O Metrô de Porto Alegre[1][2][3][4], é um sistema de metrô, operado pelo governo federal brasileiro através da empresa Trensurb (Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A.). Possui 22 estações, totalizando 43,4 km de extensão, transportando cerca de 228 mil usuários por dia. De acordo com o diretor-presidente da Trensurb, Humberto Kasper, o município de Canoas representa 60% dos usuários desse tipo de transporte.[5]
História
A Linha 1 do metrô construída em Porto Alegre foi iniciada em 1980, ligando o centro de Porto Alegre aos municípios ao norte da área metropolitana, como Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo. A escolha deste trajeto foi feita para poder desafogar o trânsito da rodovia BR-116, única opção antes da construção desta linha, que já estava com sérios problemas de trânsito na época.
A Linha 1 foi inaugurada em 2 de março de 1985 entre Mercado e Sapucaia. Em 9 de dezembro de 1997 foi estendida à Unisinos e em 20 de novembro de 2000 já possuía uma estação no centro de São Leopoldo, a poucos metros da Rua Independência (Rua Grande), do Shopping e do terminal de ônibus, estendendo a viagem a mais 2,45 km da Estação Unisinos.
Em 2008, implantou-se uma biblioteca para os passageiros integrarem a leitura à sua rotina: a Biblioteca Livros sobre Trilhos.
No dia 22 de maio de 2012, a Trensurb iniciou a operação experimental em duas das cinco novas estações da empresa, parte da expansão da Linha 1 até Novo Hamburgo. Essa primeira etapa da expansão da Trensurb a Novo Hamburgo estende a Linha 1 por mais 4,9 quilômetros, chegando a um total de 38,7 quilômetros. No dia 26 de junho, partiram, em caráter oficial, os primeiros trens entre Novo Hamburgo e São Leopoldo, pondo em operação a extensão. O trajeto da Estação Mercado até a Estação Santo Afonso leva 46 minutos e agregou cerca de 6 mil usuários a mais por dia ao sistema metroviário.
Em agosto de 2013, foi inaugurada a conexão via aeromóvel entre a estação Aeroporto da linha 1 e o terminal 1 do Aeroporto Internacional Salgado Filho. A linha tem 814 metros em via única e utiliza 2 veículos (A-100, com capacidade pra 150 pessoas, e A-200, com capacidade para 300 pessoas) que são alternados conforme a demanda do horário.
No ano de 2013[6] foram inauguradas mais três novas estações na Linha 1, sendo elas a Industrial, a FENAC, junto a Estação Rodoviária de Novo Hamburgo, e a Novo Hamburgo, ao lado do Bourbon Shopping, no centro da cidade. As novas estações foram adicionada às duas estações - Rio dos Sinos e Santo Afonso - que já estão em operação. Ao término da expansão a Novo Hamburgo, foram no total 9,3 novos quilômetros de linha e uma soma de mais 30 mil usuários ao dia.
A operação até Novo Hamburgo marca a concretização do projeto original da empresa, de ligar a capital gaúcha ao município hamburguense.
Atualmente, a Linha 1 do Trensurb possui 22 estações, sendo: seis em Porto Alegre, seis em Canoas, uma em Esteio, duas em Sapucaia do Sul, três em São Leopoldo e quatro em Novo Hamburgo.
Futuras expansões
Ao sistema metroviário projeta-se a adição de mais dois modos: o aeromóvel e o trem subterrâneo. O aeromóvel já tem uma linha inaugurada ligando a estação aeroporto do Trensurb ao terminal 1 do Aeroporto Salgado Filho. Um segundo projeto está em estágio avançado em Canoas; dividido em três partes, já tem o orçamento da primeira parte garantido. Há também um projeto ainda em estágios iniciais para ligar a estação Anchieta do Trensurb ao estádio Arena do Grêmio.
Em Canoas, há um projeto para o rebaixamento dos trilhos no centro da cidade. Vale destacar que Canoas, a terceira maior cidade do estado e a maior da região metropolitana de Porto Alegre em população, é cortada ao meio duas vezes, uma pela BR-116 e outra pelos trilhos da Trensurb. O rebaixamento dos trilhos deve ocorrer apenas na região central, visando revitalizar o centro da cidade responsável pela segunda maior economia do estado.
Outro projeto de expansão é uma extensão entre os municípios de Novo Hamburgo, Campo Bom e Sapiranga, mas esta obra ainda não tem previsão de data, alternativas de itinerário, localização das estações e definição da tecnologia ideal para ser usada; estando ainda em planejamento.
