Em ciência dos materiais, dureza é uma propriedade dos materiais sólidos que pode ser avaliada através resistência à deformação plástica localizada, geralmente provocada por uma abrasão ou identação, em outras palavras, da capacidade de um material "riscar" o outro. Nota-se que dureza é uma propriedade mecânica diferente da rigidez. A escala de Mohs é uma tabela arbitrária que classifica os materiais em uma escala de 1 a 10, da mais suave a mais dura, com o talco sendo a mais suave e o diamante sendo o mais duro.
Outra maneira de avaliar a dureza é a capacidade de um material penetrar o outro. Na engenharia e na metalurgia, o chamado ensaio de penetração para a medição da dureza. A partir de um referencial intermediário, a dureza pode ser expressa em diversas unidades. São comuns usar os seguintes processos:
Desde que haja um referencial intermediário, é a resistência oferecida por uma determinada liga padrão à penetração de um outro material que fornecerá o índice de dureza para os metais, sendo, portanto, de particular interesse para avaliar a resistência ao desgaste, o grau de endurecimento superficial por tratamentos térmicos e a resistência mecânica em geral do material, uma vez que as características mecânicas de sua superfície associadas ao grau de transferência térmica é que responderão como um todo.
No entanto, um fator que gera imprecisões neste tipo de ensaio é o de que os materiais tendem a deformar a impressão deixada após a remoção da carga, devido à excessiva elasticidade ou à grande aderência por plasticidade.
Estes ensaios de dureza são realizados mais frequentemente do que outros ensaios mecânicos devido aos seguintes fatores:
São simples e de baixo custo – não é necessário a preparação de outro material e o equipamento é relativamente pouco dispendioso;
Os ensaios não são destrutivos (em geral) – o material não é fraturado ou excessivamente deformado, sendo deixada apenas uma pequena impressão. (Porém, um ensaio com penetrador maior, tal como o de dureza Brinell,[1] pode ser considerado destrutivo);
Outras propriedades mecânicas podem ser obtidas através dos ensaios de dureza, como a tensão máxima de tração, que pode ser obtida, para a maioria dos aços, através da seguinte equação:
A facilidade de conversão da dureza em um escala para outra é algo desejável. No entanto, como a dureza não é uma propriedade do material muito bem definida e, devido às diferenças entre os vários métodos, um esquema compreensível de conversão não foi totalmente definido.
As conversões entre os diversos métodos de medição devem ser aplicadas com cautela, devido a variações nos resultados, em função de possíveis heterogeneidades da microestrutura do material.
Estas heterogeneidades resultam em resultados diferentes de dureza, principalmente quando se utilizam métodos com cargas muito reduzidas (Vickers e Knoop).[2] Os métodos com cargas mais elevadas (Brinell e Rockwell)[3] resultam em resultados mais homogêneos, representando uma "média" da dureza de uma determinada região da peça.
Assim sendo, as durezas Vickers e Knoop são consideradas durezas de laboratório, sendo utilizadas mais frequentemente, para a determinação de durezas em pontos específicos de uma determinada peça, podendo-se distinguir a dureza entre diferentes fases do material ou entre áreas distintas, formadas por tratamentos térmicos como a cementação ou a nitretação. Estes métodos, quase sempre, exigem a preparação de corpo de prova, com lixamento fino ou mesmo o polimento metalográfico. Outra característica destes dois métodos é a possibilidade de variação da carga aplicada, com cargas entre 10 gramas e 100 kgf. A escolha da carga é feita em função do tipo de peça ou tipo de pesquisa que se realiza. Apesar de, teoricamente, para todas as cargas as durezas obtidas encontrarem-se dentro de uma mesma escala, na realidade cargas diferentes podem resultar em durezas diferentes, devido a possível presença de heterogeneidades no material.
As durezas Brinell e Rockwell, são utilizadas para a medição de peças mais brutas, em geral, não é necessário a preparação de corpos de prova, sendo apenas realizado um pequeno lixamento na superfície a ser testada. Estes métodos são apropriados para a utilização em linhas de produção e oficinas.
Informações úteis para a conversão de dureza foram obtidas de modo experimental e podem ser vistas na ASTM E140 (Standard Hardness Conversion Tables for Metals).
