De cima, da esquerda para a direita: Centro Comercial, centro; Estacionamento do Shopping Jequitibá e centro da cidade ao fundo; Av. Amélia Amado; Ponte sobre o rio Cachoeira, com o bairro nobre Jardim Vitória ao fundo; Av. Amélia Amado e centro da cidade ao fundo; rio Cachoeira e edifícios dos bairros nobres Góes Calmon (à esquerda) e Jardim Vitória (à direita)
Conforme Eduardo Navarro em seu Dicionário de Tupi Antigo (2013), o nome "Itabuna" é derivado dos termos tupisitá + abuna, que significa "padre de pedra" (itá, pedra + abuna, padre). O nome é uma referência a uma formação rochosa que se assemelha a um padre.[17] Essa formação rochosa veio a designar o terceiro distrito de Ilhéus, Cachoeira de Itabuna, ao qual pertencia a localidade de Tabocas, que veio a dar origem ao atual município de Itabuna.[18]
No século XVI, quando chegaram os primeiros portugueses à região, a mesma era habitada pelos tupiniquins, grupo indígena do tronco tupi. Os portugueses implantaram, na região, a capitania de Ilhéus, porém esta fracassou economicamente devido aos constantes ataques dos índios aimorés, que, a partir da década de 1550, retornaram à região, provenientes do interior do continente.[19][20]
O povoamento de origem europeia na região só se consolidou a partir do momento em que esta passou a servir como principal ponto de passagem de tropeiros, que se dirigiam a Vitória da Conquista. Na área cortada pelo rio Cachoeira, surgiu, em 1857, o Arraial de Tabocas, em meio à mata, que estava sendo ocupada por não índios. O nome Tabocas, segundo a tradição, deve-se a um imenso jequitibá, de cuja derrubada fora feita uma disputa, sendo aquele o "pau da taboca", ou seja, da roça que se abria.[21]
A partir de 1867, intensificou-se a ocupação da região por não índios - principalmente migrantes sergipanos, dentre os quais se destacam Félix Severino de Oliveira, depois conhecido como Félix Severino do Amor Divino, e José Firmino Alves, que eram primos. Félix fundou, na entrada de Itabuna, a Fazenda Marimbeta. Hoje, existe uma rua com esse nome, no bairro da Conceição. Eles vieram da Chapada dos Índios, atual Cristinápolis. A eles, se atribui a fundação da futura cidade de Itabuna.[22]
Em trinta anos, o crescimento da povoação foi tanto que, em 1897, os moradores pleitearam sua emancipação, que foi negada. Nova tentativa foi feita, junto ao governo estadual, em 1906, comprometendo-se Firmino Alves a doar os terrenos para que fossem erguidas as sedes administrativas.[23]
Emancipação
Fundado em 1910, o município de Itabuna tem sua cronologia confundida com a própria origem do seu perímetro urbano, a partir de meados do século XIX, reduzindo-se a importância da centenária Ferradas, que foi a primeira vila — com o nome de Dom Pedro de Alcântara, três décadas antes de Tabocas — e o primeiro povoamento não indígena no território daquele que viria a ser o município de Itabuna.[24]
Em abril de 2011, foi protocolado, na Assembleia Legislativa da Bahia, uma proposta do deputado Gilberto Santana, do Partido Trabalhista Nacional, para a criação da Região Metropolitana do Cacau, que englobaria os municípios de Almadina, Arataca, Aurelino Leal, Barro Preto, Buerarema, Camacã, Canavieiras, Coaraci, Floresta Azul, Ibicaraí, Ibirapitanga, Ilhéus, Itabuna, Itajuípe, Itacaré, Itapé, Itajú do Colônia, Itapitanga, Jussari, Maraú, Mascote, Pau Brasil, Santa Luzia, São José da Vitória, Ubaitaba, Una e Uruçuca.[25][26]
Demografia
População (censo)
Segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de Itabuna é de 186 708 habitantes, ocupando a posição 7ª na Bahia, 32ª no Nordeste e 161ª no Brasil. Em comparação com o Censo 2010, houve uma queda de -8,69%. Apesar da redução da população, Itabuna continua sendo um dos dez municípios mais populosos da Bahia, superando em população o município vizinho Ilhéus, que tem 178 703 habitantes e está na 8ª posição no estado.[27][28][29][30] Mais dados da população abaixo:
Dados do Departamento de Ciências Atmosféricas, da Universidade Federal de Campina Grande, mostram que Itabuna apresenta um clima com média pluviométrica anual de 1891 mm[36] sendo o mês de março com maior precipitação e setembro com a menor média mensal e temperatura média anual de 23 °C, sendo julho com a temperatura mínima mais baixa do ano e janeiro a mais alta.[37]
Com relação à economia, Itabuna é um dos vinte municípios mais ricos do estado da Bahia. Segundo o IBGE, o produto interno bruto (PIB) do município em 2021 era de R$ 4,2 bilhões, ocupando a posição 16° na Bahia e 323° no Brasil. Em 2021, o PIB per capita era de R$ 19.618,7, ocupando a posição 63° na Bahia e 3179° no Brasil.[40][41][42]
