Ejaculação é a ação física pela qual ocorre a liberação de esperma. Usualmente ocorre pelo estímulo durante o ato sexual ou masturbação, ou involuntariamente, como na polução noturna. Geralmente vem acompanhada de intensa sensação de prazer, o orgasmo. O processo se inicia com contrações involuntárias dos músculos do epidídimo, ductos deferentes, vesícula seminal e próstata, que liberam fluidos que são conduzidos para a parte posterior da uretra. Então, contrações involuntárias e rítmicas dos músculos pélvicos dão propulsão ao sêmen, que passa através da uretra e deixa o pênis. Tipicamente após a ejaculação ocorre o período refratário, ao longo do qual não há resposta a estímulos sexuais e, portanto, não pode ocorrer outra ejaculação.
O problema mais comum relacionados à ejaculação é a ejaculação precoce, que geralmente traz insatisfação durante o ato sexual. Outros problemas incluem a ejaculação retardada, em que o indivíduo leva muito tempo para liberar o sêmen, ou mesmo a anejaculação, no qual o indivíduo não é capaz de chegar à ejaculação. Ejaculação retrógrada acontece quando ocorre a entrada de fluido seminal para a bexiga.[1]
Fisiologia
Ejaculação é a ação física em que ocorre a liberação de sêmen do aparelho reprodutor masculino. O orgasmo, por outro lado, é a intensa sensação de prazer que frequentemente acompanha a ejaculação. Tipicamente os indivíduos ejaculam pela primeira vez quando possuem idade entre onze e quinze anos, através de uma polução noturna ou masturbação.[2] Contudo, as primeiras ejaculações possuem quantidade reduzida de espermatozoides. Somente um ou dois anos após a primeira ejaculação que o sêmen adquire as características de um indivíduo adulto.[3]
A ejaculação é dividida em duas fases principais, a emissão e a expulsão de sêmen. Cada uma provém da ação de diferentes estruturas anatômicas. O epidídimo, ductos deferentes, vesículas seminais, glândulas prostáticas, uretra prostática e o colo da bexiga participam na etapa de emissão enquanto que a uretra e os músculos pélvicos participam na expulsão.[4]
O pênis não necessariamente precisa estar ereto para que haja ejaculação ou orgasmo.[5] Homens podem, ainda, atingir a ejaculação e o orgasmo sem o estímulo do pênis. Os casos mais frequentes ocorrem durante a polução noturna. Pode ainda ocorrer o orgasmo sem a expulsão de fluido ejaculatório, ou sua expulsão sem a ocorrência de orgasmo. A ejaculação pode ser prevenida a partir de diversas condições, como aquelas que afetam o sistema genital, como a prostatectomia, condições psiquiátricas, como o transtorno obsessivo compulsivo, e psicossexuais, além do efeito colateral de alguns medicamentos, como Inibidor seletivo de recaptação de serotonina. A ejaculação sem orgasmo ocorre em casos extremos de ejaculação precoce, além de situações psicológicas como excitação exacerbada. É possível ainda separar voluntariamente o orgasmo e a ejaculação, através do conhecimento do ponto de inevitabilidade, prolongando e intensificando o prazer sexual.[6]
Usualmente, logo após ser atingido um estado de excitação e o pênis estar ereto, a glândula bulbouretral, ou glândula de Cowper, passa a produzir um fluido incolor e viscoso, o fluido pré-ejaculatório, cuja função é neutralizar a acidez da urina remanescente na uretra e assim garantir a qualidade do sêmen que será expulso.[7]
Emissão
A emissão é provocada pela contração dos músculos em diversos componentes do sistema genital masculino, nas cápsulas dos testículos, na vesícula seminal, na próstata e nos ductos do epidídimo e dos ductos deferentes. Estes últimos se contraem como uma unidade por toda sua extensão, enquanto que as vesículas seminais se contraem em movimentos peristálticos, liberando e conduzindo os fluidos ejaculatórios.[8] Estas contrações involuntárias são ativadas pelo estímulo à divisão simpática do sistema nervoso autônomo, através do nervo pudendo, como resultado do estímulo erótico dos genitais ou do cérebro.[9][10] Nesta etapa, a próstata, o epidídimo e os ductos deferentes liberam os fluidos seminais e os espermatozoides.[11] Estes são depositados na parte posterior da uretra. Esta etapa precede a liberação do sêmen em até dois segundos, e quando acontece não é mais possível evitar a ejaculação.[12]
Expulsão
