A Estação Ferroviária da Guarda é uma interface das Linhas da Beira Alta e Beira Baixa, que serve o concelho da Guarda, em Portugal. Foi inaugurada, como parte da Linha da Beira Alta, em 3 de agosto de 1882,[5] e foi unida à Linha da Beira Baixa em 11 de maio de 1893.[6] Em 29 de abril de 2002, foi inaugurado o novo edifício da estação da Guarda.[7]
Descrição
Posição da estação da Guarda em relação ao aglomerado urbano em 1936; a área construída viria a alargar-se até englobar a estação, décadas depois.[quando?]
Localização e acessos
Situa-se em frente ao Largo 1.º de Dezembro, na cidade da Guarda,[8][9] distando o centro histórico (Largo Frei Pedro) cerca de 4 km por via rodoviária, maioritariamente pela EN16.[10]
A estação é servida pela L01 (ou, simplesmente, 1), uma das cinco carreiras dos Transportes Urbanos da Guarda, com 29 circulações diárias em cada sentido.[4]
Infraestrutura
Em janeiro de 2011, a estação da Guarda apresentava quatro vias de circulação, com comprimentos entre os 386 e 636 m; as primeiras três linhas eram servidas por plataformas, tendo todas cerca de 400 m de extensão, e 70 cm de altura.[11] A superfície dos carris no ponto nominal situa-se à altitude de 8108 dm acima do nível médio das águas do mar, constituindo o ponto culminante de toda a Linha da Beira Alta.[12]
Em meados do século XIX, o interior do país tinha grandes problemas de comunicações, com uma rede viária pouco desenvolvida, em más condições e perigosa.[13] Ainda assim, o concelho da Guarda possuía várias estradas importantes, que o ligavam ao resto do país, sendo o principal meio de transporte público as diligências da mala-posta, que apresentavam poucas condições de conforto para os passageiros.[14] Esta situação começou a mudar nos finais do século, quando o governo iniciou um programa para desenvolver os meios de transporte na região, de forma a aproximá-la da capital e promover o seu crescimento económico.[15] O principal investimento em transportes públicos na região foi a construção da Linha da Beira Alta, que tinha como um dos principais fins servir igualmente a cidade da Guarda.[15]
Assim, em 1 de Julho de 1882 entrou ao serviço, de forma provisória, o lanço entre Pampilhosa e Vilar Formoso da Linha da Beira Alta, pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta.[5] A linha foi definitivamente inaugurada em 3 de Agosto do mesmo ano, compreendendo-se então desde a Figueira da Foz até à fronteira com Espanha.[5] A cerimónia de inauguração contou com os reis D. Luís I e D. Maria Pia, tendo o nome do rei sido dado a uma artéria da cidade, devido à sua presença naquele evento.[16] O edifício de passageiros da nova estação situava-se do lado poente da via (lado direito do sentido ascendente, a Vilar Formoso).[17][18]
A construção do caminho de ferro trouxe um grande progresso à cidade e ao concelho da Guarda nos finais do séc. XIX e princípios do séc. XX, reforçando o seu papel como um importante pólo regional.[16] O caminho de ferro permitiu a introdução de novas tecnologias e facilitou o transporte da produção, estimulando as actividades agrícolas, industriais e comerciais.[19] Também foi profundamente modificada a vida cultural da cidade, com o afastamento de velhos estigmas sociais, e o desenvolvimento do ensino e da acção social.[15] O caminho de ferro trouxe um grande número de pessoas que procuravam tratamento no Sanatório Sousa Martins, sendo a chegada de personalidades mais importantes normalmente reportada na imprensa local.[20] Com efeito, a comboio desempenhou um importante papel no funcionamento daquela unidade hospitalar, não só por facilitar a deslocação dos utentes, mas também por transportar os medicamentos e os equipamentos que eram utilizados no Sanatório.[21] Além dos doentes, também cientistas, músicos, actores, políticos, conferencistas e militares utilizavam o caminho de ferro, que transportava igualmente jornais, cenários, filmes e outros bens.[20] Desta forma, a Guarda passou a ser mais frequentada por artistas nacionais e internacionais, que enriqueceram o quotidiano da cidade.[22] No entanto, o caminho de ferro era principalmente utilizado pelas classes mais privilegiadas, uma vez que a maior parte do povo não tinha recursos para viajar de comboio, continuando a deslocar-se através dos meios de transporte mais antigos.[21]
