Dama Mary Eugenia Charles, DBE (15 de maio de 1919 - 6 de setembro de 2005) foi uma política dominicana que foi primeira-ministra de 21 de julho de 1980 até 14 de junho de 1995. A primeira mulher advogada na Dominica, ela foi a primeira de Dominica, e até agora única, primeira-ministra.[1]
Ela foi a primeira mulher nas Américas a ser eleita por direito próprio como chefe de governo. Ela serviu pelo segundo período mais longo de qualquer primeiro-ministro dominicano, e foi a terceira primeira-ministra mais antiga do mundo, atrás de Sirimavo Bandaranaike do Sri Lanka e Indira Gandhi da Índia. Ela estabeleceu um recorde para o serviço contínuo mais longo de qualquer mulher como primeira-ministra, com quase 15 anos de serviço.[2]
Ela foi apelidada ao longo dos anos de "Dama de Ferro do Caribe", em alusão a Margaret Thatcher.
Inicio de vida
Eugenia Charles foi neta de escravos em Dominica, sendo que seu pai um homem livre, atingiu certo sucesso no ramo de exportação de frutas e depois como um pequeno banqueiro local, e conseguiu estabelecer um bom padrão de vida e educação para Eugenia na época. Estudou em escolas somente para meninas em Dominica e Granadas. Com o tempo interessou-se pela área do direito. [3]
Realizou seus estudos universitários na década de 1940, no Canadá e Reino Unido, países mais abertos naquela época para a presença feminina em universidades. Tornou-se a primeira advogada de Dominica. A partir dos anos 60 começou a ingressar na vida política da pequena ilha.
Eugenia no ano de 1991, ganhou o título de dama, pela Ordem do Império Britânico.[4]
Carreira política
Em 1967, ela se envolveu com o grupo ativista Freedom Fighters, no ano seguinte o grupo se fundiu com o Movimento Nacional Democrático de Dominica para se tornar o Partido da Liberdade de Dominica (DFP). O partido realizou sua primeira convenção em junho de 1969 e Eugenia Charles foi nomeado seu líder, cargo que ocuparia até 1995.[5]
Charles disputou as eleições gerais de 1970, mas perdeu para Patrick John. Ela foi eleita para a Câmara da Assembléia nas eleições gerais de 1975, representando o distrito da Central Rouseau e se tornou a líder da oposição. Foi figura central na conferência constitucional de 1977 em Londres e apoiou ativamente que Dominica ganhasse total independência do Reino Unido em 1978. Em 1979, ela foi membro do Comitê de Salvação Nacional, que criou um governo interino após a renúncia de Patrick John.
Eugenie Charles tornou-se primeiro-ministra quando o DFP venceu as eleições gerais de 1980, a primeira vitória eleitoral do partido. Ela assumiu o lugar de Oliver Seraphin, que havia assumido o cargo apenas no ano anterior, quando protestos em massa forçaram o primeiro primeiro-ministro da história do país, Patrick John, a renunciar.
Seu primeiro mandato foi focado na reconstrução de infraestrutura e gerenciamento de desastres, pois o furacão David atingiu o país em 29 de agosto de 1979. Além disso, atuou como Ministra das Relações Exteriores de Dominica de 1980 a 1990, ministra das Finanças de 1980 a 1995 e como a presidente da Organização dos Estados do Caribe Oriental (OECS).[6]
Em 1981 enfrentou duas tentativas de golpe de Estado. Naquele ano, Frederick Newton, comandante das Forças Armadas de Dominica, organizou um ataque à sede da polícia em Roseau, resultando na morte de um policial. Newton e cinco outros soldados foram considerados culpados no ataque e condenados à morte em 1983. As sentenças dos cinco cúmplices foram posteriormente comutadas para prisão perpétua, mas Newton foi executado em 1986.[15]
Em 1981, um grupo de mercenários canadenses e americanos, principalmente afiliados a grupos supremacistas brancos e Ku Klux Klan, planejaram um golpe para restaurar o ex-primeiro-ministro Patrick John ao poder. A tentativa, chamada de Operação Red Dog, foi frustrada por agentes federais americanos em Nova Orleans, Louisiana.
Charles tornou-se mais conhecida no exterior por seu papel na preparação para a invasão de Granada pelos Estados Unidos em 25 de outubro de 1983. Após a prisão e execução do primeiro-ministro de Granada, Maurice Bishop, Eugenia estava servindo como presidente da OECS, fez um apelo à intervenção dos Estados Unidos, Jamaica e Barbados. Ela apareceu na televisão com o presidente dos EUA Ronald Reagan, apoiando a invasão.
Ela foi reeleita nas eleições gerais de 1985 e 1990. Eugenia Charles e seu partido eram considerados conservadores pelos padrões caribenhos, mas tinha propostas muitas vezes mais ao centro ou de esquerda, como algumas medidas de bem-estar social e de renda, e leis anti-corrupção e pró meio ambiente.
Referências