Eusébia nasceu em Tessalônica e era de origem macedônia. Seu pai foi o primeiro cônsul romano da família e os historiadores modernos o identificam como sendo Flávio Eusébio, que já havia sido mestre da cavalaria (magister equitum) e mestre da infantaria (magister peditum). O panegírico de Juliano menciona que o pai já havia morrido quando ela se casou com Constâncio..[2] Não se sabe quem foi sua mãe, mas o panegírico afirma que ela tinha uma "nobre disposição" e que, quando o marido morreu, se dedicou aos filhos e tinha uma grande reputação por sua prudência[3]
Amiano Marcelino menciona que ela tinha dois irmãos, os dois "ex-cônsules Eusébio e Hipácio"[4], que foram acusados falsamente de traição por Paládio durante o reinado de Valente, castigados com multas e exilados. Porém, foram logo chamados de volta, perdoados das multas e "restaurados aos seus antigos títulos e honras"[5]. Historiadores modernos os identificaram como sendo os cônsules de 359, Flávio Eusébio e Flávio Hipácio. Juliano afirma que eles só conseguiram os cargos que tiveram por influência da irmã.
Imperatriz
O panegírico de Juliano data o matrimônio com Constâncio antes da derrota do imperador-rival Magnêncio (agosto de 353). A cerimônia pode ter se realizado no início deste mesmo ano..[2] Desde o começo, Eusébia influenciou o marido[6], promovendo tanto sua família que chegou a ser acusada de nepotismo[7]
Em 354, Eusébia visitou Roma pela primeira vez. Constâncio estava na Germânia na época.[2] A imperatriz distribuiu grandes somas em dinheiro entre "os presidentes das tribos e aos centuriões do povo"[8]
Juliano
Segundo as fontes antigas, a ascensão de Juliano se deu por intermédio de Eusébia. Ela convenceu Constâncio a não matá-lo e a enviá-lo a Atenas, onde ele continuou seus estudos. O próprio Juliano confirma em seu panegírico..[2][9] e na sua "Carta ao Senado e ao Povo de Atenas"[2], que escreveu em 361[10]. Amiano Marcelino afirma que foi Eusébia que salvou a vida de Juliano depois da morte por traição de Constâncio Galo, meio-irmão de Juliano, em 354[11]. Libânio confirma a história em sua "Oração Fúnebre ao Imperador Juliano"[2][12]. Sócrates Escolástico oferece um relato quase idêntico sobre as suspeitas que o imperador tinha em relação a Juliano e como ele se safou, primeiro fugindo de um lugar para o outro e "afinal, a imperatriz Eusébia, tendo descoberto seu esconderijo, convenceu o imperador a deixá-lo ileso e permitiu-lhe que seguisse para Atenas para continuar com seus estudos filosóficos"[13]Sozomeno conta a mesma história[14]
Imperadores
Constantino I, sogro de Eusébia e fundador da dinastia.
Juliano, protegido de Eusébia e uma das principais fontes sobre sua vida.
Moedas romanas
Juliano atribui essa proteção à bondade de Eusébia, o que pode ser uma liberdade literária e um elogio político. Amiano Marcelino sugere motivações mais políticas e sofisticadas..[1] Segundo os historiadores modernos Shaun Tougher e J. Juneau, é possível que Eusébia estivesse atuando como "testa de ferro" de Constâncio, um peão em sua estratégia agindo como intermediária com Juliano já que a relação entre os dois era boa. Eusébia assim construiu uma valiosa aliança quando Constâncio mais precisava de uma[1][15]
César Juliano
Em 355, Eusébia, segundo Juliano[16][17], apoiou a nomeação de Juliano como césar. O novo césar foi enviado para a Gália como subordinado aos generais que já estavam lá e que receberam a missão de vigiá-lo para que ele não iniciasse uma revolta contra Constâncio[18].