Assim, através do transporte dos passageiros e mercadorias, o comboio ajudou a difusão de ideias, atitudes, conhecimentos e práticas,[20] tendo por exemplo introduzido novas ideias sobre requalificação urbana.[15] Este desenvolvimento urbano e cultural, apoiado por grandes eventos como a expedição de 1881 à Serra da Estrela, fomentou o aparecimento de uma consciência cívica e de classes, como se pôde comprovar pelo grande número de grémios e outras associações que surgiram nessa altura.[23] O caminho de ferro também veio criar uma nova classe de trabalhadores especializados, a dos ferroviários, que vieram desempenhar um importante papel na região.[21] Com efeito, devido à sua importância não só no âmbito da Linha da Beira Alta mas também por ser o ponto de bifurcação com a Linha da Beira Baixa, a gare ferroviária da Guarda concentrava um grande número de funcionários.[24] Verificou-se, igualmente, um crescimento nas manifestações de carácter político, começando a criar raízes um importante movimento republicanista, impulsionado pela imprensa e por membros do partido republicano.[23]
Quando se iniciou a discussão sobre o traçado da futura Linha da Beira Baixa, acendeu-se uma viva polémica sobre qual deveria ser o seu ponto terminal.[21] Originalmente a linha era para atravessar a fronteira perto de Monfortinho e unir-se à rede espanhola, criando uma nova ligação a Madrid, mas este projecto falhou devido à abertura do Ramal de Cáceres, em 1880, que tinha o mesmo objectivo.[25] Por outro lado, surgiram oposições ao traçado da linha, com a Junta Geral do Distrito e a imprensa local a reclamar que a linha fosse até à Guarda, onde seria feito o entroncamento com a Linha da Beira Alta.[21] Considerava-se que este factor seria de grande importância para o desenvolvimento da cidade, como foi descrito num artigo no jornal A Civilização, de 20 de Setembro de 1884: «devem ser postas de lado as questões políticas para se tratar com urgência deste assunto, que é de muita importância. Ninguém ignora as vantagens que poderão resultar para a Guarda de um tão grande melhoramento. É indispensável que todos trabalhemos no sentido indicado e que este não seja descurada uma questão vital desta ordem.».[21]
Durante o ministério de Hintze Ribeiro, foi aberto o concurso para a Linha da Beira Baixa, que deveria ligar as estações de Abrantes e Guarda, passando por Castelo Branco.[26] O concurso foi aberto por uma lei de 2 de Agosto de 1883, e contratado à Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses em 29 de Julho de 1885.[25] As obras começaram em Dezembro de 1885, tendo o primeiro troço, de Abrantes à Covilhã, entrado ao serviço em 7 de Setembro de 1891.[25]
O troço entre as estações de Covilhã e da Guarda foi inaugurado em 11 de Maio de 1893, concluindo a Linha da Beira Baixa.[27] A cerimónia de inauguração foi bastante modesta, tendo-se realizado um serviço especial, com vários convidados, incluindo o Ministro das Obras Públicas, Comércio e Indústria, Bernardino Machado, entre o Rossio e a Guarda.[28] Na chegada à estação, foram recebidos por vários membros das autoridades civis e militares, tendo uma banda militar tocado o Hino da Carta.[28] Seguiu-se uma visita a pé à nova linha, mas uma programada excursão à cidade da Guarda foi cancelada devido à falta de transportes, indispensáveis para cobrirem os cerca de 5 quilómetros de caminho que separavam a estação da localidade.[28] Após o almoço, realizado no armazém de mercadorias, a composição partiu para a Covilhã, onde continuou a cerimónia de inauguração.[28] Aquando da inauguração da linha, estava planeada a construção de uma concordância em Monte Barro, que ligaria as duas linhas sem necessidade de mudar o sentido das composições na Guarda, e que teria servido principalmente o tráfego internacional[29] (a atual Concordância das Beiras, com a mesma topologia apesar do traçado diferente, foi construída já no séc. XXI).
