Apesar do nome, a estação fica no distrito do Tatuapé, poucos quilômetros a oeste da divisa com o distrito de Carrão. Foi inaugurada no dia 31 de maio de 1986.[4]
História
Após a definição do local da estação em 1976, a Companhia do Metropolitano desapropriou as áreas necessárias para a construção da estação através do decreto 13154 de 25 de junho de 1976.[5][6] O projeto da estação Tatuapé foi apresentado em meados de 1979 sendo incluído num grupo de 8 estações com projetos padronizados em 19 módulos de concreto destinados a facilitar sua implantação (vide seção características).[7][8] Apesar da expectativa de iniciar as obras ainda no final da década de 1970 e inaugurar a estação em fevereiro de 1983,[9] as obras foram iniciadas apenas em 1982[10] e paralisadas no final daquele ano. Retomadas em junho de 1985,[11] foram concluídas em março de 1986.[12] A estação Carrão foi entregue em 31 de maio de 1986.[13]
Características
Estação em superfície, composta por 19 blocos de concreto pré moldado de 15 m X 12,50 m com mezanino de distribuição sobre plataforma central, estrutura em concreto aparente e cobertura espacial metálica treliçada. Possui acesso a portadoras de deficiência através de rampas e elevador. Esta integrada a terminal de ônibus urbano.[4] Possui capacidade de até 20 mil passageiros por dia, numa área construída de 12.170 m², sendo:[7][14]
João da Silva Carrão (1810-1888) foi um advogado, jornalista e político, tendo ocupado vários cargos, com destaque para a presidência das províncias imperiais do Pará e de São Paulo além do comando do Ministério da Fazenda do Império do Brasil.[15]
O loteamento imobiliário Vila Carrão foi criado em 1916. Para acessá-lo, foi aberta entre 1927 e 1930 uma estrada de terra batida que ligava a Estrada de Ferro Central do Brasil até a Estrada de Sapopemba. Essa estrada foi batizada "Estrada do Itaquera-Carrão". Em 1954 o nome foi oficializado pela prefeitura de São Paulo como Avenida Conselheiro Carrão.
Durante a elaboração do projeto da Linha Leste-Oeste do metrô, a equipe do professor Nestor Goulart Reis Filho foi responsável por elaborar os estudos toponímicos para batizar as estações. Sobre a "Estação 6", a equipe ofereceu três sugestões de nomes:[16]
"Marengo" - por causa da Rua Francisco Marengo, batizada em 1916 em homenagem ao premiado viticultor Francesco Marengo (que ali possuía sua chácara).[17]
"Gualberto" - nome da estação ferroviária então existente ali, batizada em 1935 como homenagem ao engenheiro Sebastião Gualberto, da EFCB;[18]
"Garça" - grifado erroneamente como Graça, nome de uma pequena rua batizada em 1935 que homenageava o município homônimo e terminava transversalmente ao traçado da linha do metrô.[19]
Entre esses nomes, a equipe escolheu "Marengo".[16] O prefeito Olavo Setúbal, porém, batizou a estação como "Carrão" devido ao fato de ela estar situada setecentos metros a oeste do Viaduto Conselheiro Carrão (parte da avenida homônima), localizado transversalmente à linha. O nome da Estação Carrão (assim como os das demais estações das linhas Norte—Sul e Leste—Oeste) foi oficializado por meio do decreto municipal 15 453, de 9 de novembro de 1978.[20]
Na década de 1970, a Vila Carrão, então subdistrito do Tatuapé, foi elevada à categoria de distrito, englobando a área onde a estação homônima de metrô estava sendo construída. Em 1990, com uma reorganização dos distritos paulistanos, Vila Carrão perdeu parte de sua área, incluindo aquela onde está localizada a estação do metrô (agora pertencente ao distrito do Tatuapé).[15][21][22]
Desde a abertura da estação, em 1986, dois projetos de lei tentaram alterar seu nome:
Em dezembro de 1987, o deputado estadual Abdo Haddad (PDS) apresentou o projeto de lei 0830/1987, solicitando a mudança do nome da estação Carrão para "Antônio de Barros" (rua localizada a 650 m á leste da estação). O deputado alegou que a estação encontrava-se situada a 3 quilômetros do bairro Vila Carrão (embora a estação estivesse dentro dos limites do distrito Carrão e a 700 metros da Avenida Conselheiro Carrão). O projeto foi rejeitado no ano seguinte.[23][24]
