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Mimosa

 Nota: Não confundir com Acacia dealbata, nem com Acacia farnesiana (espécies que também são conhecidas por mimosa na Península Ibérica[1]).
 Nota: Se procura outros usos do termo, veja Mimosa (desambiguação).
Mimosa
Folhagem e flores de Mimosa pudica.
Classificação científica
Reino:
Divisão:
Subdivisão:
Cerca de 400 espécies, ver texto.
Classe:
Ordem:
Família:
Subfamília:
Tribo:
Gênero:
Mimosa

Espécies

Cerca de 400 espécies, ver texto.

Sinónimos
Plântula de Mimosa pudica a fechar as folhas após toque.
Folhas de Mimosa pudica a fechar quando tocadas (sismonastia).
Inflorescência de Mimosa pudica.
Folhagem de Mimosa decorticans.

Mimosa L., 1753 é um género de plantas com flor, pertencente ao clado Mimosoideae da família Fabaceae, que inclui de 400 a 540 espécies, maioritariamente arbustos e herbáceas.[2][3] O táxon tem centro de diversidade na região Neotropical, mas encontra-se presente em todas as regiões tropicais e subtropicais, sendo comum nas savanas e regiões semiáridas. Algumas espécies são invasoras em regiões onde sejam neobiota. O género é notável por conter espécies que apresentam movimentos násticos retraindo as folhas quando expostas ao toque ou ao calor, sendo das poucas plantas a exibirem motilidade rápida.

Descrição

O nome genérico deriva do vocábulo do grego clássico μιμος (mimos), um "actor" ou "mimo," com o sufixo feminino –osa, "semelhante a", derivado das suas 'folhas sensitivas' que parecem 'imitar a vida sentiente'.

Mimosa é o segundo maior género de Mimosoideae, tendo distribuição predominantemente na região Neotropical, onde se situa o seu centro de diversidade. As espécies deste género ocorrem em habitats muito diversos, desde florestas tropicais às savanas e regiões semidesérticas. A maior diversidade ocorre na América do Sul, numa vasta região que abrange o Brasil, o Paraguai, o Uruguai e a Argentina. No Brasil o género está representado por cerca de 323 espécies, das quais 38 ocorrem na Caatinga.

O género Mimosa é caracterizado pelo fruto do tipo craspédio, com valvas inteiras ou mais frequentemente segmentadas em artículos monospérmicos. As flores são isostêmones ou diplostêmones e as anteras não apresentam glândulas apicais, o que diferencia Mimosa de outros géneros do clado Mimosoidea.

O género Mimosa pode ser facilmente distinguido dos grandes géneros relacionados, Acacia e Albizia, já que suas flores têm 10 ou menos estames. Note-se que o que aparenta ser uma única flor globular é na verdade uma inflorescência composta por um aglomerado de muitas flores individuais.

A maioria das espécies do género Mimosa contém elevada concentração de ácido heptanoico e algumas droga psicadélica dimetiltriptamina.

Os membros deste género estão entre as poucas plantas capazes de movimento vegetal rápido, cujos poucos exemplos em outros géneros se restringem a Codariocalyx motorius, ao género Aldrovanda, a algumas espécies de Drosera e à famosa dioneia. As folhas de Mimosa pudica fecham rapidamente quando tocadas. Algumas mimosas estendem as folhas durante o dia e as retraem à noite.[4] Usando estas plantas, Jean-Jacques d'Ortous de Mairan conseguiu em 1729 pela primeira vez demonstrar experimentalmente a existência de relógios biológicos.[5]

Algumas espécies deste género são especialmente notáveis pela motilidade das suas folhas, nomeadamente Mimosa pudica, sendo capaz de rapidamente dobrar as folhas quando estas são tocadas ou expostas ao calor. É uma espécie nativa do sul da América Central e do norte da América do Sul, mas é amplamente cultivada a nível global pelo seu valor de curiosidade, tanto como planta de interior em áreas temperadas, como ao ar livre nos trópicos. O cultivo ao ar livre levou a que se comportasse como espécie invasora em algumas áreas, especialmente no Hawaii.

A outra espécie notável é Mimosa tenuiflora, conhecida pelo uso na poção xamânica denominada ayahuasca devido a conter a droga psicadélica dimetiltriptamina, encontrada em alta concentração na casca da raiz.

