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Macaco-prego-preto

Como ler uma infocaixa de taxonomiaSapajus nigritus[1]
S. nigritus, forma do sul.
S. nigritus, forma do sul.
Estado de conservação
Quase ameaçada
Quase ameaçada (IUCN 3.1) [2]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Primates
Família: Cebidae
Género: Sapajus
Espécie: S. nigritus
Nome binomial
Sapajus nigritus
(Goldfuss, 1809)
Distribuição geográfica
Distribuição geográfica de S. nigritus.
Distribuição geográfica de S. nigritus.

Macaco-prego-preto[3] (Sapajus nigritus), popularmente conhecido simplesmente por macaco-prego ou mico-preto, é uma espécie de macaco-prego, um macaco do Novo Mundo do gênero Sapajus, e família Cebidae. Já foi considerado como subespécie de Sapajus apella e do gênero Cebus, sendo considerado espécie propriamente dita e em um gênero a parte.[1][4]

A classificação de Groves (2001) considerou a existência de três subespécies (como gênero Cebus):[5]

Entretanto, Silva Jr (2001) considerou a forma robustus como uma espécie propriamente dita, e S. nigritus como monotípico.[1][6]

Ocorre no nordeste da Argentina (província de Misiones) e no sudeste do Brasil, desde o sul do rio Doce e rio Grande até o norte do Rio Grande do Sul, sendo típico da Mata Atlântica do sudeste brasileiro e o macaco-prego com a ocorrência mais ao sul que se conhece.[7] Ocorre em um grande número de habitas florestais, desde florestas de galeria até florestas submontana e montana. É adaptável e sobrevive em áreas de floresta secundária.[7]

S. nigritus, forma típica.

Os machos têm entre 42 e 56 cm de comprimento, e as fêmeas entre 42 e 48 cm, com a cauda medindo até 56 cm.[7] O peso varia entre 2,6 e 4,8 kg. Possui tufos muito proeminentes, e a pelagem é de um marrom ou cinza escuro, com as partes ventrais tendendo a ser mais avermelhadas. As populações mais ao sul são pretos, e podem representar um grupo taxonômico distinto das populações mais ao norte.[7]

Se alimenta desde alimentos de origem animal, até frutos e folhas. A dieta muda de acordo com o ambiente que ocorre e a estação do ano. No forrageio, foi observado a quebra de cocos de Syagrus romanzoffiana com pedras para obtenção de larvas de besouro, o que demonstra capacidade de uso de ferramentas espontaneamente, em liberdade.[8] Vivem em grupos de 8 a 35 indivíduos, em áreas de 81 a 293 hectares, e os territórios de grupos diferentes podem se sobrepor.[7] Nesses grupos existem hierarquias, tanto entre os machos, quanto entre as fêmeas.[7] Geralmente, existem 1 ou 2 machos adultos. Se reproduzem durante o ano todo, mas os nascimentos se concentram nas épocas mais chuvos do ano em regiões que há sazonalidade. A gestação dura entre 149 e 158 dias, e dão à luz a um filhote por vez, em intervalos que podem variar de 19 a 35 meses por fêmea.[7] A maturidade sexual das fêmeas é alcançada com cerca e 4 anos de idade.

S. nigritus é adaptável e amplamente distribuído, e a IUCN considera como "quase ameaçado", apesar de grande parte de seu habitat já ter sido alterado pelo homem.[2] Ocorre em muitas unidades de conservação no Brasil, como o Parque Nacional do Iguaçu, o Parque Estadual Morro do Diabo, o Parque Estadual Carlos Botelho, o Parque Nacional do Caparaó, o Parque Estadual do Rio Doce, o Parque Estadual Serra do Brigadeiro, o Parque Estadual Intervales; e na Argentina, como o Parque Nacional Iguazú.[7]

Referências

  1. a b c Lynch Alfaro, J.; Silva Jr, J. S.; Rylands, A. B. (2012). «How Different Are Robust and Gracile Capuchin Monkeys? An Argument for the Use of Sapajus and Cebus». American Journal of Primatology. 74 (4): 273-286. doi:10.1002/ajp.22007 
  2. a b Keirulff, M.C.M., Mendes, S.L. & Rylands, A.B. (2008). Cebus nigritus (em inglês). IUCN 2013. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2013. Página visitada em 10 de julho de 2013..
  3. «Sapajus nigritus, (Goldfuss, 1809)». Museu do Cerrado 
  4. Rylands, A.B.; Kierulff, M. C.; Mittermeier, R. A. (2005). «Notes on the taxonomy and distributions of the tufted capuchin monkeys (Cebus, Cebidae) of South America» (PDF). Lundiana. 6 (supplement): 297-110. Consultado em 10 de julho de 2013. Arquivado do original (PDF) em 20 de junho de 2015 
  5. Groves, C.P. (2005). Wilson, D. E.; Reeder, D. M, eds. Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. 138 páginas. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  6. Fragaszy, D.M.; Visalberghi, E. (2004). «Taxonomy, distribution and conservation: where and what are they and how did they get there?». The Complete Capuchin: The Biology of the Genus Cebus. Cambridge: Cambridge University Press. pp. 13–36. ISBN 9780521667685 
  7. a b c d e f g h Anthony B. Rylands, Russell A. Mittermeier, Bruna M. Bezerra, Fernanda P. Paim & Helder L. Queiroz (2013). «Family Cebidae (Squirrel Monkeys and Capuchins)». In: Mittermeier, R.; Rylands, A.B.; Wilson, D. E. Handbook of the Mammals of the World - Volume 3. [S.l.]: Lynx. 952 páginas. ISBN 978-84-96553-89-7 
  8. Rocha, V.J.; dos Reis, N.R.; Sekiama, M. (1998). «Uso de ferramentas por Cebus apella (Linnaeus) (Primates, Cebidae) para obtenção de larvas de de Coleoptera que parasitam sementes de Syagrus romanzoffianum (Cham.) Glassm. (Arecaceae)» (PDF). Revista Brasileira de Zoologia. 15 (4): 945-950 
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