Em novembro de 1996, o então deputado estadual Afanásio Jazadji (PFL) apresentou o projeto de lei 719/1996 que previa renomeação da estação para "Corinthians", em virtude da estação estar situada a 1,5 quilômetro da sede do clube homônimo (Parque São Jorge). O projeto foi rejeitado, por conta do clube ter sido já homenageado com a estação "Corinthians-Itaquera" e da denominação proposta não atender ao interesse público local (mais identificado geograficamente com o nome Carrão).[25]
No dia 25 de novembro de 2021, a Companhia do Metropolitano de São Paulo informou que, em decorrência de um leilão de naming rights, no qual foi concedido à iniciativa privada o direito de renomear a estação, a partir do dia seguinte, a estação passaria a se chamar Carrão-Assaí Atacadista por um período de dez anos. O direito de renomear a estação foi cedido pela Cia. do Metropolitano para a empresa Digital Sports Media (DSM) por um valor mensal de 168 mil reais. A DSM revendeu os direitos ao Assaí Atacadista por um valor não informado. De acordo com a rede atacadista, o motivo da compra foi que a sua primeira loja, inaugurada em 1974, está localizada no bairro do Carrão, na Rua Manilha, 42, embora a estação esteja inteiramente localizada no bairro do Tatuapé e relativamente distante da referida loja.[26][27]
Obras de arte
A estação não faz parte do "Roteiro da Arte nas Estações".[28]
↑ abSETUBAL, Olavo (1979). São Paulo: a cidade, o habitante, a administração: 1975-1979. [S.l.]: Prefeitura de São Paulo. p. 77
↑PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO (1979). Leste-Oeste: em busca de uma solução integrada. [S.l.]: Companhia do Metropolitano de São Paulo. 203 páginas
↑Ana Maria Leopoldo e Silva (20 de dezembro de 1981). «Metrô abre novas estações em 82». Folha de S.Paulo, ano, edição, página 24. Consultado em 11 de junho de 2019
↑«Montoro inaugura em maio duas estações». A Tribuna (Santos), ano XCII, edição 349, página 3/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 12 de março de 1986. Consultado em 26 de novembro de 2021
↑«Paulistas aceleram campanhas». Jornal do Brasil, ano XCVI, edição 54, página 2/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 1 de junho de 1986. Consultado em 26 de novembro de 2021
↑ abArquivo Histórico Municipal de São Paulo (2019). «Avenida Conselheiro Carrão». Dicionário de Ruas. Consultado em 29 de outubro de 2019
↑ abCompanhia do Metropolitano de São Paulo (Abril de 1977). «Estação 6». Nomenclatura da Linha Leste, páginas 75-78. Consultado em 1 de janeiro de 2022
↑Arquivo Histórico Municipal-Secretaria Municipal de Cultura da cidade de São Paulo. «Francisco Marengo». Dicionário de Ruas. Consultado em 1 de janeiro de 2022
↑Ralph Mennucci Giesbrecht. «Engenheiro Gualberto». Estações ferroviárias do Brasil. Consultado em 1 de janeiro de 2022
↑Arquivo Histórico Municipal-Secretaria Municipal de Cultura da cidade de São Paulo. «Rua Garça». Dicionário de Ruas. Consultado em 1 de janeiro de 2022
↑Prefeitura do Município de São Paulo (9 de novembro de 1978). «Decreto Municipal 15453». Leis Municipais. Consultado em 1 de janeiro de 2022
↑Secretaria Municipal da Cultura de São Paulo. «Subprefeitura Aricanduva»(PDF). Departamento do Patrimônio Histórico. Consultado em 29 de outubro de 2019
↑«Lei 11220». Prefeitura da cidade de São Paulo. 20 de maio de 1992. Consultado em 29 de outubro de 2019
↑Abdo Haddad (5 de dezembro de 1987). «Projeto de Lei 830»(PDF). Diário Oficial do estado de São Paulo, Caderno Executivo I, página 104. Consultado em 29 de outubro de 2019
↑Abdo Haddad (2019). «Projeto de Lei 830». Assembléia Legislativa de São Paulo. Consultado em 29 de outubro de 2019
↑Afanásio Jazadji. «Projeto de lei 719/1996». Assembléia Legislativa de São Paulo. Consultado em 29 de outubro de 2019