Estradivário (em latim: Stradivarius)[1][2][3] é o nome dado, por antonomásia, aos instrumentos de corda, principalmente violinos, construídos por membros da família Stradivari, sendo os mais reputados aqueles construídos pelo luthierAntonio Stradivari (1644–1737) entre os séculos XVII e XVIII. Durante os últimos três séculos luthiers e cientistas estudaram os instrumentos do construtor italiano sem chegar a nenhuma conclusão concreta sobre a razão de os violinos soarem tão bem.[4] Hoje em dia a palavra "Estradivário" é também associada à excelência de qualidade, chamando-se o "Estradivário" de qualquer área ao melhor do que nela há. Estima-se que Stradivari construiu 1116 violinos após 1666, dos quais cerca de 500 estão ainda em circulação.[5]
Valor de mercado
Dependendo do ano de construção, da condição e de outros factores como, por exemplo, a quem pertenceu, os violinos Stradivari atingem diferentes valores, todos eles astronómicos.
Os violinos da década de 1680 e do chamado período do "Padrão Longo", entre 1690 e 1699,[6] possuem valores compreendidos entre centenas de milhares e alguns milhões de euros. O famoso "Molitor", construído em 1697, foi vendido por 3,6 milhões de dólares em 2010 à violinista Anne Akiko Meyers num dos leilões online da Tarisio, um recorde na altura.[7]
Já os violinos construídos entre 1700 e meados da década de 1720, o chamado "Período de Ouro",[8] podem valer dezenas de milhões de euros.
Leilões
Uma das mais famosas vendas de um violino foi a do "Lady Blunt" (apelidado após 30 anos sob a posse de Anne Blunt, neta do poeta inglês Lord Byron), efectuada em Junho de 2011 num leilão promovido pela Fundação de Música Japonesa. O instrumento foi vendido a um licitante anónimo por 15,9 milhões de dólares, e a receita reverteu a favor das vítimas do tsunami do Japão.
O “da Vinci, ex-Seidel”, criado em 1714 vai ser leiloado a 9 de Junho de 2022 e estima-se que seja vendido por cerca de 20 milhões de dólares. O nome refere-se ao seu tocador mais famoso, o russo-americano Toscha Seidel, que o comprou em 1924 por 25 mil dólares e foi seu dono durante 40 anos. A alcunha “da Vinci” foi incluída no nome do instrumento na década de 1920, depois de um leilão, — e este não é o primeiro violino a ser apelidado em honra a um artista renascentista italiano.[9]
Construção
As madeiras primárias utilizadas na construção de violinos, violoncelos e violas são o abeto para o tampo superior; e o bordo para o tampo inferior, as partes laterais e o braço. A estrutura é reforçada interiormente com salgueiro, e para as cravelhas e o ponto é utilizado ébano.[10] Era com estes materiais que Antonio Stradivari construía os seus instrumentos.[11] Especula-se sobre o tratamento que o luthier dava à madeira que utilizava; contudo, provas científicas mostram que elementos químicos como fluoreto, bórax, crómio e sais de ferro estão presentes na composição da mesma.[12] O verniz aplicado nos instrumentos resultava de uma mistura de borracha solúvel em óleo, com boa qualidade de secagem, e substâncias corantes.[13] Para a construção dos violinos o mestre italiano usava uma forma a partir da qual construía o violino exteriormente.[14] 1685 foi um ano revolucionário na manufacturação dos violinos, pois Estradivário aumentou as medidas padrão para um valor semelhante àquelas utilizadas pelo seu ensinante Nicola Amati, influenciando assim a produção de som.[15] A meticulosidade do design utilizado na cravelhas, ponto, rebordo e cavalete também distingue o construtor.[parcial?]
↑Gusset, David. «Wood» (em inglês). Consultado em 9 de Novembro de 2013
↑W. Henry Hill, Arthur F. Hill & Alfred E. Hill (1902). «Antonio Stradivari His Life and Work»(Edição Online) (em inglês). 2001. Consultado em 9 de Novembro de 2013
↑W. Henry Hill, Arthur F. Hill & Alfred E. Hill (1902). «Antonio Stradivari His Life and Work»(Edição Online) (em inglês). 2001. Consultado em 9 de Novembro de 2013
↑Pollens, Stewart (1992). The Violin Forms of Antonio Stradivari (em inglês). [S.l.]: Biddulphs. ISBN0-9520109-0-9
↑W. Henry Hill, Arthur F. Hill & Alfred E. Hill (1902). «Antonio Stradivari His Life and Work»(Edição Online) (em inglês). 2001. Consultado em 9 de Novembro de 2013