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Cocanha

 Nota: Para outros significados, veja Praia da Cocanha.
A Cocanha, retratada pelo pintor Pieter Brueghel.

A Cocanha é um país mitológico, popularizado durante a Idade Média.[1][2] Nesta terra a fartura era infinita. Não havia trabalho e o alimento era abundante, lojas ofereciam seus produtos de graça, casas eram feitas de cevada ou doces, sexo podia ser obtido livremente, o clima sempre era agradável, o vinho nunca terminava e todos permaneciam jovens para sempre.

A literatura sobre a Cocanha existe desde o século XIII. Como conta Pozenato, ali "chovem pérolas e diamantes, mas podem chover também raviólis. Em direção ao porto, denominado Porto dos Ociosos, navegam embarcações carregadas de especiarias, mortadelas, toda a sorte de embutidos e presuntos. Rios de vinho grego são atravessados por pontes de fatias de melão, lagos de molhos soberbos estão coalhados de polpette e fegatelli. Fornadas permanentes de pão de farinha de trigo abastecem os habitantes do lugar. Aves assadas despencam do céu, direto sobre a mesa, enquanto as árvores cobrem-se de frutos nos doze meses do ano. As vacas parem um vitelo ao mês e os arreios dos cavalos são de ouro, mas as rédeas são linguiças".[3]

Registrado a partir da tradição oral, o Conto de Cocanha do século XIII contém duzentos versos octossílabos e conta a história da viagem de um autor anônimo em um país imaginário.[4][5][1]

O País da Cocanha, ou Cocagne, foi retratado pelo pintor Pieter Bruegel.

Cocanha, segundo o critério de alguns analistas do comportamento social, também representou um símbolo para a cultura hippie nos anos finais da década de 60, um lugar onde todos os desejos seriam instantaneamente gratificados.[carece de fontes?]

Etimologia

Segundo Le Goff (2009), a etimologia da palavra é desconhecida. O termo surgiu em francês, Cocagne, Coquaigne, logo traduzido em inglês, Cokaygne ou Cockaigne, em italiano Cuccagna, em espanhol Cucaña. Em alemão é adotado um termo que também é de origem desconhecida: Schlaraffenland.[1]

Ver também

Referências

  1. a b c Le Goff, Jacques (2009). Heróis e maravilhas da Idade Média. Petrópolis: Vozes. p. 145-154. 331 páginas. ISBN 978-85-326-3921-9 
  2. Franco Júnior, Hilário (1998). Cocanha. a história de um país imaginário. São Paulo: Companhia das Letras. ISBN 9788571648128 
  3. Pozenato, José Clemente. A Cocanha. Mercado Aberto, 2000, p. 7
  4. Français 1593 (manuscrito) (em francês). c. 1201–1300 47° ed. [S.l.: s.n.] Li Fabliaus de coquaigne 
  5. Legrand d'Aussy, Pierre Jean-Baptiste (1737-1800); Renouard, Antoine-Augustin (1765-1853) (1829). Fabliaux ou contes, fables et romans du XIIe et du XIIIe siècle (Tome 1) (em francês). Paris: J. Renouard. p. 27-30 
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