Segundo Amiano Marcelino, a situação na região era desesperadora, mas Constâncio considerava arriscado demais deixar a Itália e, por isso, resolveu associar seu primo Juliano ao trono.[19], apesar de todas as vozes contrárias na corte que lembravam o ocorrido com Constâncio Galo. Segundo Amiano, a imperatriz lutou contra a corte dizendo que um parente era preferível a outra pessoa[19]
Segundo Zósimo, a imperatriz sabia que Constâncio desconfiava de seus parentes e o convenceu dizendo que "Juliano era um jovem que desconhecia as intrigas do estado e havia se dedicado completamente a seus estudos; e ele era totalmente inexperiente nos negócios mundanos. Que por isso ele seria mais adequado para seus propósitos do que qualquer outro. Que ou teria sucesso e seu êxito se atribuiria à conduta do imperador ou cairia e pereceria; e que então Constâncio não teria ninguém da família para sucedê-lo".[20]
Segunda visita a Roma
Em 357, Constâncio e Eusébia visitaram Roma, a segunda visita documentada da imperatriz à cidade[2], para celebrar a Vicennalia, o vigésimo aniversário do reinado de Constâncio. A corte toda se mudou para a antiga capital imperial nesta que foi a primeira e única vez que o imperador pôs os pés ali. Assim, ele segui o exemplo de Diocleciano e Constantino I, que também comemoraram lá suas Vicennalias. A presença de Constâncio, Eusébia e Helena, esposa de Juliano, transformou a ocasião num espetáculo dinástico[21] que Amiano narra com grandes detalhes no livro 16 (cap. 10) de sua "História Romana".
Ele afirma que Eusébia se aproveitou da ocasião para tentar convencer Helena a não ter filhos com Juliano. Segundo este autor, "por suas artimanhas, persuadiu Helena a beber uma estranha poção para que, sempre que estivesse grávida, sofresse um aborto"[22]. No ano anterior, ela já havia perdido outro filho na Gália. Atualmente, considera-se que esta história da poção seja uma afirmação do historiador sem mais provas[23]. Plinio Prioreschi considera este relato como um exemplo de um erro comum nos relatos da medicina antiga, "a atribuição a uma droga de propriedades que elas não poderiam ter": neste caso, uma poção que seria consumida uma única vez e que agiria durante anos[24].
Contudo, o historiador do século XVIII Edward Gibbon não descartou totalmente a história, deixando para os médicos e não para os historiadores a possibilidade de existir um veneno semelhante[25]. Historiadores como Shaun Tougher ou Noël Aujoulat consideram que não se deve descartar a possibilidade de Helena ter abortado através do uso de alguma substância abortiva cujo uso teria sido induzido por Eusébia. A imagem da imperatriz que se perpetuou foi o retrato elogioso pintado por Juliano em seu panegírico. Mas Eusébia, na realidade, foi a maior ameaça a Juliano durante seu mandato como césar, uma posição que o colocava como herdeiro aparente do trono imperial enquanto Eusébia e Constâncio não tivessem filhos. Se o herdeiro do casal imperial viesse, Juliano teria deixado de ser útil aos seus padrinhos imperiais[26].
Eusébia aparece envolvida num incidente ocorrido anos mais tarde, em 359. Descobriu-se uma suposta conspiração de Barbácio numa carta recebida de sua esposa Assíria. Nela, ela dizia que, depois da morte de Constâncio e de ter-se convertido em imperador, "não deveria se desfazer dela e era preferível o casamento com Eusébia, que era então a rainha e chamava a atenção entre as mulheres pela beleza de sua pessoa". Depois de esta carta ter sido enviada com todo sigilo possível, a moça que a havia escrito ouvindo o ditado de sua senhora levou uma cópia a Arbício, o mestre dos soldados (magister militum), tão logo ele voltou de uma campanha. Com base nela, ele foi ao imperador. O assunto foi investigado e o casal terminou executado[27]
Como lembra R. Haston Norwood em seu artigo sobre Barbácio, a carta não foi composta pela própria Assíria e sim por uma serva, o que pode ter sido uma tramoia de Arbício para se aproximar do imperador. Não se sabe realmente se havia um complô e, como a carta era cifrada, tampouco se pode assegurar que continha as exatas palavras de Assíria[28].
Papel religioso
Eusébia exerceu uma considerável influência sobre o imperador e afetou suas decisões políticas[29]. Com frequência aparece a sabedoria e a bondade da imperatriz, assim como a sua lealdade a Constâncio.[30] Amiano sugeriu que Constâncio teria honrado esta lealdade renomeando a Diocese do Ponto como Pietas, o equivalente latino do nome grego "Eusebia"[a].
Em 24 de agosto de 358, um grande terremoto destruiu a Nicomédia. Entre as vítimas, Amiano menciona "Aristêneto, vice-governador da recém-criada diocese que Constâncio, em honra à esposa, Eusébia, havia chamado Pietas"[31]. A Epítome dos Césares, atribuída a Aurélio Vítor, menciona a própria devoção de Constâncio a Eusébia, "que era verdadeiramente elegante" e a quem ele preferia entre todas as suas esposas[32].