Em 1 de Junho de 1898, a Gazeta dos Caminhos de Ferro noticiou que o chefe da secção de Via e Obras da Linha da Beira Baixa, Mello Borges, tinha sido mortalmente atropelado por uma locomotiva nesta estação[30]
Século XX
Na primeira metade do século XX, o restaurante da estação chegou a ser muito afamado, sendo principalmente conhecido devido ao seu prato do cabrito no forno.[31]
Décadas de 1900 e 1910
Em 1907, a Rainha D. Amélia e a sua comitiva viajaram de comboio até à estação da Guarda, para a inauguração do Sanatório Sousa Martins.[16] Nos princípios de 1910, a Rainha voltou a passar pela estação da Guarda, quando viajou de comboio até Biarritz.[32]
Entre 11 de 15 de Janeiro de 1911, ocorreram várias greves nacionais dos ferroviários, que tiveram um grande efeito na Guarda devido à sua elevada concentração de empregados dos caminhos de ferro, e que só não tiveram um maior impacto devido à intervenção do Governador Civil, Arnaldo Bigotte, que negociou com os grevistas e reencaminhou as suas reclamações para o Ministério do Interior, em Lisboa.[33] Com efeito, os trabalhadores da estação depois aprovaram uma moção em que elogiaram a conduta do Governador Civil, que foi publicada no jornal O Combate de 21 de Janeiro de 1911: «O pessoal ferroviário da Companhia Portuguesa e Beira Alta existente na estação da Guarda durante os 4 dias em que se manteve solidário com o movimento grevista, não encontrando outro meio para que possa testemunhar o seu vivo reconhecimento perante o altivo e carinhoso acolhimento que sempre nos dispensou sua excelência, vêm por esta forma patentear que ficam sumariamente penhorados e bem assim altamente bem impressionados com a fineza e a rectidão do seu carácter.».[34] Em 1913, existiam serviços de diligências ligando a estação à cidade.[35] Em 1914, uma viagem de comboio entre Lisboa e a Guarda demorava cerca de oito horas.[36]
Em 1 de Março de 1916, a Gazeta dos Caminhos de Ferro noticiou que estava previsto um programa de ampliação da estação de Guarda, que ficaria com mais vias e plataformas centrais.[37]
Década de 1920
Nos princípios do século XX, despertou uma nova função económica na região da Beira Alta: o turismo, impulsionado não só pela presença da rede ferroviária mas também pelo desenvolvimento do transporte rodoviário, através da construção de novas estradas e da propagação dos veículos automóveis.[38] A Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses incentivou as actividades turísticas na região através da criação de tarifas especiais para a Guarda e organização de viagens de grupo, como as Excursões às Beiras para Visitar a Guarda e saber da excelência do Sanatório Sousa Martins.[38] As operadoras ferroviárias também criaram vários itinerários turísticos, para orientar os visitantes nas suas viagens pelo país; por exemplo, no Manual do Viajante em Portugal n.º 4, de 1913, era anunciado o roteiro Portugal em 40 dias, que passava pela Guarda.[38]
Na década de 1920, a família Mendonça construiu uma capela no interior da estação, que se notabilizou por ter sido o primeiro edifício religioso a ser construído de raiz na cidade após a implantação da República.[39] Esta capela tinha, no seu interior, um notável conjunto de talha e de mobiliário litúrgico no estilo revivalista.[39] Em 1 de Dezembro de 1924, a Gazeta dos Caminhos de Ferro reportou que a Companhia da Beira Alta estava a renovar a via férrea entre a Guarda e a Pampilhosa.[40]
Décadas de 1930 e 1940
O Plano Geral da Rede Ferroviária, publicado pelo Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930, classificou o projecto da Linha do Côa, de via estreita, do Pocinho a Idanha-a-Nova, passando por Pinhel, Guarda, Sabugal e Penamacor.[41]
Em 1932, os Serviços de Tracção e Via da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta executaram obras de modificação nos pavimentos das plataformas entre as vias, e, no mesmo ano, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses melhorou e ampliou o seu dormitório nesta estação, passando a ter uma capacidade de 24 camas.[42] Em 1933, o Serviço de Material e Tracção da Companhia da Beira Alta preparou os planos para a adaptação desta interface à iluminação eléctrica; foram, igualmente, realizadas obras de reparação no restaurante e hotel, instaladas canalizações para água, e construído um dormitório para o pessoal.[43] No final do mesmo ano, a Companhia pretendia ampliar esta estação.[44]
Em 1934, a Companhia da Beira Alta fez grandes obras de reparação no edifício da estação, reconstruiu a plataforma da estação e pintou a marquise, e reconstruiu e modificou as retretes, que ficaram equipadas com uma fossa do tipo Mouras.[45] Também instalou a iluminação eléctrica, com energia fornecida por uma pequena central eléctrica, composta por dois grupos de corrente contínua, cada um tendo uma potência de 5,5 Km 220 V, enquanto que o gerador era do tipo compound.[45] Os motores eram a gasóleo, a dois tempos, de arranque a frio, e trabalhavam a 800 rotações por minuto.[45] Os grupos podiam funcionar em paralelo, embora apenas um fosse normalmente utilizado, enquanto que o outro ficaria de reserva.[45] No quadro de distribuição e comando da central, toda a protecção era feita por dispositivos automáticos, dispensando o uso de fusíveis.[45]