O principal centro comercial e econômico da cidade é a Avenida Cinquentenário, famosa por ser um local de compras, comércio, bancos e muito movimento. A avenida responde pela maior concentração de lojas da cidade.[43][44][45][46][47]
Há em Itabuna um pouco mais de 20 mil empresas ativas. Entre as principais atividades econômicas de Itabuna estão os setores de serviços, comércio varejista, alimentos, restaurantes, manufatura, indústrias da transformação, construção, etc. O setor de serviços ocupa a primeira posição, com um pouco mais de 9 mil empresas ativas.[48][49][50]
A cidade conta com um shopping center, o Shopping Jequitibá, inaugurado em 5 de maio de 2000 e localizado na Avenida Aziz Maron. O Shopping Jequitibá é o maior centro comercial do sul da Bahia.[51][52][53][54]
Saúde
Em 2009, Itabuna contava com 84 estabelecimentos de saúde. Com relação à mortalidade infantil, em 2020, teve uma taxa média de 15,86 óbitos por mil nascidos vivos.[55]
O município conta com alguns hospitais importantes. Um deles é o centenário Hospital Calixto Midlej Filho, que é administrado pela Santa Casa de Misericórdia de Itabuna e é referência no interior da Bahia. O Hospital Calixto Midlej Filho foi inaugurado em 7 de setembro de 1922.[56][57][58] Outro hospital importante é o Hospital de Base Luis Eduardo Magalhães, inaugurado em 27 de setembro de 1998 e que atendeu, em 2017, 139 municípios.[59][60][61][62] Segundo a Prefeitura Municipal de Itabuna, o Hospital de Base Luis Eduardo Magalhães recebe diariamente pacientes de mais de 168 municípios, além de Itabuna.[63]
Cultura
Artes
No dia 26 de julho de 2019 houve a formação de um local de grande importância para a cultura da cidade de Itabuna, que foi a inauguração do Teatro Candinha Dórea. A grande inauguração contou com a presença do governador da Bahia, Rui Costa (político), e a secretária estadual de Cultura, Arany Santana.[64]
A obra da prefeitura ficou paralisada há cerca de uma década, e foi finalizada graças um repasse de recursos da ordem de R$ 30 milhões do Governo do Estado.[64]
O novo teatro que é apto a receber espetáculos nacionais e internacionais, possui em sua estrutura física todas as normas ambientais, de segurança e acessibilidade, além de possuir uma moderna iluminação, sonorização, mecânica, cênica e acústica, um amplo lobby, camarim, sanitários, salas de apoio e administração.[64]
Itabuna conta com um terminal rodoviário, construído em 1967, localizado no centro da cidade. O terminal, conhecido formalmente como Terminal Rodoviário Francisco Ferreira da Silva, conta com os serviços das empresas Rota Transportes, Viação Águia Branca, Cidade Sol, Expresso Brasileiro, Gontijo, Rio Doce, entre outras.[66][67]
Há na cidade um antigo aeroporto, chamado Tertuliano Guedes de Pinho, inaugurado entre as décadas de 1940 e 1950. Devido a ineficiência e falta de segurança, o aeroporto teve o funcionamento cancelado em 2004 pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).[68][69][70][71][72]
Em 2022, Itabuna teve uma frota de 87 345 veículos, sendo o automóvel o mais utilizado.[73]
Subdivisões
Itabuna tem entre 50 e 60 bairros. O município tem apenas um distrito, que é Itabuna (sede). Até o início dos anos 2000, Ferradas, lugar onde nasceu o escritor Jorge Amado, foi um distrito. Hoje, Ferradas é um bairro.[74][75][76][77]
O bairro mais populoso de Itabuna é a Califórnia, com 12 312 habitantes, segundo o Censo 2022 do IBGE. O bairro Santo Antônio é o segundo mais populoso (10 418 habitantes) e o São Caetano é o terceiro (8 908 habitantes). O bairro com a menor população é Vila Maria, com 175 habitantes.[78][79]
O bairro mais antigo de Itabuna é o Pontalzinho, fundado em 1914.[80]
Edifícios do Jardim Vitória, bairro nobre de Itabuna
Praça do bairro Mangabinha, um dos mais populosos da cidade
Rua Isolina Guimarães, Zildolândia, bairro nobre da cidade
↑ abGÂNDAVO, P. M. A primeira história do Brasil: história da província Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. 2ª edição. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor. 2004. p. 163. 164.
↑BUENO, E. Brasil: uma história. 2ª edição. São Paulo. Ática. 2003. p. 19.
↑ abcdBranco, Governo da Bahia Secretaria de Cultura Palácio Rio; Souza, Praça Thomé de; Brasil, s/n-Centro CEP 40 020-010- Salvador- Bahia3103-3400 Horário de funcionamento: 8h30 às 17h30 Localização Exerça sua cidadania Fale com a Ouvidoria Todo o conteúdo desse site está publicado sob a licença Creative Commons Atribuição-SemDerivações 3 0. «Inauguração do Teatro Municipal de Itabuna terá Ivete Sangalo, OSBA e BTCA». SecultBA - Secretaria de Cultura - Governo do Estado da Bahia. Consultado em 31 de maio de 2021[ligação inativa]