ano de 1621.[8]
Território indígena pa'ra é transformado no território colonial português Conquista do Pará na Capitania do Maranhão por Alexandre de Moura, iniciando a colonização da Amazônia
Fundação do Forte do Presépio, na baía de Guajará, originando o povoado colonial Feliz Lusitânia (atual Belém, capital do Estado do Pará) na Conquista do Pará, a primeira fortificação deste modelo e mais importante no território amazônico, a fim de se proteger de incursões de Holandeses e Ingleses em busca de especiarias.[11][12]
Conquista foi transformada na então Capitania do Grão-Pará (junto a criação do Estado do Maranhão, com sede em São Luiz)[1][15]
Povoado Feliz Lusitânia foi elevado à categoria de município com denominação de "Santa Maria de Belém do Pará" ou "Nossa Senhora de Belém do Grão Pará"[4][6][16][17]
Criação da Capitania do Rio Negro (atual Estado do Amazonas), com sede estabelecida na vila de Mariuá (atual Barcelos), desmembrada da Capitania do Grão-Pará mas permanece integrada ao Estado do Grão-Pará e Maranhão, que passou a compreender quatro Capitanias: São José do Rio Negro; Grão-Pará; Maranhão, e; Piauí.[23][24]
A fim de centralizar e aumentar o controle, os Estados do Grão-Pará e Rio Negro e do Maranhão e Piauí passam à condição de Capitania e foram unificados ao Estado do Brasil, subordinados ao vice-rei do Brasil, com sede no Rio de Janeiro.[22][25]
Criação de pequenas indústrias: tecidos de algodão, cerâmicas e velas, manufatura de cordoalhas, manteiga de tartaruga e outras agriculturas como: tabaco, milho, mandioca, cacau, arroz, algodão, cana-de-açúcar e a pecuária no vale do rio Branco.[26]
O naturalistaAlexandre Rodrigues Ferreira inicia a sua "Viagem Filosófica pelas Capitanias do Grão-Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá", explorando as regiões do norte e oeste do Brasil.[27]
Ocorre a Independência do Reino do Brasil e as Capitanias são denominadas de Províncias. O Grão-Pará vive período de incerteza, se a Capitania se tornaria um país independente, se uniria ao Brasil ou continuaria com Portugal. Criada a 1ª Junta do Pará Independente.[28] Eclodiram levantes das tropas fiéis a Portugal, conhecidos como "Guerras da Independência", envolveram as Províncias: Pará, Maranhão e Bahia.[29]
Capitania do Grão-Pará se uniu ao Império do Brasil independente, que estivera separado no período colonial, episódio conhecido como "Adesão do Pará" proclamada por D. Romualdo Coelho, assim a Capitania foi incorporada ao Império como a Província do Grão-Pará.[30]
Devido ter pequena população e uma produção medíocre a Província do Rio Negro foi rebaixada administrativamente, sendo nomeada de Comarca do Alto Amazonas e subordinada a Província do Grão-Pará.
Província do Grão-Pará foi extinta e desmembrada em duas unidades, formando as Província do Pará e a Província do Amazonas (elevação da Comarca do Alto Amazonas com sede na cidade de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro, atual Manaus).[32][33][34]
Após a proclamação da República as Províncias passam a ser denominadas de Estados, e a "Província do Pará" mudou para "Estado do Pará" e a Província do Amazonas mudou para "Estado do Amazonas".[36]
Economia volta a aquecer, o crescimento acelera com a exploração de minérios (principalmente na região sudeste do estado), como o ferro na Serra dos Carajás e do ouro na Serra Pelada.[12]
↑ abc«Brasil, Pará, Belém, História». Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2012. Consultado em 8 de março de 2018
↑ ab«O Estado do Pará»(PDF). Itamaraty Ministério das Relações exteriores. Revista Textos do Brasil. Edição 01: 2. 1997. Consultado em 22 de outubro de 2015
↑FERREIRA, A. R. Diário da viagem filosófica pela capitania de São José do Rio Negro com a informação do estado presente. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
CERQUEIRA E SILVA, Ignácio Accioli de. Corografia Paraense ou Descripção Física, Histórica e Política da Províoncia do Gram-Pará. Bahia: Typografia do Diário, 1833.
BOSCHI, Caio C. (org.). Catálogo de Documentos Manuscritos Avulsos da Capitania do Pará existentes no Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa. Belém: SECULT, Arquivo Público do Pará, 2002, 3 vols.