Em setembro de 2009, após o cancelamento de Breakroom Live, Maron começou a apresentar o podcast bisemanal WTF com Marc Maron, onde entrevista comediantes, escritores, músicos e celebridades na sua garagem em Highland Park, Los Angeles. Deste, destacam-se: um episódio com Louis C.K. em 2010, classificado como o melhor episódio de podcast de todos os tempos pela revista Slate;[7] uma entrevista em 2012 com o comediante Todd Glass, na qual Glass revelou publicamente ser gay,[8] e uma entrevista em 2015 com o presidente dos Estados UnidosBarack Obama .[2]
Entre 2013 a 2016, protagonizou a sua própria série televisiva de comédia, Maron, da qual também foi produtor executivo e, ocasionalmente, argumentista. De 2017 a 2019, foi um dos personagens principais da série GLOW, da Netflix. Maron também desempenhou um pequeno papel no filme Joker, de 2019 e deu a voz a Mr. Snake no filme Os Mauzões (2022).
Maron é de origem judaica, com ascendência polaca e ucraniana.[10][11] Viveu em Wayne, Nova Jérsia até aos 6 anos de idade.[12] O seu pai juntou-se à Força Aérea por 2 anos durante a sua residência médica no Alasca, pelo que Maron e a sua família se mudaram para esse estado americano. Quando o pai deixou a Força Aérea, a família mudou-se para Albuquerque, Novo México, onde Barry iniciou a prática médica.[2] Maron morou em Albuquerque desde o 3º ano de escolaridade até ao fim do ensino secundário,[13] tendo estudado na Highland High School.[14]
Maron estreou-se no stand-up em 1987, com 24 anos.[17] A sua carreira como comediante profissional começou no clube de comédia The Comedy Store, em Los Angeles, onde conheceu e trabalhou com Sam Kinison.[18][19] Posterirmente, mudou-se para Nova Iorque, onde entrou no mundo de comédia alternativa da cidade. Durante o verão de 1994, participou frequentemente na "noite de microfone aberto" do Boston Comedy Club em Greenwich Village. Participou nos castings do Saturday Night Live em 1995, tendo sido recusado por (segundo Maron) se encontrar sob o efeito de drogas numa reunião com o criador e produtor do programa Lorne Michaels.[2][20][21]
O seu primeiro "one-man show", Síndrome de Jerusalém, foi apresentando off-Broadway em 2000 e lançado em forma de livro em 2001. Em 2009, começou a preparar outro destes shows, Scorching the Earth. Segundo Maron, os dois shows "delimitam" a sua relação com a sua segunda esposa, a comediante Mishna Wolff, que terminou num divórcio complicado.[24][25]
Em maio de 2008, participou na digressão ele fez uma turnê em Stand Uppity: Comédia que Te Faz Sentir Melhor Contigo Mesmo e Superior aos Outros, com Eugene Mirman e Andy Kindler. Em janeiro de 2009, um webcast semanal de 1 hora com Sam Seder que já acontecia desde setembro de 2007, deu origem a Breakroom Live com Maron & Seder, produzido pela Air America.[26] Até ao seu cancelamento em julho de 2009, o programa era transmitido ao vivo, online, todos os dias da semana às 15:00h, sendo todos os episódios arquivados e disponíveis para visualização posterior. No último episódio, o programa teve um tom informal, sendo gravado na sala de descanso da Air America Media. Com as as máquinas de venda automática na proximidade, o webcast era frequentemente interrompido por funcionários em busca de comida ou bebidas. Após cada episódio, Maron e Seder participavam num "chat pós-show" online com os espectadores.
