A cidade de Roma é a que abriga a maior quantidade de obeliscos no mundo. Há oito obeliscos em Roma vindos do Egito Antigo e mais cinco da oriundos da Roma Antiga, juntamente com diversos outros obeliscos modernos. Até 2005, a cidade também tinha um obelisco do antigo Reino de Axum, removido da Etiópia depois da invasão italiana e devolvido em 2005.
O romanos antigos utilizavam navios pesados especiais chamados navios obelisco para transportar os monumentos pelo Nilo até Alexandria e, de lá, através do Mediterrâneo até Óstia Antiga, de onde eles eram depois transportados pelo Tibre até a capital imperial. Uma vez no local desejado, grandes guindastes eram empregados para erguer os grandes monólitos.
Obeliscos do Egito Antigo
Pelo menos oito obeliscos criados na Antiguidade pelos egípcios foram trazidos para Roma depois da conquista romana.
Originalmente erguido no Fórum Júlio, em Alexandriamapa, pelo prefeito Cornélio Galo por ordem de Augusto em cerca de 30-28 a.C., este obelisco não tem hieróglifos, o que impossibilita sua identificação. Foi levado para Roma por Calígula, em 40, para a espina do Circo Vaticanomapa. Depois, foi realocado pelo papa Sisto V, em 1586, utilizando um método desenvolvido por Domenico Fontana. Foi o primeiro obelisco monumental erigido no período moderno e é o único obelisco em Roma que não caiu nenhuma vez desde o período romano. Durante a Idade Média, acreditava-se que esfera dourada no topo continha as cinzas de Júlio César[1][2].
Fontana posteriormente removeu a antiga esfera metálica (atualmente num museu) e encontrou apenas poeira. Pedro Tafur, em suas "Andanças e Aventuras" (c. 1440)[2][3] descreveu assim a torre: "Do outro lado está uma alta torre feita de um só pedaço de pedra, como um diamante de três cantos erguido sobre três pés de chumbo; e muitos, tomando-o por uma coisa sagrada, perambulam no local e na base da torre. Trata-se de uma obra realizada em homenagem a Júlio César e designada como seu sepulcro; e, no alto dela estão três grandes maçãs douradas nas quais estão as cinzas do imperador [sic] Júlio César e, certamente, é um edifício nobre e maravilhosamente ordenado e muito estranho. É chamado de agulha de César e nomeio e na base e mesmo no topo estão umas poucas letras antigas esculpidas na pedra que não agora não podemos mais ler, mas que, na realidade, relembram que o corpo de Júlio César foi enterrado aqui".
Originalmente em Heliópolismapa, este obelisco foi levado para Roma por Augusto em 10 a.C. juntamente com o Solar e erigido na espina do Circo Máximomapa. Assim como o Lateranense, foi encontrado em dois pedaços em 1587 e reerguido pelo papa Sisto V dois anos depois. As fontes com os leões esculpidos foram acrescentadas à base em 1818.
Originalmente em Heliópolismapa, foi levado para Roma por Augusto em 10 a.C. juntamente com o Flamínio para servir de gnomon do relógio solar do Campo de Martemapa. Foi encontrado no século XVI, mas foi deixado enterrado. Redescoberto, foi erigido pelo papa Pio VI em frente ao Palazzo Montecitorio em 1792.
Era parte de um par vindo do templo de Rá em Heliópolis juntamente com o Macuteo, que ainda tem a altura original. Levado para o templo de Ísis no Capitólio, foi encontrado no século XIV e erguido a leste de Santa Maria in Aracoeli, no Capitolino. Foi levado para a Villa Celimontana depois que Michelangelo redesenhou a praça no final do século XVI e se perdeu novamente. Seus fragmentos foram redescobertos e re-erguidos em 1820 no local. É o menor obelisco de Roma[4].
Imagem
Altura (incl. base)
Nome
Construtor
Localização
Coordenadas
Notas
Obeliscos da Roma Antiga
Pelo menos cinco obeliscos foram construídos no Egito durante o período romano a pedido de ricos cidadãos da cidade ou fabricados em Roma copiando originais egípcios.
Localizado no centro do distrito EUR, foi construído para os Jogos Olímpicos de 1960 e dedicado, em 1959, a Guglielmo Marconi. Noventa e dois paneis em mármore branco ilustram a carreira de Marconi e cenas alegóricas.
Notas
↑Assentado sobre leões de bronze e encimado pelo brasão dos Chigi em bronze. No total, 41 m até a cruz no topo.
↑Edward Chaney, "Roma Britannica and the Cultural Memory of Egypt: Lord Arundel and the Obelisk of Domitian", in Roma Britannica: Art Patronage and Cultural Exchange in Eighteenth-Century Rome, eds. D. Marshall, K. Wolfe and S. Russell, British School at Rome, 2011, pp. 147-70. (em inglês)
Wirsching, Armin (2003), «Supplementary Remarks on the Roman Obelisk-Ships», The International Journal of Nautical Archaeology (em inglês), 32 (1): 121–123, doi:10.1111/j.1095-9270.2003.tb01438.x
Wirsching, Armin (2010), Obelisken transportieren und aufrichten in Aegypten und in Rom, ISBN 978-3-8334-8513-8 (em inglês) 2nd ed.
D'Onofrio, Cesare (1967), Gli obelischi di Roma (em inglês)