Eusébia usou também sua influência para promover o arianismo, papel destacado principalmente por Sozomeno..[2]. A influência dos sacerdotes arianos sobre Eusébia e Eusébio, o eunuco que era o camareiro-chefe, fez com que se reiniciassem as disputas religiosas na corte, exatamente como queriam Teógnis de Niceia, o bispo ariano da província da Bitínia, e seus partidários[33]Teodoreto documenta que Eusébia enviou dinheiro ao papa Libério, que estava exilado em 355[2][34]
A "Suda" menciona Eusébia em um artigo dedicado a Leôncio, bispo de Trípoli, na Lídia. Segundo esta enciclopédia, o bispo teria ficado indiferente à chagada da imperatriz, que mandou chamá-lo e ofereceu-lhe uma grande igreja. Mas o bispo afirmou que não iria se ela não se dispusesse a se humilhar e pedir sua benção, permanecendo em pé até que lhe fosse dado permissão. Irritada, Eusébia pediu ajuda ao esposo e clamou por vingança. Mas ele confirmou a independência de Leôncio e rechaçou o pedido[35].
Morte
Como a primeira esposa de Constâncio, cujo nome não se sabe, Eusébia também tentou engravidar, sem sucesso. Diz-se que a imperatriz teria abraçado o arianismo por causa do fracasso dos bispos ortodoxos em curar sua infertilidade.[36]. O historiador Filostórgio escreveu que o bispo e conhecido curandeiro ariano Teófilo, o Índio, foi reconvocado do exílio para curar seu útero. Ele afirma que Teófilo a teria curado, mas mesmo assim ela continuou sem engravidar.[37] Eusébia finalmente faleceu enquanto estava tentando mais um tratamento para restaurar sua fertilidade[36]
Segundo o tradutor e comentarista moderno Philip R. Amidon, Filostórgio "disse que a esposa de Constâncio tinha frequentes ataques de histeria e, como ele era tão profundamente devotado a ela, seu viu forçado a trazer de volta Teófilo do exílio, pois este tinha a fama de conseguir curar enfermidades através do poder divino. Quando chegou, pediu perdão pelos pecados que havia cometido contra ele e rogou para que curasse sua esposa. Não fracassou na tentativa, nos diz o autor. Pois Teófilo impôs as mãos na mulher e eliminou sua enfermidade". Amidon lembra que a histeria de Eusébia também foi mencionada por Jorge Cedreno e João Zonaras[38].
A morte de Eusébia evidencia o "medo da esterilidade" na Roma Antiga. O propósito do matrimônio romano era muito específico, a reprodução. As mulheres deveriam ter filhos para não serem legalmente tuteladas e terem direitos hereditários. Desta forma, havia muita pressão para ter filhos e, quando eles "demoravam para chegar", elas geralmente recorriam à religião ou usavam drogas para enfrentar a infertilidade. O destino de Eusébia indica que a medicação que ela tinha à sua disposição poderia ser tão perigosa quanto os abortivos[39].
Historiadores modernos
Juliano revela a influência de Eusébia nas decisões de Constâncio, mas constantemente lembra que a palavra final era do imperador e não da imperatriz. Ela o convence, não lhe dá ordens. No fim, Juliano acaba esquecendo o tema e fala mais de si mesmo do que de Eusébia[40].
A imagem passada por Amiano Marcelino está enviesada por suas próprias preferências e ódios. Barnes lembra que o retrato que ele faz de Eusébia foi positivo, mas que havia para isso motivos claros. Eusébia era irmã de Hipácio, amigo e provável patrocinador de Amiano. A mudança de Amiano para Roma se encaixa perfeitamente com o período em que Hipácio era prefeito[41].
↑Juliano (1913). Trad. por Wilmer Cave Wright, ed. The Works of the Emperor Julian (em inglês). 1. [S.l.: s.n.] p. 305-309. Consultado em 20 de julho de 2013
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↑Aurélio Vítor (2000). Trad. de Thomas M. Banchich, ed. Obras de Aurélio Vítor. Um livreto sobre o estilo de vida e os modos dos imperadores (em inglês). [S.l.: s.n.] Consultado em 20 de julho de 2013
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↑A History of Women in the West: From Ancient Goddesses to Christian Saints (em inglês). [S.l.: s.n.] 1994. pp. 315–316|acessodata= requer |url= (ajuda)
↑"The Propaganda of Power: The Role of Panegyric in Late Antiquity", p. 116, 121
↑Timothy Barnes, "Ammianus Marcellinus and the Representation of Historical Reality" (1998), p. 120-123
Itálico indica uma coimperatriz júnior, sublinhado indica uma imperatriz cuja legitimidade do marido é debatida, enquanto negrito indica uma imperatriz reinante
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