Os ventos ascendentes no Pacífico Central e Ocidental, descendentes no oeste da América do Sul, alísios (de leste para oeste) próximos à superfície e de oeste para leste em altos níveis da troposfera correspondem à chamada Célula de Walker, área de constante evaporação que regula o padrão de circulação da convecção originada sobre o oceano. Em situações normais, as águas mais quentes do Pacífico Equatorial Oeste são represadas pela intensificação dos ventos alísios. Com o La Niña, o afloramento aumenta e a termoclina se torna mais rasa a leste do Pacífico, ao mesmo tempo em que as águas quentes são represadas mais a oeste que o normal, alongando a Célula de Walker.[3][4][5]
O termo "La Niña" é espanhol e significa "a menina",[3] em uma alusão ao contrário de "El Niño" ("o Menino", em referência ao Menino Jesus). Outros nomes como "El Viejo" ou "anti-El Niño" também foram usados para se referir ao resfriamento, mas o termo La Niña ganhou mais popularidade.[2][4] As últimas ocorrências com forte intensidade foram registradas em 1988–1989, 1998-2001, 2007–2008, 2010-2012 e 2020-2023.[1][6][7]
Aumento das temperaturas na região leste da Austrália
Aumento das temperaturas e chuvas na região leste da Ásia
No Brasil
Os principais efeitos de episódios do La Niña observados sobre o Brasil são:[8]
Passagens rápidas de frentes frias sobre a Região Sul
Temperaturas próximas da média climatológica ou ligeiramente abaixo da média sobre a Região Sudeste, durante o inverno
Chegada das frentes frias até a Região Nordeste, principalmente no litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas; Tendência às chuvas abundantes no norte e leste da Amazônia; Chuvas acima da média para o setor centro-norte do Nordeste
Chuvas muito acima da média no leste dos estados da Região Sul, estiagem no oeste destes estados e no Paraguai
Em geral, um episódio La Niña começa a desenvolver-se em um certo ano, atinge sua intensidade máxima no final daquele ano, vindo a dissipar-se em meados do ano seguinte. Ele pode, no entanto, durar até dois anos. Sua intensidade é tão forte que os episódios La Niña permitem, algumas vezes, a chegada de frentes frias até à Região Nordeste notadamente no litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas, e na Região Norte principalmente Rondônia e Acre.[carece de fontes?]
↑Instituto Meteorológico Nacional (IMN) - Costa Rica (2005). «La Niña: fase fria del ENOS» (em espanhol). Consultado em 14 de julho de 2015. Arquivado do original em 14 de julho de 2015