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Frida Alexandr

Frida Alexandr
Nascimento 29 de dezembro de 1906
Rio Grande do Sul
Morte junho de 1972
São Paulo
Cidadania Brasil
Ocupação escritora

Frida Alexandr (29 de dezembro de 1906 – junho de 1972)[1] foi uma dona de casa, voluntária e autora judaico-brasileira. Sua única obra publicada, Filipson, Memórias da primeira colônia judaica no Rio Grande do Sul (1967) descreve a colônia agrícola estabelecida por imigrantes judeus no Rio Grande do Sul no início do século 20. Ela foi a primeira mulher a publicar histórias sobre imigrantes judeus a viverem no Brasil rural.[2] e a única mulher de Filipson a escrever sobre a colônia a partir de uma perspectiva em primeira mão.

Biografia

Frida Schweidson era filha de imigrantes judeus russos que haviam chegado ao Brasil com o apoio da Jewish Colonization Association.[3] Ela nasceu e foi criada na propriedade rural de seus pais, chamada de Filipson, e foi educada na escola dirigida pelos colonos.

No final da adolescência ela se casou com Boris Alexandr, um imigrante russo, e mudou-se para São Paulo, onde foi pianista de cinema mudo.[4] Eles tiveram dois filhos e uma filha.[2] Em São Paulo, ela tornou-se voluntária ativa da Organização Internacional de Mulheres Sionistas (Women's International Zionist Organization- WIZO). Alexandr escreveu seu único livro, Filipson, como um projeto da WIZO. Ela começou a escrever o livro a pedido de seus filhos, que tinham ouvido suas histórias de infância quando eles eram mais jovens.[2][5] Ela começou a escrever o livro de memórias 20 anos após ter deixado Filipson, e o completou 20 anos mais tarde.[5] Alguns exemplares da primeira edição foram vendidos, mas a maioria foi doada para a caridade. Nenhuma edição posterior foi publicada.[6]

Filipson

Filipson, Memórias da primeira colônia judaica no Rio Grande do Sul é uma compilação de 56 narrativas que descrevem a colônia agrícola judaica entre os anos de 1905 e 1925, através dos olhos de Alexandr e outras pessoas que vivenciaram esses eventos.[4][7] O livro é considerado como a única descrição em primeira mão da vida judaica em Filipson por uma mulher e o primeiro livro publicado em português a tratar exclusivamente de imigrantes judeus nas áreas agrícolas do Brasil.[7] Alexandr inspirou-se em suas memórias de infância e adolescência em Filipson, bem como nas memórias de seus irmãos e de outros moradores, para escrever as narrativas.[8] Escrito em português,[9] o livro é repleto de coloquialismos regionais.[4]

As narrativas detalham a vida e a atividade dos "camponeses, vaqueiros, retireiros de leite, farmacêuticos, curandeiros, parteiras e professores, bem como outros envolvidos na aração, plantio e colheita nos campos". Atenção é dada às práticas religiosas e cerimônias de ciclo de vida dos moradores, à construção de uma sinagoga, e à educação das crianças. Eventos externos que impactaram na colônia, incluindo "epidemias, calamidades naturais e foras-da-lei", também são discutidos. Alexandr dá voz ao desejo de muitas jovens residentes do sexo feminino de deixar os " limites sufocantes" da comunidade agrícola, um desejo que só poderia ser cumprido pelo casamento.[10]

Hussar e Igel notam que Alexandr escreve mais como uma romancista do que uma historiadora, liberalmente empregando técnicas narrativas, tais como a "unidade de cenário e personagens recorrentes, arquétipos, temas e símbolos".[11][12] O fato de ela não especificar datas para o registro histórico também indica que ela não tinha a intenção de escrever uma história por si só.[13]

Referências

  1. «Frida Alexandr». Jewish Women: A Comprehensive Historical Encyclopedia 
  2. a b c Igel 1999, p. 69.
  3. Igel 1999, pp. 64, 69.
  4. a b c Igel 1999, p. 70.
  5. a b Hussar 2008, p. 57.
  6. Igel 1999, p. 62.
  7. a b Igel 2000.
  8. Hussar 2008, pp. 58-59.
  9. Hussar 2008, p. 126.
  10. Hussar 2008, p. 62-63.
  11. Hussar 2008, p. 60.
  12. Igel 1999, p. 72.
  13. Falbel 1984, pp. 119-120.

Fontes

Ligações externas

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