Um exemplo do idioma aparece escrito em torno das bordas de uma pintura sobre uma pátera: "foied vino pipafo, cra carefo"; em latim: hodie vinum bibam, cras carebo, 'hoje beberei vinho; amanhã não terei'.[2] Nele podem ser vistas algumas das características fonéticas do falisco, como:
Retenção do f medial, que no latim se tornou b;
Representação do gh inicial do proto-indo-europeu por f (foied, em contraste ao latim hodie, "hoje");
Palatalização do d+i consonântico (iod) num som expresso apenas pelo i- (o som central de foied, anteriormente fo-died;
Perda do s final, ao menos diante de certos sons (cra, em contraste ao latim cras, "amanhã");
Outras características indicadas em outras inscrições são:
Retenção das labiovelares (fal. cuando = latim quando; em contraste, o úmbriopan(n)u;)
Assimilação de certas consoantes finais ao som inicial da próxima palavra: "pretod de zenatuo sententiad",[3] em latim "praetor de senatus sententia" (zenatuo de senatuos, um genitivo arcaico).[4]
Parece provável que o dialeto perdurou pelo menos até 150 a.C., embora tenha sido gradualmente influenciado pelo latim.
Além dos restos que foram descobertos em sepulturas, e que pertencem principalmente ao período da dominação etrusca, e que dão amplas evidências de refinamento e prosperidade material, os estratos anteriores produziram descobertas ainda mais primitivas do período itálico. Diversas inscrições que consistem apenas de nomes próprios podem ser vistos como etruscos, e não faliscos, e por este motivo foram desconsiderados no que diz respeito ao estudo do próprio falisco. É digno de menção a existência da cidade chamada Feronia na Sardenha, que provavelmente recebeu este nome em homenagem à deusa nativa dos colonosfaliscos, dos quais encontrou-se uma inscrição votiva da igreja de Santa Maria di Falleri.[5]
↑Para maiores detalhes, ver Conway, ib. pp. 370 ff., especialmente pp. 384–385, onde a relação entre os nomes Falisci, Falerii ao herói local Heleso (Halaesus) (Ovídio, Fasti, iv. 73) é discutida, e onde são apresentados os motivos para acreditar que a mudança do f inicial (de um bh ou dh original) para um h inicial seria uma marca genuína do dialeto falisco.