A Cinematográfica Araújo, também conhecia como Cine Araújo, é uma empresa privada, operadora de uma rede brasileira de cinemas, sediada na cidade de Botucatu.[1] Seu parque exibidor é formado por 163 salas de exibição e 31 complexos, média de 5,26 salas por complexo, espalhadas em 29 cidades de dez unidades da federação de quase todas as regiões do país, com exceção da Região Nordeste.[2] Suas 37 976 poltronas perfazem uma média de 232,98 assentos por sala.
Desde 2003 vem disputando com o Grupo Severiano Ribeiro o título de maior exibidor brasileiro de capital exclusivamente nacional, tendo superado em público no ano de 2018, galgando o terceiro lugar no ranking geral, conforme dados do Observatório do Cinema e do Audiovisual (OCA) da ANCINE.[3]
História
Foi fundada em 1926 pelo exibidor Azor de Araújo[4] e está sediada na cidade de Botucatu, interior de São Paulo. Inicialmente chamava-se Empresa exibidora Araújo Passos. Na década de 70 chegou a deter 220 salas em diversas cidades do país,[5] sendo que em 1998 houve uma divisão que originou as empresas Cinematográfica Passos, conhecida pelo nome de Moviecom[6] e a Cinematográfica Araújo, mais conhecida como Cine Araújo.[7]
A partir de 1998, a empresa iniciou um amplo processo de modernização e ampliação da rede, tendo sido inaugurados 23 complexos e 63 salas num período de cinco anos. Inspirado em Lee Roy Mitchell, fundador da Cinemark, o presidente da Cinematográfica Araújo, Marcos Araújo, principiou um périplo pelas cidades do interior do país, em especial aquelas localizadas no centro-sul, como Londrina, Maringá, Bauru, São José do Rio Preto e Sorocaba, a fim de avaliar a possibilidade de negócios.[5] Além disso, estudou o mercado americano e procurou implantar nos novos complexos as novidades do setor, como o sistema multiplex e salas confortáveis a preços populares.[5]
Em novembro de 2007 inovou ao abrir as primeiras salas VIPs do país, localizadas no Riopreto Shopping Center.[8] Quando da inauguração destas salas, foi exibido o filme Edith Piaf – Um Hino ao Amor. Àquela época, já contava com 81 salas de cinema, localizadas em 19 cidades. Em setembro de 2013, inaugurou no Shopping Cidade Sorocaba a maior tela de exibição em 3D do Brasil, com 299m2.[9]
Rankings e Market Share
De acordo com o site especializado em cinema FilmeB, o Cine Araújo ocupou o sexto lugar nos anos de 2004 e 2005,[4] entre as maiores empresas exibidoras brasileiras, por número de salas. No primeiro trimestre de 2015, a empresa alcançou o quarto, de acordo com a ANCINE.[10] Dentre os destaques da rede, está a primeira sala com exibição 3D no interior de São Paulo[11] e as maiores telas de cinema do país, superando as dimensões tecnologia IMAX, denominadas Max Screen.[12]
Com relação à digitalização (processo de substituição dos projetores de película 35mm por equipamentos digitais), a empresa atingiu 100% de suas salas, conforme informe de acompanhamento de mercado da Agência Nacional de Cinema - ANCINE.[10][13] Para viabilizar sua modernização, firmou contrato com a empresa Quanta DGT/AAM, responsável pela integração digital entre distribuidores e exibidores da maioria dos cinemas do país.[14]
A empresa encerrou o ano de 2015 ocupando o quarto lugar entre os maiores exibidores do país por número de salas (perde apenas para a Cinemark, Cinépolis e Grupo Severiano Ribeiro, respectivamente), detendo um market de 3,6%. Na ocasião gerenciava 138 salas distribuídas em 27 complexos.[15] A empresa é de gestão familiar e o seu atual presidente, Marcos Silva Araújo, é da terceira geração da mesma família do seu fundador.[16]
Público
Até a chegada e consolidação da Cinépolis no país, a Cine Araujo ocupava a terceira posição (com Cinemark em primeiro e Kinoplex/Severiano Ribeiro em segundo) entre os maiores exibidores do país por público, passado ao quarto lugar a partir de 2013. Abaixo a tabela de público e sua evolução de 2002 a 2019, considerando o somatório de todas as suas salas a cada ano. A despeito do aumento da participação estrangeira no mercado nacional, o crescimento dos frequentadores da rede no período elencado foi considerável, da ordem de 503,25%, graças à instalação de novos complexos e modernização das existentes. A redução do público de cinema brasileiro em 2017 e 2018 afetou pouco a empresa[17][18], que aumentou a sua fatia de mercado e superou a rede Kinoplex em número de frequentadores. Entretanto, em 2019 ela voltou a ocupar a quarta posição do ranking nacional.
A variação mencionada se refere à comparação com os números do ano imediatamente anterior. Os dados de 2008 até 2013 foram extraídos do banco de dados Box Office do portal de cinema Filme B,[19][20] sendo que os números de 2002 à 2007 e 2014 à 2015 têm como origem o Database Brasil.[21] Já os dados de 2016 em diante procedem do Relatório "Informe Anual Distribuição em Salas Detalhado", do Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual (OCA) da ANCINE.[22]
↑«Ranking das Empresas Exibidoras - 2015»(PDF). Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual – OCA. ANCINE. Janeiro de 2016. Consultado em 23 de setembro de 2016