"Itapuã" é um termo tupi que significa "pedra erguida", através da junção de itá (pedra) e pu'ã, erguido [9] e refere-se a um afloramento de rocha situado ao largo da área de arrebentação da praia. Segundo relata Gabriel Soares de Souza no seu Tratado descritivo do Brasil em 1587, "a Tapuã é uma ponta sahida ao mar, com uma pedra no cabo cercada d'elle, a que o gentio chama d'este nome, que quer dizer pedra baiza; defronte d'esta ponta em um alto, está uma fazenda (...) com uma hermida de São Francisco." [10]
História
No século XVII, Itapuã era uma armação baleeira. Por volta de 1625, na vila de pescadores que se formara ali, foi erguida a igreja de Nossa Senhora da Conceição de Itapuã [10] A santa católica correspondia a Iemanjá, no sincretismo religioso da Bahia e era objeto de culto e de festa, a qual, a princípio, reunia apenas os habitantes da vila.
O trecho inicial da praia de Itapuã é conhecido como Placafor ou Placa Ford. Isto porque, por volta da década de 1960, foi instalado na avenida Otávio Mangabeira, em frente à praia, um grande outdoor da Ford. A placa ficava sobre a linha imaginária que separa as areias de Piatã e Itapuã e acabou por se tornar ponto de referência para aquele trecho da praia de Itapuã que foi moda nos anos 1960. [11] A placa já não existe, mas o início da praia de Itapuã continua a ser referido como Placafor.
Foi também a casa do dramaturgo/poeta/letrista Vinicius de Moraes e do compositor Dorival Caymmi. Vinícius, juntamente com seu colaborador Toquinho, escreveu e cantou um famoso hino evocativo da vila bucólica que era Itapuã no seu tempo.[12] A casa na qual Vinicius viveu com a atrizGessy Gesse na Rua Flamengo, n° 44, construída nos anos 1970 em frente ao mar de Itapuã, atualmente é o restaurante Casa di Vina, uma referência ao nome como os amigos apelidavam Vinicius; onde também abriga o Memorial Casa di Vina, aberto gratuitamente ao público, onde estão expostos objetos, fotos e documentos da história do casal e da passagem do poeta pela Bahia que além da canção Tarde em Itapuã produziu muitas outras obras primas.[13][14]
Hotéis luxuosos instalaram-se em Itapuã, como o Hotel Deville Prime Salvador. A área é permeada por loteamentos luxuosos, além de um grande número de restaurantes vendendo comidas típicas. Os quitutes do tabuleiro de Cira (uma baiana do acarajé ou, no dizer tradicional dos locais, "freguesa do acarajé"), que se instala diariamente em frente a uma praça. Itapuã tem música e dança nos finais de semana, tanto ao longo da orla marítima quanto na Lagoa do Abaeté. Uma pesquisa feita pelo jornal Correio em 2016 indicou que o bairro tem o terceiro melhor preço de aluguel de imóvel em Salvador.[15]
Em julho de 2018 entrou na lista dos locais onde mais ocorrem assaltos a ônibus.[19] Segundo o delegado José Neles, titular da Delegacia de Repressão a Furtos de Veículos: "Ali [Itapuã], nós temos um crescimento populacional desorganizado muito grande, diversas rotas de fuga e locais de difícil acesso para a polícia (...) Mas é um bairro que a polícia reserva, sem dúvida nenhuma, uma operação significativa para que possa dar uma resposta e reduzir."[19]