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Maracujá

Como ler uma infocaixa de taxonomiaMaracujá
Maracujá maduro
Maracujá maduro
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Malpighiales
Família: Passifloraceae
Género: Passiflora
Espécie: P. edulis
Nome binomial
Passiflora edulis
Sims, 1818

Maracujá (do tupi murukuîá)[1] é um fruto produzido pelas plantas do género Passiflora (essencialmente da espécie Passiflora edulis) da família Passifloraceae. A planta, também conhecida como maracujazeiro, é espontânea nas zonas tropicais e subtropicais da América.

Cultivada também pela sua flor ornamental (tal como as outras espécies do mesmo género botânico), a Passiflora edulis é cultivada com fins comerciais, devido ao fruto, no Caribe, no sul da Florida e no Brasil, que é o maior produtor - e também consumidor - mundial de maracujá. O maracujá de uso comercial é redondo ou ovoide, amarelo ou púrpura-escuro quando está maduro, e tem uma grande quantidade de sementes no seu interior.

O fruto é utilizado especialmente para produzir suco ou polpa de maracujá, às vezes misturada ao suco de outros frutos, como a laranja. É popularmente conhecido como a fruta da tranquilidade. A flor do maracujá é polinizada principalmente por abelhas grandes, conhecidas popularmente como mamangava.

Valor nutritivo

Quantidade por 100 gramas
Calorias 97
Gorduras Totais 0,7 g
Gorduras Saturadas 0,1 g
Gorduras Poliinsaturadas 0,4 g
Gorduras Monoinsaturadas 0,1 g
Colesterol 0 mg
Sódio 28 mg
Potássio 348 mg
Carboidratos 23 g
Fibra Alimentar 10 g
Açúcar 11 g
Proteínas 2,2 g
Vitamina A 1.272 IU Vitamina C 30 mg
Cálcio 12 mg Ferro 1,6 mg
Vitamina D 0 IU Vitamina B6 0,1 mg
Vitamina B12 0 µg Magnésio 29 mg

Este fruto é fonte de vitaminas A, C e do complexo B. Além disso, apresenta boa quantidade de sais minerais (ferro, sódio, cálcio e fósforo).

Sua utilização como sedativo (calmante) é conhecida desde a antiguidade, entretanto essa não é sua única utilização, pois pode ser utilizada como hipnótico, sonífero e tonificante ( DHAWAN, ET., 2004) como veremos adiante. No entanto, o chá de suas folhas deve ser utilizado com cautela, pois elas possuem ácido cianídrico (cianeto), e, desta forma, podem levar a pessoa a um quadro de intoxicação [2]. Experimentalmente verificou que outros animais também podem ser intoxicados devido ao consumo de folhas de certas espécies do gênero Passiflora [3]. Este fato também é evidente devido a algumas borboletas da família Nymphalidae, subfamília Heliconinae, se alimentarem de folhas de maracujá quando em fase larval (lagarta), e sendo imunes ao ácido cianídrico, absorvem e acumulam essa toxina em seu corpo. Assim, mesmo quando atingem a idade adulta (após realizarem a metamorfose e tornarem-se borboletas em si), são impalatáveis para as aves que tentam predá-las [4].

Óleo de maracujá

Óleo de maracujá

O Óleo de Maracujá tem uma aplicação muito variada na indústria cosmética: cremes, xampus, loções, óleos, sabonetes, etc. O óleo também pode ser usado tanto na alimentação humana e animal, quanto na indústria de tintas, sabões, alimentos e outras.[5]

Enquanto produto cosmético a base de óleo de maracujá, este auxilia na regeneração pós-peeling e ajuda amaciar e hidratar peles secas. Auxilia também na regeneração de peles com estrias e normaliza o conteúdo lipídico alterado. [6]

Produtos a base do óleo do maracujá proporciona sensação relaxante e antiestresse.[7]

Flor de marcujá
Dados físico-químicos do óleo de Maracujá
Índice Unidades Valores de referencia
Índices de refração (40 °C) - 1,47
Índice de Iodo gl2 141
Índice de Saponificação mg KOH\g 190
Densidade (15 °C ) gr\ltr 0,92
Ponto de fusão °C 5

Composição acido graxo do óleos de maracujá[8]