Características do sistema
O metrô possui uma distância média entre cada estação que é de 2 km, conseqüentemente a velocidade comercial é de 46 km/h e a velocidade máxima dos trens é de 90 km/h. A bitola é de 1600 milímetros e a alimentação dos trens é feita por catenárias aéreas utilizando uma tensão de 3000 VDC. O sistema de sinalização adotado é o de circuitos de via eletromecânicos de Mercado a Sapucaia (Mitsui Japão) e microprocessados de Unisinos a Novo Hamburgo (Siemens).[7][8][9]
No dia 3 de maio de 2024, em meio a tragédia ocasionada pelas Enchentes no Rio Grande do Sul em 2024, a companhia anunciou por meio de seus veículos de comunicação, a suspensão total do serviço de trens. Essa medida deveu-se ao comprometimento da malha ferroviária devido ao grande acúmulo de água no trecho operado pela estatal, além disso, a estrutura do pátio de manutenções e armazenamento do material rodante também sofreu inundações, impossibilitando a funcionalidade dos serviços.
↑A numeração dos 2 veículos é A-100 (veículo composto por um único carro) e A-200 (veículo composto por 2 carros).
Referências
↑Jornal do Brasil (3 de março de 1985). «Tumulto no sul marca inauguração». Ano XCIV - Nº 325 - 1º Caderno - página 15. Consultado em 25 de fevereiro de 2012
↑Veja (1985). Linha avançada - Metrôs chegam ao Recife e a Porto Alegre. [S.l.]: Abril-13 de março de 1985. 63 páginas
↑Rede Ferroviária Federal S/A (1986). «Trensurb-Operação». Relatório Anual de 1985, página 100/Memória Estatística do Brasil-Biblioteca do Ministério da Fazenda no Rio de Janeiro-republicado no Internet Archive. Consultado em 25 de maio de 2020
↑Rede Ferroviária Federal S/A (24 de abril de 1987). «Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. (Trensurb)». Relatório Anual de 1986, publicado no Jornal do Brasil, ano XCVII, edição 16, página 16/republicado pela Biblioteca Nacional - Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 25 de abril de 2020
↑Rede Ferroviária Federal S/A (10 de maio de 1988). «Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. (Trensurb)». Relatório Anual de 1987, publicado no Jornal do Brasil, ano XCVIII, edição 32, página 14/republicado pela Biblioteca Nacional - Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 25 de abril de 2020
↑Rede Ferroviária Federal S/A (10 de maio de 1988). «Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. (Trensurb)». Relatório Anual de 1988, publicado no Jornal do Brasil, ano XCVIV, edição 13, página 16/republicado pela Biblioteca Nacional - Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 25 de abril de 2020
↑Em 1988 a RFFSA transportou 507 milhões de passageiros nos subúrbios, dos quais 483,7 milhões na CBTU e os 23,3 milhões restantes na Trensurb.
↑ abcdEmpresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. (Trensurb) (2012). «Passageiros Transportados»(PDF). Relatório de Gestão, página 68. Consultado em 25 de maio de 2020
↑Rede Ferroviária Federal S/A (23 de abril de 1991). «Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. (Trensurb)». Relatório Anual de 1990, publicado no Jornal do Commércio (RJ), ano 164, edição 162, página 34/republicado pela Biblioteca Nacional - Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 25 de abril de 2020
↑Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. (2013). «1.2.1 Competência Institucional»(PDF). Relatório de Gestão 2012, página 13. Consultado em 25 de maio de 2020
↑Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. (2014). «Receita Operacional de Transportes»(PDF). Relatório de Gestão 2013, página 63. Consultado em 25 de maio de 2020
↑Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. (2015). «Passageiros Transportados»(PDF). Relatório de Gestão 2014, página 102. Consultado em 25 de maio de 2020
↑Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. (2016). «3.5 Ambiente de atuação»(PDF). Relatório de Gestão 2015, página 11. Consultado em 25 de maio de 2020
↑Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. (2017). «2.3 Ambiente de atuação»(PDF). Relatório de Gestão 2016, página 11. Consultado em 25 de maio de 2020
↑Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. (2018). «2.3 Ambiente de atuação»(PDF). Relatório de Gestão 2017, página 11. Consultado em 25 de maio de 2020
↑Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. (2019). «Passageiros transportados»(PDF). Relatório de Gestão 2018, página 40. Consultado em 25 de maio de 2020