A tabela mostrada abaixo não pode ser tomada como verdadeira para cálculos de engenharia. A conversão de resultados de dureza para valores de resistência a tração não é confiável, ocorrendo grandes variações em função do tipo de aço e do tipo de tratamento térmico ao qual o aço foi submetido. Da mesma forma, resultados de dureza não levam em consideração possíveis falhas microestruturais que, por exemplo, poderiam haver fragilizado o aço, resultando em valores totalmente fora da tabela.
Tensão Máxima de Tração
Brinell
Rockwell
Vickers
Shore
MPa
mm
HB
HRC
HRB
HV
D
-
-
-
68
-
940
105
-
2,30
712
67
-
903
104
-
2,30
697
66
-
870
103
-
2,35
682
65
-
840
102
-
2,37
668
64
-
813
100
-
2,40
653
63
-
787
98
-
2,43
639
62
-
762
96
-
2,45
624
61
-
738
93
-
2,48
611
60
-
715
91
-
2,51
595
59
-
693
89
-
2,54
582
58
-
672
87
-
2,57
568
57
-
652
84
2148
2,60
555
56
-
632
82
2089
2,63
542
55
-
612
80
2011
2,66
530
54
-
593
78
1933
2,69
517
53
-
574
76
1874
2,72
507
52
-
558
74
1815
2,75
495
51
-
542
72
1756
2,78
485
50
-
526
70
1687
2,81
473
49
-
510
68
1638
2,85
462
48
-
495
67
1579
2,88
451
47
-
480
65
1530
2,91
440
46
-
466
64
1472
2,95
429
44
-
449
62
1413
3,00
415
42
-
429
60
1364
3,05
401
41
-
410
58
1315
3,10
388
40
-
393
56
1265
3,15
376
39
-
379
54
1226
3,20
363
37
-
365
52
1187
3,25
353
36
-
353
51
1148
3,30
341
35
-
341
50
1118
3,35
331
34
-
331
49
1079
3,40
321
33
-
321
48
1050
3,45
311
31
-
311
46
1020
3,50
302
30
-
302
45
991
3,55
294
29
-
294
44
961
3,60
285
28
-
285
43
932
3,65
277
27
-
277
42
902
3,70
269
26
-
269
41
873
3,75
262
25
-
262
40
853
3,80
255
24
-
255
39
834
3,85
248
23
-
248
38
814
3,90
241
21
-
241
37
795
3,95
235
20
-
235
36
775
4,00
229
19
100
229
-
755
4,05
223
18
99
223
35
735
4,10
217
17
98
217
-
716
4,15
212
16
97
212
34
696
4,20
207
15
96
207
33
677
4,25
201
14
95
201
-
667
4,30
197
13
94
197
32
647
4,35
192
12
93
192
31
628
4,40
187
-
92
187
-
608
4,45
183
-
91
183
-
598
4,50
178
-
90
178
-
589
4,55
174
-
89
174
-
569
4,60
170
-
88
170
-
559
4,65
167
-
87
167
-
549
4,70
163
-
86
163
-
528
4,75
159
-
85
159
-
520
4,80
156
-
84
156
-
510
4,85
152
-
83
152
-
500
4,90
149
-
82
149
-
490
4,95
146
-
81
146
-
490
5,00
143
-
79
143
-
480
5,05
140
-
78
140
-
470
5,10
137
-
77
137
-
460
5,15
134
-
76
134
-
450
5,20
131
-
75
131
-
441
5,25
128
-
74
128
-
431
5,30
126
-
73
126
-
421
5,35
123
-
71
123
-
411
5,40
121
-
70
121
-
411
5,45
118
-
69
118
-
401
5,50
116
-
67
116
-
392
5,55
114
-
65
114
-
382
5,60
111
-
64
111
-
382
5,65
109
-
63
109
-
372
5,70
107
-
62
107
-
362
5,75
105
-
60
105
-
353
5,80
103
-
58
103
-
343
5,90
100
-
56
100
-
333
6,00
95
-
52
95
-
314
6,15
90
-
47
90
-
294
6,30
85
-
42
85
-
274
6,50
80
-
36
80
-
Existem diversos fatores que influenciam a dureza dos metais, principalmente: