O nome genérico deriva do vocábulo do grego clássicoμιμος (mimos), um "actor" ou "mimo," com o sufixo feminino –osa, "semelhante a", derivado das suas 'folhas sensitivas' que parecem 'imitar a vida sentiente'.
O género Mimosa é caracterizado pelo fruto do tipo craspédio, com valvas inteiras ou mais frequentemente segmentadas em artículos monospérmicos. As flores são isostêmones ou diplostêmones e as anteras não apresentam glândulas apicais, o que diferencia Mimosa de outros géneros do clado Mimosoidea.
O género Mimosa pode ser facilmente distinguido dos grandes géneros relacionados, Acacia e Albizia, já que suas flores têm 10 ou menos estames. Note-se que o que aparenta ser uma única flor globular é na verdade uma inflorescência composta por um aglomerado de muitas flores individuais.
A maioria das espécies do género Mimosa contém elevada concentração de ácido heptanoico e algumas droga psicadélica dimetiltriptamina.
Os membros deste género estão entre as poucas plantas capazes de movimento vegetal rápido, cujos poucos exemplos em outros géneros se restringem a Codariocalyx motorius, ao género Aldrovanda, a algumas espécies de Drosera e à famosa dioneia. As folhas de Mimosa pudica fecham rapidamente quando tocadas. Algumas mimosas estendem as folhas durante o dia e as retraem à noite.[4] Usando estas plantas, Jean-Jacques d'Ortous de Mairan conseguiu em 1729 pela primeira vez demonstrar experimentalmente a existência de relógios biológicos.[5]
Algumas espécies deste género são especialmente notáveis pela motilidade das suas folhas, nomeadamente Mimosa pudica, sendo capaz de rapidamente dobrar as folhas quando estas são tocadas ou expostas ao calor. É uma espécie nativa do sul da América Central e do norte da América do Sul, mas é amplamente cultivada a nível global pelo seu valor de curiosidade, tanto como planta de interior em áreas temperadas, como ao ar livre nos trópicos. O cultivo ao ar livre levou a que se comportasse como espécie invasora em algumas áreas, especialmente no Hawaii.
A taxonomia do género Mimosa seguiu uma história tortuosa, com uma circunscrição taxonómica que variou grandemente, tendo passado por períodos de divisão e agregação. Nos períodos de máxima agregação o género acumulou mais de 3 000 espécies descritas, muitas dos quais foram sinonimizadas com outras espécies ou transferidos para outros géneros.
Em parte devido a estas mudanças de circunscrição taxonómica, o nome Mimosa também foi aplicado a várias outras espécies filogeneticamente próximas, maioritariamente com folhas pinadas ou bipinadas semelhantes, mas posteriormente reclassificadas em outras géneros. Os exemplos mais comuns são Albizia julibrissin e Acacia dealbata, espécies que ainda são conhecidas pelo nome comum de mimosa.
O género Mimosa pertence à tribo Mimoseae da subfamília Mimosoideae da família Fabaceae (Leguminosae).[6] Existem cerca de 57 géneros semelhantes em riqueza de espécies dentro do grupo das plantas com flor, sendo que o número de espécies é presentemente estimado em 530, mas novas espécies estão sendo constantemente descritas.[7] Devido à sua riqueza em espécies, o género é subdivido em secções e séries.
Mimosa diplotrichaC.Wright (sin.: Mimosa invisaMart.): ocorre principalmente no México e nas Caraíbas até à América do Sul e está naturalizada na África, Ásia, Austrália e ilhas do Pacífico.[6]
Mimosa palmeriRose: nativa dos estados mexicanos de Sinaloa e Sonora.[6]
Mimosa pigraL. (sin.: Mimosa pellitaHumb. & Bonpl. ex Willd.): nativa do África, do México, das Caraíbas, da América Central e da América do Sul e naturalizada na Ásia, Austrália, América do Norte e Hawaii.[6]
Mimosa piluliferaBenth.: com duas variedades, nativa do Brasil, Uruguai e Argentina.[6]
Mimosa quadrivalvis var. nuttallii(DC. ex Britton & Rose) L. S.Beard ex Barneby (sin.: Leptoglottis nuttalliiDC. ex Britton & Rose, Schrankia nuttallii (DC. ex Britton & Rose) Standl.)
Mimosa quadrivalvis var. platycarpa(A.Gray) Barneby (sin.:Schrankia roemeriana(Scheele) Blank.)
Mimosa setosaBenth. subsp. setosa: endémica do Brasil.[6]
Mimosa somniansHumb. & Bonpl. ex Willd.: nativa do México, da américa Central e da América do Sul.[6]
Mimosa strigillosaTorr. & A.Gray: nativa da região que vai do sul dos Estados Unidos até ao México, Argentina, Paraguai e Uruguai.[6]
Mimosa tenuiflora(Willd.) Poir. (sin.: Acacia tenuifloraWilld., Mimosa cabreraH.Karst., Mimosa hostilis(Mart.) Benth.): nativa da região que se estende desde o México pela América Central até ao norte da América do Sul.[6]
Mimosa tricephalaCham. & Schltdl.: com várias variedades, nativa do México, Guatemala, Honduras e Costa Rica.[6]
Mimosa tricephala var. lignosa(Micheli) Chehaibar & R.Grether (sin.: Mimosa lignosaMicheli)
Mimosa tricephala var. nelsonii(B.L.Rob.) Chehaibar & R.Grether (sin.: Mimosa nelsoniiB.L.Rob.)
Mimosa tricephalaCham. & Schltdl. var. tricephala
Mimosa tricephala var. xanti(A.Gray) Chehaibar & R.Grether (sin.: Mimosa xantiA.Gray)
Mimosa uliginosaChodat & Hassl.: nativa da Argentina, Paraguai e sul do Brasil.[6]
↑Austin, Daniel F. (2004). Florida ethnobotany Fairchild Tropical Garden, Coral Gables, Florida, Arizona-Sonora Desert Museum, Tucson, Arizona: with more than 500 species illustrated by Penelope N. Honychurch ... [et al.] Boca Raton, Florida: CRC Press. p. 58. ISBN9780203491881
↑Barneby, R.C. 1992. "Sensitivae Censitae: A description of the genus Mimosa Linnaeus (Mimosaceae) in the New World". Memoirs of the New York Botanical Garden, vol. 65.
↑ abcde Marcelo F. Simon, Colin E. Hughes, Stephen A. Harris: Four New Species of Mimosa (Leguminosae) from the Central Highlands of Brazil, In: Systematic Botany, 35 (2), 2010, 277–288. doi:10.1600/036364410X518793