Em Julho de 1935, a Companhia da Beira Alta tinha um despacho central na cidade da Guarda, que estava ligada à gare ferroviária por serviços rodoviários de passageiros, bagagens e mercadorias.[46] Nesse ano, a Companhia fez obras de reparação em três edifícios usados para habitação dos funcionários e na cocheira das máquinas.[47] Em 1939, a Companhia da Beira Alta fez obras de reparação em vários edifícios da estação.[48]
Em 1940, a Guarda era uma das estações da Linha da Beira Alta que tinha problemas de capacidade, com falta de vias de resguardo, e de cais de embarque e desembarque.[49]
Décadas de 1950 e 1960
Em 16 de Setembro de 1951, a Gazeta dos Caminhos de Ferro reportou que o engenheiro Sousa Gomes da C. P. esteve na Guarda, para estudar quais as modificações que deviam ser feitas para acomodar o aumento do tráfego, especialmente de estrangeiros.[50] Estas alterações deveriam ser em conta os planos que existiam para a urbanização da futura freguesia de São Miguel da Guarda.[50] Porém, em 1956 a estação ainda continuava com graves problemas de espaço, precisando de forma urgente de obras de remodelação e expansão, de forma a poder servir eficazmente o tráfego ferroviário.[51]
Em 16 de Agosto de 1968, a Gazeta dos Caminhos de Ferro noticiou que a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses estava a preparar um contrato para a remodelação de vários troços, incluindo a renovação parcial entre Mortágua e a Guarda.[52]
Década de 1990
Em 1994, era servida por comboios de tipologia Regional com auto-expresso, que ligavam esta interface a Lisboa.[53] Além dos comboios de passageiros, a Guarda também foi um importante interface para o transporte de produtos industriais, especialmente automóveis.[54] Também se movimentaram produtos agrícolas; por exemplo, um artigo publicado no jornal O Combate de 23 de Março de 1924, fez referência aos milhares de vagões de batata que eram exportados a partir da Guarda.[55]
Modernização
O projecto de modernização da Linha da Beira Alta, decidido pela empresa Caminhos de Ferro Portugueses desde 1988, tinha como objectivo melhorar as condições de circulação naquela linha, que era o principal eixo ferroviário de acesso ao resto da Europa.[56] Entre as obras realizadas no âmbito deste projecto, esteve a renovação integral da via férrea entre Baraçal e a Guarda, a remodelação de várias estações, incluindo a Guarda, a instalação da tracção eléctrica, e a introdução de novos sistemas de sinalização.[57]
A tracção eléctrica entre Mangualde e a Guarda entrou ao serviço em Fevereiro de 1997, e da Guarda a Vilar Formoso em 8 de julho do mesmo ano.[58]
Século XXI
Década de 2000
Em 29 de Abril de 2002, na comemoração dos cinco anos da REFER, foi inaugurado o novo edifício da Estação Ferroviária da Guarda, melhoramento que já era pedido pela população da cidade há algum tempo.[7] O projeto para a construção de um novo edifício tinha sido apresentado em maio de 1999 e previa que o novo edifício fosse construído no local do edifício que já existia; o edifício antigo foi demolido em 2000 e os serviços ferroviários e comerciantes foram instalados em contentores provisórios. As obras ficaram concluídas dois anos depois; o novo edifício custou 1,9 milhões de euros e conta com uma área de 1400 m² onde se situam a sala de espera, bilheteiras e posto de informação. As plataformas e coberturas, assim como as passagens inferiores para o cais foram remodeladas. A pedido da Assembleia de Freguesia de São Miguel, a REFER aceitou imortalizar o antigo edifício num painel de azulejos colocado à frente da nova estação.[59]
Em 9 de Março de 2009, o troço entre a Covilhã e Guarda foi encerrado para obras de modernização,[60] que nessa altura se previam durar apenas cerca de sete meses.[61] Foi criado um serviço rodoviário de substituição, que parava em todas as estações e apeadeiros do troço encerrado.[61]
Década de 2010
Em 19 de Junho de 2013, uma composição de mercadorias abalroou uma carrinha numa passagem de nível junto à estação, provocando a morte dos dois ocupantes do veículo ligeiro.[62][63]
Depois de cerca de doze anos de encerramento, as obras no troço Covilhã-Guarda foram finalizadas em abril de 2021, tendo as primeiras circulações sido feitas no dia 2 de maio de 2021.[65][66]
Referências literárias
No romance Manhã Submersa (publ. 1954), de Vergílio Ferreira, o protagonista relata a sua passagem pela estação ferroviária da Guarda:
Quando chegámos à Guarda, estava toda a plataforma retinta de fatos pretos - e foi uma invasão. Perdido naquela turba, senti-me outra vez só. Alguns do nosso grupo partiram para outros grupos; e os que ficaram, submetidos, como eu, à importância recente, não falavam.
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↑«Vão melhorar os serviços da C. P.»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 81 (1928). 16 de Agosto de 1968. p. 96. Consultado em 21 de Janeiro de 2017
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Leitura recomendada
Viver a Guarda: intervenção do programa Polis na Guarda. Guarda: Sociedade para o Desenvolvimento do Programa Polis na Guarda. 2007. 107 páginas
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