Lea T nasceu em Belo Horizonte no dia 19 de fevereiro de 1981 fruto do primeiro casamento do ex-futebolistaToninho Cerezo com Rosa Medeiros.[6] Aos treze anos, começou a perceber as diferenças e, mesmo nessa idade, já ouvia comentários de sua mãe sobre seu comportamento.[7] Durante sua adolescência, estudou em uma escola na Itália, onde não encontrou muita tolerância.
A modelo tem os irmãos Gustavo, Lorena e Luana.[6]
Carreira
A incursão de Lea no mundo da moda ocorreu após ela conseguir um emprego como modelo através do amigo estilista Riccardo Tisci,[8] época em que ela passou a morar, trabalhar e fazer faculdade de veterinária em Milão, na Itália.[9]
Em janeiro de 2011, foi capa da revista britânica Love, na qual aparece beijando a modelo Kate Moss.[10][11] No mesmo mês, ela veio ao Brasil para desfilar como convidada no São Paulo Fashion Week. O desembarque no aeroporto foi tumultuado e sob forte segurança.[12] Em fevereiro, foi entrevistada por Oprah Winfrey no talk showestadunidenseThe Oprah Winfrey Show.[13][14] Já em 18 de novembro, ela fez um ensaio para a revista Candy, onde aparece vestida de homem, usando terno.[15]
Em janeiro de 2013, a grife italiana Benetton anunciou Lea T, entre outros, como modelo da campanha primavera/verão do mesmo ano, como símbolo contra o preconceito, e também nomeada embaixadora Global da Redken para 2015.[16][17]
A modelo declarou em entrevista que planeja mudar o genital definitivamente, o que seu pai não apoiava. Numa entrevista em 2007, Cerezo, que é pai de quatro filhos, chegou a dizer que só tinha três,[19][20][21] e noutra, quando contatado para comentar o fato cirurgia de transgenitalização, desligou o telefone. A modelo culpa ainda as raízes religiosas da família, que orava para que fosse, no máximo, gay.[22][23] Lea se considera bissexual.[24]
A percepção de que sua filha era diferente dos outros nunca passou despercebida a Cerezo. Lea conta que, nas esporádicas visitas que recebia de seu pai, ele lhe dizia que havia algo de "errado" com ela.[22] Contudo, Lea nega sumariamente em entrevistas posteriores que seu pai tivesse lhe demonstrado qualquer forma de preconceito.[23][25] A modelo chegou a declarar (quando pedido que comparasse o preconceito na Europa com o do Brasil) que em todos os lugares do mundo há preconceito com as pessoas trans; e afirmou: «Nós [transexuais] somos o lixo da sociedade!».[23][7]
Em 15 de abril de 2011, em entrevista ao programa Juca Entrevista[26] (do jornalista e cientista social, Juca Kfouri) na ESPN, Toninho Cerezo fala das mulheres maravilhosas de sua vida, e menciona sua filha Lea T, declarando seu respeito à coragem que ela teve de assumir seu verdadeiro gênero e seu amor e orgulho por ela.
Reconhecimento
É uma das 100 Mulheres da lista da BBC de 2020.[27]