Ácidos graxos Unidade Composição
Ácido palmítico % peso 8 - 12
Ácido esteárico %peso 1,5 - 2,5
Ácido oleico % peso 13,0 - 18,0
Ácido linoleico % peso 70 - 77
Ácido linolênico % peso < 2
Saturado % 16
Insaturado % 84

Pragas

As doenças e as pragas que atacam a planta do maracujá provocam prejuízos econômicos expressivos e acarretam maior uso de defensivos agrícolas, além de serem a principal ameaça à expansão e à produtividade dos cultivos de maracujá-azedo e maracujá-doce. Em algumas regiões do Brasil, doenças como a bacteriose (Xanthomonas axonopodis pv. passiflorae), murcha de fusarium (Fusarium oxysporum f. sp. passiflorae), virose do endurecimento do fruto (passion fruit woodiness virus – PWV ou cowpea aphid-borne mosaic virus - CABMV) e a antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) têm sido importantes limitadores da produção. Essas doenças são favorecidas por condições edafoclimáticas favoráveis.[9] Inclusive, com o uso inadequado da irrigação.[10]

Flor de maracujá (2).
Flor de maracujá (2).

Uso medicinal

O Maracujá (termo genérico para diversas espécies das Passifloras) é uma planta medicinal com amplo uso na medicina tradicional ou etnofarmacológicos. Sendo principalmente nas afecões do sistema nervoso, onde encontra-se referência a sua indicação com sedativo, hipnótico, analgésico, antiespasmódico, tranqüilizante, usado nas excitações nervosas, histeria, neurastenia; aplicado como emplastro na cabeça para o alívio de tonturas e dores de cabeça, etc.. Além de outros usos como: diurético ou indicado para asma, icterícia; na forma de emplastros ou loções para as erisipelas e doenças de pele com inflamação; doença relacionada à má digestão e dores de estômago. Inclusive tem sido cogitado ser um alimento funcional. Naturalmente ensaios clínicos devem ser realizados usando uma metodologia adequada para avaliar a eficácia putativa etno tradicional. [11] [12] [13] [14] [15]

Pereira & Vilegas (2000) [16] realizaram uma revisão sobre a farmacologia, toxicologia e constituintes químicos presentes nas folhas das espécies: P. alata, P. edulis fo. flavicarpa, P. edulis fo. edulis e P. incarnata. Uma vasta revisão também foi realizada por Dhawan et al. (2004) [17], descrevendo a ação farmacológica, toxicologia e os constituintes químicos das folhas de várias espécies do gênero Passiflora. Entre seus diversos constituintes os flavonóides e alcalóide indolicos especialmente β-carbolina (harmano, harmina, harmalina) são potencialmente os elementos ativos capazes de explicar seu efeito hipnótico e sedativo contudo os referidos estudos de revisão apontam a necessidade de maiores estudos para identificação precisa desse efeito já registrado desde século XVII na Europa em antigos livros médicos e botânicos. [18] [19] [20] [21]