O stand-up de Maron é caraterizado pelo seu compromisso com a auto-revelação e análise cultural, sendo particularmente conhecido pela exploração em palco dos seus próprios relacionamentos familiares, amorosos e com outros comediantes conhecidos.[27] Em outubro de 2013, Maron lançou o seu primeiro especial de 1 hora na Netflix, intitulado Marc Maron: Thinky Pain.[28] Em dezembro de 2015, lançou outro especial, More Later, produzido pela Epix.[29]
O livro de Kliph Nesteroff de 2015, Os Comediantes: Bêbados, Ladrões, Canalhas e a História da Comédia Americana, é dedicado a Maron.[30]
Rádio
Praticamente desde o primeiro dia de transmissão da rádio liberal Air America em 2004, Maron co-apresentou Morning Sedition, programa de rádio matinal de 3 horas, com Mark Riley.[31] O programa foi único devido à sua utilização de sketches de comédia (tanto em direto como pré-produzidos). O formato era o de sátira de esquerda dos típicos programas matinais de rádio, com personagens recorrentes, e entrevistas, atraindo uma série de ouvintes leais.[32]
A 28 de novembro de 2005, foi anunciado que o contrato de Maron não seria renovado a partir de 1 de dezembro, devido a desentendimentos com Danny Goldberg, então produtor executivo do Air America. Goldberg supostamente "não entendia" a comédia nem concordava que o tom satírico e frequentemente irado usado por Maron e outros escritores (Jim Earl e Kent Jones) fosse ideal para um programa matinal de rádio. A sua última transmissão do Morning Sedition foi a 16 de dezembro de 2005, com o programa a ser cancelado pouco tempo depois.[31]
A 28 de fevereiro de 2006, Maron começou a apresentar The Marc Maron Show, um programa noturno de rádio em Los Angeles, contando com Jim Earl como ajudante. O programa não foi um sucesso, devido à falta de distribuição por parte da Air America (embora existissem cláusulas contratuais com Maron com a promessa de tal) e falta de publicidade ao programa e à stream online onde era também transmitido.
A 5 de julho, foi anunciado que o episódio final do programa seria a 14 de julho. Alguns dias antes dessa data, Maron discutiu em direto o seu desentendimento de longa data com os executivos da Air America Radio.
Em 2008, Marc e Sam Seder decidiram expandir o seu webcast semanal (transmitido no website The Sam Seder Show), criando o programa diário Maron v.Seder, produzido pela Air America Media.[33][34] A partir de 2009, adotaram o nome Breakroom Live com Maron & Seder.[35] A 15 de julho de 2009, após menos de um ano de transmissão, a Air America Media cancelou o programa. Segundo os apresentadores, o cancelamento ocorreu devido a questões financeiras.[36] Ironicamente, no dia anterior, o programa recebeu pela primeira vez algum tipo de publicidade, quando o MaximumFun.org publicou o podcast de uma entrevista com Maron no The Sound of Young America.[37]
No webcast final de Breakroom Live, Maron disse ser a terceira vez desde 2005 que um executivo da Air America lhe disse que os seus serviços não seriam necessários no futuro imediato. Sam Seder também apontou ser a quarta vez que um dos seus programas era cancelado pela rede.[38]
Podcast "WTF com Marc Maron"
Devido a uma carreira na comédia em decadência, a 1 de setembro de 2009, Maron começou um podcast bisemanal intitulado WTF com Marc Maron.[39] Numa discussão livre, Maron e os seus convidados abordam tópicos como a carreira dos entrevistados, experiências compartilhadas no passado e histórias de digressões.[33] Em 2020, o programa contava com mais de 1.000 episódios, com convidados notáveis, incluindo Barack Obama, Paul McCartney, Robin Williams, Jerry Seinfeld, Chris Rock, Lorne Michaels, Leonardo DiCaprio e Brad Pitt. O programa é reconhecido pela influência que teve noutros podcasts e programas de entrevistas que surgiram nos anos posteriores à sua estreia.[40][41][42] Em abril de 2021, foi anunciado que Maron e o seu produtor Brendan McDonald receberiam o Governors Award, eleitos pela Podcast Academy, pelo seu trabalho em WTF.[43]
Em 2012, deu voz a Magnus Hammersmith em três episódios de Metalocalypse. Maron apareceu duas vezes como ele mesmo na série televisiva Louie, do seu amigo de longa data Louis C.K..[48][49]
Maron, uma série de televisão criada e protagonizada por Marc Maron estreou a 3 de maio de 2013.[50] A série é vagamente autobiográfica, seguindo a vida de Maron como um comediante sóbio, duas vezes divorciado com um podcast de comédia na sua garagem, mas estabelecendo muitas diferenças entre o ator e o personagem. A série durou 4 temporadas, de 2013 a 2016, com Marc a participar em todos os 51 episódios.[51][52] Maron também realizou dois dos episódios: "The Joke" e "Ex-Pod".
