Popularmente chamado Bica, em virtude de uma fonte natural de água potável em seu centro, o Parque Arruda Câmara é um oásis no meio da cidade, pois se constitui em um verdadeiro santuário ecológico encravado no centro da capital paraibana. Todo ano a área recebe cerca de 110 mil pessoas, entre turistas e cidadãos locais.[1]
História
Criação
Em 24 de dezembro de 1822, a Provedoria da Fazenda autorizava a edificação de uma fonte no pequeno bosque de onde fluía o córrego. Já em 1831, foram expandidos os limites do sítio, concretizando-se sua construção definitivamente em 1889.[2] Nessa época, o parque apresentava área de 43 hectares, a qual foi desapropriada pelo prefeito Walfredo Guedes Pereira, entre 1920–1924.
A lenda indígena sobre o parque trata do amor entre dois jovens de duas tribos rivais: a índia Aipó,[nota 1] filha de um caciquepotiguara e o valente guerreiro Tambiá, da tribo cariri.[2] A inimizade entre os dois povos impedia o casamento. Feito prisioneiro, Tambiá recebeu como «esposa da morte» a filha do inimigo. Executado na floresta, ele teve a última mensagem de sua amada: durante cinquenta luas, Aipé chorou sobre a tumba do amado.
Sobre tal lenda, no livro O que o vento não levou lê-se a seguinte narrativa:
O primeiro manancial d'água [de João Pessoa] foi a fonte da Igreja de São Francisco; depois a famosa 'Bica', no parque Arruda Câmara, bairro de Tambiá, que significa 'olho d'água'. Diz a lenda que uma índia tabajara por nome Iapré, chorando a morte do amado que ali havia sido enterrado fez nascer uma fonte d'água de excelente qualidade, na qual ela enxugava suas lágrimas oriundas da saudade com seus imensos cabelos.[4]
Do seu pranto originou-se a fonte do sítio, a partir daí intitulada «Fonte Tambiá».[2][nota 2]
↑ abcdAdm. do portal (2006). «Parque Arruda Câmara». Departamento de Estatística da UFPB. Consultado em 29 de maio de 2013
↑SOBRINHO, Reinaldo de Oliveira (2002). Anotações para a História da Paraíba, volume 1. [S.l.]: Idéia. 210 páginas. ISBN: 9788575390245 Verifique |isbn= (ajuda) !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑ abCARVALHO, Antonio Tavares de (2005). O que o vento não levou. [S.l.]: Ideia. 313 páginas !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)