Taxonomia

Mimosa bimucronata
Mimosa caesalpiniifolia
Mimosa diplotricha
Mimosa hamata
Mimosa nuda
Folhagem de Mimosa nuda
Mimosa pigra
Mimosa pudica
Hábito e inflorescência com anteras rosadas de Mimosa quadrivalvis var. nuttallii
Vagem aberta de Mimosa quadrivalvis var. nuttallii
Inflorescências fechadas e abertas de Mimosa spegazzini
Mimosa tenuiflora
Mimosa verrucosa

A taxonomia do género Mimosa seguiu uma história tortuosa, com uma circunscrição taxonómica que variou grandemente, tendo passado por períodos de divisão e agregação. Nos períodos de máxima agregação o género acumulou mais de 3 000 espécies descritas, muitas dos quais foram sinonimizadas com outras espécies ou transferidos para outros géneros.

Em parte devido a estas mudanças de circunscrição taxonómica, o nome Mimosa também foi aplicado a várias outras espécies filogeneticamente próximas, maioritariamente com folhas pinadas ou bipinadas semelhantes, mas posteriormente reclassificadas em outras géneros. Os exemplos mais comuns são Albizia julibrissin e Acacia dealbata, espécies que ainda são conhecidas pelo nome comum de mimosa.

Sistemática e distribuição

O nome específico Mimosa foi criado em 1753 por Carl von Linné que o publicou em Species Plantarum, 1, S. 516–523. O lectotipo é Mimosa sensitiva L..

Entre os sinónimos taxonómicos de Mimosa L. contam-se: Acanthopteron Britton, Haitimimosa Britton, Leptoglottis DC. ex Standl., Leptoglottis DC. nom. inval., Lomoplis Raf., Mimosopsis Britton & Rose, Morongia Britton, Neomimosa Britton & Rose, Pteromimosa Britton, Schranckiastrum Hassl. e Schrankia Willd..[6]

O género Mimosa pertence à tribo Mimoseae da subfamília Mimosoideae da família Fabaceae (Leguminosae).[6] Existem cerca de 57 géneros semelhantes em riqueza de espécies dentro do grupo das plantas com flor, sendo que o número de espécies é presentemente estimado em 530, mas novas espécies estão sendo constantemente descritas.[7] Devido à sua riqueza em espécies, o género é subdivido em secções e séries.

O género Mimosa tem centro de diversidade no Neotropis, ocupando habitats que vão da floresta equatorial às savanas mais áridas.

Estão validades entre 400 e 530 espécies de Mimosa. A lista que se segue é uma selecção:[6]

Espécies mais conhecidas

Notas

  1. Mimosa como nome vernáculo in Anthos-Sistema de información sobre las plantas de España (requerer busca interna).
  2. Gledhill, D. (2008). The Names of Plants 4 ed. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 356. ISBN 978-0-521-86645-3 
  3. Austin, Daniel F. (2004). Florida ethnobotany Fairchild Tropical Garden, Coral Gables, Florida, Arizona-Sonora Desert Museum, Tucson, Arizona: with more than 500 species illustrated by Penelope N. Honychurch ... [et al.] Boca Raton, Florida: CRC Press. p. 58. ISBN 9780203491881 
  4. Barneby, R.C. 1992. "Sensitivae Censitae: A description of the genus Mimosa Linnaeus (Mimosaceae) in the New World". Memoirs of the New York Botanical Garden, vol. 65.
  5. Neuroscience; Bear, Connors, Paradiso
  6. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am an ao ap aq ar as at au av aw ax ay az ba bb bc bd be bf bg bh bi bj bk bl bm bn bo bp bq br bs bt bu bv «Mimosa». Agricultural Research Service (ARS), United States Department of Agriculture (USDA). Germplasm Resources Information Network (GRIN) 
  7. a b c d e Marcelo F. Simon, Colin E. Hughes, Stephen A. Harris: Four New Species of Mimosa (Leguminosae) from the Central Highlands of Brazil, In: Systematic Botany, 35 (2), 2010, 277–288. doi:10.1600/036364410X518793

Classificação lineana do género

Sistema Classificação Referência
Linné Classe Polyandria, ordem Monogynia Species plantarum (1753)

Ligações externas

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