Dom Gaspar Barata de Mendonça (Sardoal, 3 de agosto de 1627 - Sardoal, 11 de dezembro de 1686[1]) foi um prelado e jurista português, primeiro arcebispo da Bahia e o primeiro a ser intitulado Primaz do Brasil[2].
Biografia
Era filho de Pedro Lopes Barata, que ocupou altos cargos na magistratura e de sua mulher Antónia de Moura. Foi realizar seus estudos em Direito na Coimbra, sendo nomeado juiz da comarca de Sardoal. Pouco depois, foi nomeado juiz de fora em Tomar[2]. Como ficou desgostoso com as injustiças cometidas na época, retirou-se da magistratura e decidiu por entrar em um seminário[2]. Depois de ordenado padre, ficou como vigário em São João do Gestaçô, vinculado à Diocese do Porto. Tempos depois, foi deslocado para Santa Engrácia[2]. Por usa excepcional oratória e cultura, acabou sendo designado Desembargador da Relação Eclesiástica de Lisboa, Juiz dos Casamentos e Relator de Direito Canónico. Nesse posto, votou pela nulidade do casamento de Dom Afonso VI de Portugal com Dona Maria Francisca Isabel de Sabóia.[3] Posteriormente, foi nomeado governador do Bispado de Miranda, pelo impedimento do titular, Dom André Furtado de Mendonça[2].
Em 1676, o Rei Dom Pedro II fez uma petição ao Papa Inocêncio XI, para elevar à dignidade de arquidiocese a então Diocese de São Salvador da Bahia de Todos os Santos. E também pedia ao Pontífice que, ao converter a catedral da Bahia na distinção de metrópole-primaz do Brasil, nomeasse, também, como seu primeiro arcebispo, a Dom Gaspar Barata de Mendonça, “por saber que nele concorriam e se exercitavam todas as virtudes e qualidades que era mister para tamanha dignidade”[2]. Dessa forma, o Santo Padre emitiu duas bulas em 16 de novembro de 1676, a Inter Pastoralis Oficii elevando à arquidiocese de São Salvador e criando suas respectivas sufragâneas e a Divina Disponente Clementia, em que nomeia Gaspar Barata de Mendonça como arcebispo da nova arquidiocese[2]. Teve como seu consagrante Dom Luís da Silva Teles, O.SS.T., bispo de Lamego, auxiliado por Dom Estêvão Brioso de Figueiredo, bispo de Olinda e por Dom Cristóvão de Almeida, O.S.A., bispo-auxiliar de Lisboa.[4]
Tomou posse da nova arquidiocese, por procuração, em 3 de junho de 1677, tendo exercido a prelazia por delegados, sem ter de fato viajado para a sua nova Sé, por conta da frágil saúde[2]. Não por isso, realizou diversas melhorias na cidade, tendo feito eregir algumas paróquias[5]. Por sua ordem, chegaram a Salvador monjas clarissas vindas do Mosteiro de Évora, que vieram a fundar o Convento de Santa Clara do Desterro.[6] Resignou-se do cargo em 1681.
Faleceu na sua vila natal, em 11 de dezembro de 1686. Jaz sepultado no mausoléu junto à capela-mor da Igreja de Santa Maria da Caridade.
Referências
Bibliografia
Ligações externas