A geomorfologia da área faz parte da bacia sedimentar do Parnaíba, sob influência dos chapadões, chapadas, como as serras da Crueira, Itapecuru e Alpercatas.[5]
A Serra do Itapecuru apresenta forma alongada, com cerca de 100 km de extensão na direção WSW-ENE e 45 km de largura, com altitudes máximas de 660 metros.[5]
A região apresenta latossolos vermelho-amarelo, com textura argilosa nos topos e médias nos vales, associados a areias quartzosas e solos litólicos, pedregosos e rochosos situados nas encostas.[6]
Hidrografia
No parque estão localizadas: a nascente do rio Alpercatas (um dos principais afluentes do rio Itapecuru), na parte oeste do parque: e a nascente do rio Itapecuru, um dos maiores e mais importantes rios do estado, nascendo no sistema formado pelas Serras de Crueira, Itapecuru e Alpercatas e que percorre cerca de 1.050 km no leste do Maranhão até sua foz na baía do Arraial ao sul da ilha de Upaon-Açu. [7]
Clima
O clima da região do parque é o tropical seco e sub-úmido, registrando precipitação pluviométrica anual de cerca de 1200 mm.
A média das temperaturas máximas varia de 31,4°C a 33°C e das mínima 19,5° a 21°C.
Biodiversidade
O Parque se constitui num hotspot da biodiversidade do Cerrado, tanto pelo tamanho e localização, como pela quantidade e variedade de espécies, sendo uma área-chave para a conservação da biodiversidade.[4]
árvores frutíferas como o bacuri (Platonia insignis), o murici (Byrsonimacrassifolia), o araçá (Psidium Pohlianum), o jenipapo (Tocoyena formosa), croada ou puça-de-tampa (Mouriri ellipitica), caigateira (Eugeniadysenterica), a mangabeira (Hancornia speciosa) e o cajueiro (Anacardium occidentale);
e medicinais como a sucupira (Bowdichia virgilioides), o manacá (Spiranthera odoratissima), fava-d'anta (Dimorphandra gardeneriana), massaranduba ou curriola (Pouteria ramiflora), lixeira ou cajueiro-bravo-do-campo (Curatella americana),jatobá (Hymenaea courbaril), dentre diversas outras.[9][6][8]
O gato-do-mato (Leopardus tigrinus) é uma das principais espécies do parque.[4]
Ictiofauna
Em 2011, por meio de um projeto que teve como objetivo principal o levantamento da quantidade de tipos de peixes que ocorrem na rede hidrográfica do parque, foi revelado um número aproximado de 60 diferentes espécies, entre elas: jacundá (Crenicichla menezesi), mandi-mole (Pimelodella parnahybae), lampreia (Eigenmannia virescens), cascudo (Loricaria cataphracta), traíra (Hoplias malabaricus), muçum (Synbranchus marmoratus),acará (Aequidens tetramerus),ituí-cavalo(Apteronotus albifrons), tamatá (Megalechis thoracata),mandi-preto(Trachelyopterus galeatus), piau (Leporinus piau), dentre outras.[11][3]
Ameaças
A caça ilegal e a falta de fiscalização é uma das principais ameaças à fauna da unidade de conservação, tornando algumas espécies localmente extintas, como o queixada e o tatu-canastra.[4]
O desmatamento e as queimadas também representam um risco à conservação do parque. Entre 1 de janeiro a 18 de outubro de 2020, houve 111.350 hectares de área queimada de acordo com o Sistema Alarmes. A ausência de um Plano de Manejo e Conselho Gestor dificultam a implementação de medidas mais efetivas para a conservação do do Parque Estadual de Mirador. [4]
O parque também é foco de questões fundiárias, com propriedades privadas localizadas no seu interior, invasões e falta de titulação de comunidades tradicionais que lá vivem desde antes da criação da unidade.[4]
O MATOPIBA tem sido considerado a nova fronteira agrícola do Brasil por ainda possuir a maior área natural de cerrado, tendo o sul do estado atraído diversos empresários do setor agrícola. No entanto vastas áreas de cerrados estão dando lugar a grandes plantações de monoculturas, como a soja e o milho, causando impactos ambientais e deteriorando a biodiversidade do bioma e da região.[6]
Administração
Mirador é administrado pelo estado, por meio da Superintendência de Biodiversidade e Áreas Protegidas da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema). Até 2015, havia uma gestão compartilhada com a ONG Pro-Vida Brasil. Com o fim do contrato, ambientalistas entendem que houve um retrocesso na conservação ambiental.[2]
Em 2005, uma megaoperação foi organizada para a retirada de cerca de nove mil cabeças de gado da área. Tal operação envolveu técnicos e agentes ambientais da Sema, policiais do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) e guardas do parque da Coopermira.[12][nota 1]
Em setembro de 2003, foi implantado o Programa de Educação Ambiental do Parque Estadual do Mirador, cujo foco é, sobretudo, a conscientização ecológica de crianças e jovens.
Notas
↑Tal cooperativa, a Coopermira, foi criada exclusivamente para esse fim.[2]
↑ abVeruska Costa de JESUS ; Helen Nébias BARRETO; Ediléa Dutra PEREIRA Profª. Drª.do Departamento de Geociências da Universidade Federal do Maranhão Email: [email protected]. PROCESSOS DENUDACIONAIS EM DOMÍNIOS DE CHAPADAS ARENÍTICAS NO CENTRO SUL DO MARANHÃO. [S.l.: s.n.] !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑Adm.ICMBio (2001). «Unidades de Conservação do Maranhão»(PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Consultado em 18 de setembro de 2015
↑Da redação (2005). [reserva-ambiental-do-mirador-era-usada-como-pasto-para-gado «Reserva ambiental do Mirador era usada como pasto para gado»] Verifique valor |URL= (ajuda). Unidades de Conservação no Brasil. Consultado em 18 de setembro de 2015