A contração do esfíncter interno previne a entrada de sêmen na bexiga. Durante o orgasmo, os músculos da região pélvica, como o Músculo bulbocavernoso e bulboesponjoso passam a se contrair de forma rítmica e involuntária. O esfíncter externo abre e fecha de forma coordenada com as contrações, o que faz com que o sêmen ganhe propulsão através da uretra, liberando-o.[13] Estas contrações se repetem por várias vezes, liberando sucessivos jorros de sêmen durante alguns segundos.[14] Estas contrações musculares são também reflexos do sistema nervoso simpático, sendo, portanto, involuntárias. Acredita-se que as contrações rítmicas dos músculos pélvicos sejam iniciadas pela presença de sêmen na parte posterior da uretra.[9]
Existe uma grande variabilidade no volume de sêmen produzido na ejaculação, com a média variando entre 1,5 e 6,6 mililitros. 3,5 mililitros é a média de um adulto sem ejacular por alguns dias, enquanto que 13 mililitros já foram registrados durante um longo período de abstinência. Portanto, o volume relaciona-se com a frequência de ejaculações, além de existir uma relação direta com fatores genéticos.[15] Em geral o sêmen possui entre duzentos e quatrocentos milhões de espermatozoides. Contudo a maior parte do volume do sêmen é produzido pela vesícula seminal, responsável pelo aspecto espesso e leitoso do fluido, de coloração esbranquiçada ou amarelada.[16]
Em função da pressão com que o sêmen deixa a uretra, este é arremessado por uma distância que depende de diversos fatores, como o tempo transcorrido desde a última ejaculação, a idade e fatores genéticos. Com três dias de abstinência, o sêmen pode ser ejetado a até um metro de distância ou mais.[15]
Período refratário
Após a ejaculação, a maior parte dos homens não respondem mais a estímulos sexuais, o que é chamando de período refratário, no qual não é possível ejacular novamente ou atingir o orgasmo. Em jovens este período dura somente alguns minutos, enquanto que para homens mais velhos pode levar algumas horas. Alguns poucos homens, entretanto, conseguem atingir vários orgasmos sucessivos e aparentemente não possuem período refratário, mesmo que não haja ejaculação. Esta inibição da resposta sexual tem um claro benefício reprodutivo, uma vez que se a ejaculação ocorrer com muita frequência, a quantidade de esperma tende a diminuir, diminuindo portanto a fertilidade.[17]
Visão religiosa
No taoismo, recomenda-se que o homem não ejacule em demasia, pois se acredita que a ejaculação excessiva esgota a energia vital (jing) do homem.[18]
Outros animais
Em mamíferos e aves, a ejaculação múltipla é comum. Durante a cópula, os dois lados do pênis de uma equidna de bico curto são usados sequencialmente. A alternância entre os dois lados permite a estimulação persistente para induzir a ejaculação sem impedir o período refratário.
Em garanhões, a ejaculação é acompanhada por um movimento da cauda conhecido como "tail flagging".[19] Quando um lobo macho ejacula, seu impulso pélvico final pode ser ligeiramente prolongado. Um macaco rhesus macho geralmente ejacula menos de 15 segundos após a penetração sexual. O primeiro relato e filmagem de ejaculação espontânea em um mamífero aquático foi registrado em um golfinho-nariz-de-garrafa selvagem do Indo-Pacífico perto da Ilha Mikura, Japão, em 2012.[20]
Em cavalos, ovelhas e bovinos, a ejaculação ocorre em poucos segundos, mas em javalis pode durar de cinco a trinta[21] minutos. A ejaculação em javalis é estimulada quando o pênis em forma de espiral se encaixa no colo do útero da fêmea. Um javali maduro pode produzir 250-300 ml (8,8-10,6 imp fl oz; 8,5-10,1 US fl oz) de sêmen durante uma ejaculação. Em lhamas e alpacas, a ejaculação ocorre continuamente durante a cópula.
O sêmen de cães machos é ejaculado em três fases separadas. A última fase da ejaculação de um canino macho ocorre durante o laço copulatório e contém principalmente fluido prostático.
↑E.Qi.Librium Herbs (23 de maio de 2015). «Práticas sexuais taoistas». E.Qi.Librium Herbs. Consultado em 22 de maio de 2023
↑Samper, Juan C.; Pycock, Jonathan; McKinnon, Angus O. (10 de outubro de 2006). Current Therapy in Equine Reproduction (em inglês). [S.l.]: Elsevier Health Sciences
Komisaruk, Barry R.; Carlos Beyer-Flres, Beverly Whipple (2006). The science of orgasm (em inglês). [S.l.]: Johns Hopkins University Press. 376 páginas. ISBN0-8018-8490-XA referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
Nieschlag, Eberhard; Hermann M. Behre,Susan Nieschlag (ed.) (2010). Andrology. male reproductive and health disfunction (em inglês). [S.l.]: Springer. 646 páginas. ISBN978-3-540-78354-1A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
Ligações externas
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