Nascida a 9 de abril de 1848 em Nova Iorque, Estados Unidos, Mary Curtis Richardson era filha de Lucien Curtis, xilogravurista profissional. Um ano após o seu nascimento, o seu pai partiu para a Califórnia, durante a febre do ouro, sendo seguido em 1850 pela sua esposa e suas duas filhas, Mary e Leila, que se estabeleceram em São Francisco.[2]
Ensinada a desenhar, pintar e a gravar em madeira pelo seu pai, aos 18 anos, Mary regressou à sua cidade natal, onde frequentou a Cooper Union durante dois anos. Após completar os seus estudos regressou a São Francisco, fundou o primeiro atelier de xilogravura gerido por mulheres na cidade,[3] com a sua irmã Leila Curtis, tornando-se posteriormente na Women's Printing Union,[4] e em 1869, então com 21 anos, casou-se com Thomas Richardson (m. 1913), emigrante canadiano e empresário madeireiro, passando a residir em Oakland, apesar do seu estúdio permanecer em São Francisco. Em 1874 ingressou na California School of Design e começou a realizar algumas obras de pintura, sem no entanto desenvolver a sua arte a tempo inteiro.
Focada numa nova fase da sua vida e influenciada pelo movimento impressionista e pela obra de James Whistler, partiu novamente para Nova Iorque, onde estudou com William Sartain na Art Students League e venceu o Prémio Norman Dodge da National Academy of Design[5] pela melhor obra de pintura realizada por uma mulher artista nos Estados Unidos em 1887.[6] Poucos anos depois, Mary Curtis Richardson tornou-se membro do Worcester Group, o qual se encontrava periodicamente para socializar e discutir obras e movimentos artísticos, sobre a liderança do reverendo e arquiteto amador Joseph Worcester, que a incentivou a continuar a pintar profissionalmente. Pertenciam ao grupo os artistas William Keith e Bruce Porter, os arquitetos Willis Polk, Ernest Coxhead, John Galen Howard, Charles Keeler e o escritor Gelett Burgess.
Apesar de ter criado inicialmente paisagens, de regresso à costa Oeste, onde adquiriu uma casa em Russian Hill e abriu o seu atelier de pintura, destacou-se pelos seus retratos em algumas exposições realizadas pela San Francisco Art Association entre 1895 e 1901,[7] atraindo a atenção de mecenas, que lhe encomendaram várias obras.[8] Devido ao sucesso das suas exposições, recebeu o nome de "Mary Cassatt do Oeste".