Maron deu a voz ao guaxinim Randl em 12 episódios da série animada Harvey Beaks, do Nickelodeon, em 2015 e 2016.[53] Entrou na série Easy, da Netflix, interpretando o romancista gráfico Jacob Malco.[54][55][56] Maron também apareceu em dois episódios da 4ª temporada de Girls, em 2015, desempenhando o papel de Ed Duffield, vereador de Nova Iorque.
De 2017 a 2019, Maron foi um dos protagonistas da série de comédia da Netflix GLOW, sendo nomeado a vários prémios pelo seu papel.[57]
Maron escreveu e participou na gravação da música para o seu filme Sword of Trust.[60]
Vida Pessoal
Maron viveu em Astoria, Queens durante os anos 90 e a maioria dos anos 2000, regressando a Los Angeles no final de 2009.[61]
Maron fala abertamente sobre adota e cuida de vários gatos vadios. No podcast "WTF" refere-se frequentemente à sua casa como "Cat Ranch" ("Rancho dos Gatos").[62] Após o desaparecimento seu gato Boomer, Maron começou a incorporar a catchphrase "Boomer vive!" no final de cada podcast. Quando a gata LaFonda morreu, em dezembro de 2019, Maron substituiu "Boomer vive!" por "LaFonda vive!" por alguns episódios. Quando o gato Monkey morreu em agosto de 2020, passou a concluir o podcast com "Boomer vive, LaFonda, Monkey, gatos anjos em todo o lado!".
Maron fala abertamente, tanto na sua rotina de stand-up como no seu podcast, sobre o seu abuso de álcool e drogas durante a década de 90. Está sóbrio desde 9 de agosto de 1999.[17] Maron teve uma amizade de longa data com o comediante Louis C.K., mas repudiou publicamente C.K. após as alegações de conduta sexual imprópria deste se revelarem verdadeiras, em novembro de 2017.
Maron foi casado duas vezes, com Kimberly Reiss e a ex-comediante de stand-up Mishna Wolff. Durante as suas atuações fala frequentemente sobre ambas as relações - no Festival Fringe de Edimburgo, em 2007, Maron abordou a recente separação e divórcio com Wolff.
Num episódio de podcast a 14 de outubro de 2013, Maron anunciou o fim da relação com a sua ex-noiva Jessica Sanchez.[64] Posteriormente teve um relacionamento de 5 meses com Moon Zappa.[65] Mais recentemente, namorou com a artista visual Sarah Cain por vários anos, tendo acabado a relação no início de 2019.
A partir do final de 2019, tornou pública a sua relação com Lynn Shelton. A realizadora foi convidada do seu podcast em 2015 e 2018 e realizou o filme Sword of Trust, em 2019, protagonizado por Maron e Michaela Watkins. Maron e Shelton estiveram juntos até à morte súbita de Shelton, por leucemia mieloide aguda, em maio de 2020.[66]
Em 2022, o episódio do podcast "WTF" de Maron com Robin Williams, gravado a 26 de abril de 2010, foi selecionado pela Biblioteca do Congresso para preservação no Registro Nacional de Gravações dos Estados Unidos, sendo considerado "culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo".[77]