Nomes vernáculos

Ver também

Wikispecies
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Referências

  1. Navarro, Eduardo de Almeida (2013). Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo: Global. p. 319. ISBN 9788526019331 
  2. Plantas Medicinais/USP - http://ci-67.ciagri.usp.br/pm/ver_1pl.asp
  3. Carvalho, F.K.L.; Medeiros, R.M.T.; Araújo, J.A.S.; Riet-Correa, F. (2011). «Intoxicação experimental por Passiflora foetidae (Passifloraceae) em caprinos». Pesquisa Veterinária Brasileira. 31 (6): 477-481 
  4. Sheff, Zach. «The role of cyanide in oviposition by Heliconius (Nymphalidae: Heliconiinae) on Passiflora (Passifloraceae)». University of South Florida Libraries 
  5. ÓLEO DE MARACUJÁ. http://www.campestre.com.br/oleo-de-maracuja.shtml
  6. ÓLEO DE MARACUJÁ.http://www.farmacam.com.br/monografias/oleodemaracujafarmacam.pdf
  7. Óleo Maracujá. Amazon Oil Industry.http://www.amazonoil.com.br/produtos/oleos/maracuja.htm
  8. KRIST, S; BUCHBAUER, G; KLAUSBERG,C. Lexikon der Pflanzlich Fette und Öle.
  9. FORMAÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO POR ENXERTIA EM ESPÉCIES SILVESTRES E EM HÍBRIDOS INTER E INTRAESPECÍFICOS - Dissertação de mestrado[ligação inativa]
  10. Gonçalves, M.P.G.; Mousinho, F.E.P. «Efeito de Lâminas de Irrigação sobre o Crescimento de Mudas de Maracujá». Anais do II Inovagri International Meeting - 2014. doi:10.12702/ii.inovagri.2014-a176 
  11. MIRODDIA, M.; CALAPAIA, G. M.; NAVARRA M.; MINCIULLO, P.L.; GANGEMI, S. Passiflora incarnata L.: Ethnopharmacology, clinical application, safety and evaluation of clinical trials. Journal of Ethnopharmacology, Volume 150, Issue 3, 12 December 2013, Pages 791-804 Abstract Aces. Aug. 2019
  12. ABMB - Associação Brasileira de Medicina Biomolecular e Nutrigenômica. Maracujá, Passiflora alata (biblioteca) Porto Alegre: publicação on line http://www.medicinabiomolecular.com.br/biblioteca/pdfs/Fitoterapia/fi-0236.pdf Acessso 12/8/19
  13. SOARES, W.S. et al . Caracterização de frutos e sementes em acessos de maracujá silvestre (Passiflora foetida L.). Rev. bras. plantas med., Botucatu , v. 13, n. spe, p. 569-573, 2011 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-05722011000500011&lng=en&nrm=iso>. access on 12 Aug. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-05722011000500011.
  14. KIM, Mijin; LIM,Hee-Sook; LEE, Hae-Hyeog; KIM, Tae-Hee. Role Identification of Passiflora Incarnata Linnaeus: A Mini Review. J Menopausal Med. 2017 Dec; 23(3): 156–159. Published online 2017 Aces. aug. 2019. doi: 10.6118/jmm.2017.23.3.156
  15. ZERAIK, Maria Luiza et al . Maracujá: um alimento funcional?. Rev. bras. farmacogn., Curitiba , v. 20, n. 3, p. 459-471, July 2010 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2010000300026&lng=en&nrm=iso>. access on 12 Aug. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-695X2010000300026.
  16. PEREIRA CAM, VILEGAS JHY 2000. Constituintes químicos e farmacologia do gênero Passiflora com ênfase a P. alata, P. edulis e P. incarnata: revisão da literatura. Rev Bras Med 3: 1-12. PDF Aces. 12/08/2019
  17. DHAWAN K, DHAWAN S, SHARMA A Passiflora: a review update. J Ethnopharmacol 94: 1-23. 2004. PDF Acesso, Agosto, 2019
  18. CERVI, Armando Carlos. Passifloraceæ do Brasil.Estudo do gênero Passiflora L., subgênero Passiflora. Madrid: FONTQUERIA XLV, 1997 {https://pdfs.semanticscholar.org/b2c7/07e82001e2be0368766bd8c346ba1b0c5f33.pdf PDF] Aces. 12/082019
  19. PEREIRA, Cíntia A. M.; RODRIGUES, Thyago R.; YARIWAKE, Janete H.. Quantification of harman alkaloids in sour passion fruit pulp and seeds by a novel dual SBSE-LC/Flu (stir bar sorptive extraction-liquid chromatography with fluorescence detector) method. J. Braz. Chem. Soc., São Paulo , v. 25, n. 8, p. 1472-1483, Aug. 2014 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-50532014000800019&lng=en&nrm=iso>. access on 12 Aug. 2019. http://dx.doi.org/10.5935/0103-5053.20140130.
  20. SILVA, Gabriela Ribeiro. Estudo de alcaloides dos frutos de Passiflora alata e de Passiflora edulis por SBSE, CLAE-Flu e identificação por CLUE-EM. 2015. Dissertação (Mestrado em Química Orgânica e Biológica) - Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2015. doi:10.11606/D.75.2015.tde-17082015-143533. Acesso em: 2019-08-12.
  21. KRISHNAVENI, A.; THAAKUR, S. R. Quantification of harmaline content in Passiflora foetida by HPTLC technique. Journal Journal of Pharmacy Research 2009 Vol. 2 No. 5 pp. 789-791
  22. Manso, Laura Vicuña Pereira. 2013. Dicionário da língua Kwazá. Dissertação de mestrado. Guajará-Mirim: Universidade Federal de Rondônia. (PDF).
  23. Pereira, Adalberto Holanda. 1964. Vocabulário da língua dos índios Irántxe. Revista de Antropologia v. 12, n. 1-2, p. 105-115. (PDF)

Ligações externas

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