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Partido Comunista do Equador - Sol Vermelho


Partido Comunista do Equador - Sol Vermelho (PCE-SV)
Partido Comunista del Ecuador - Sol Rojo (PCE-SR)
Partido Comunista do Equador - Sol Vermelho
Fundadores Camarada Joselo[1], Juan Manuel Anaguarqui[2]
Fundação 1987
Ideologia Marxismo-Leninismo-Maoismo, Pensamento Gonzalo, Indigenismo
Espectro político Extrema-esquerda
Publicação Puka Inti
Ala Feminina Movimento Feminino Popular (Equador)
Dividiu-se de Alfaro Vive ¡Carajo!
País Equador
Afiliação internacional Movimento Comunista Internacional
Aliados Partido Comunista do Peru (Sendero Luminoso)
Cores      Vermelho

     Amarelo

Slogan Trabalhadores de todos os países, uni-vos!
Bandeira do partido
Página oficial
PukaInti

O Partido Comunista do Equador – Sol Vermelho (PCE-SV) (em castelhano: Partido Comunista del Ecuador - Sol Rojo, em quíchua: Ikwadurpa Kumunista Partidun - Puka Inti), ou apenas Puka Inti, é um partido comunista marxista-leninista-maoista equatoriano, e também organização guerrilheira ativa principalmente na província de Guayas. O partido participa do Movimento Comunista Internacional e possui ligações com o Partido Comunista do Peru (Sendero Luminoso), organização comumente vista como terrorista no Peru e Equador.[3][4] Foi responsável por uma série de ataques terroristas contra infraestrutura pública na primeira metade dos anos 1990.[5]

História

Precedentes

Diferente de seus vizinhos Peru e Colombia, o Equador não possui uma presença histórica extensa de grandes organizações guerrilheiras ou narcotraficantes, sendo a maior parte das organizações armadas atuantes no país originarias de nações vizinhas.[6] Uma exceção notável foi a Alfaro Vive ¡Carajo! (AVC), guerrilha socialista ativa entre 1981 e 1991.[7] Esta organização foi inicialmente próxima do Movimento Revolucionário Túpac Amaru, mas uma cisão do AVC se aliou ao rival deste, o Sendero Luminoso.[5][8] Esta cisão viria a se tornar o PCE-SV.[9]

Origem e militarização

O PCE-SV teve origem em 1987, e foi responsável por uma série de ataques terroristas entre 1992 e 1994.[10] Em sua publicação, Puka Inti, afirma em 1993:[11]

… Durante estes últimos anos, nosso Partido vem exercendo a violência revolucionária abertamente, sem falsos sentimentalismos pequeno-burgueses e com profundo ódio de classe
 
Puka Inti.

No entanto, devido a operações de contrainsurgência da polícia militar equatoriana, o PCE-SV se desmobilizou militarmente e entregou parte de suas armas.[12][13] Posteriormente, o partido atribuiria o abandono de suas atividades militares ao despreparo frente às forças estatais, bem como à falta de rigidez ideológica do partido.[14][15]

13 Militantes do PCE-SV durante uma celebração da vida de Abimael Guzmán

Atuação após 1994

O PCE-SV, desde então, vem dedicando-se ao trabalho político, principalmente através de organizações como a Frente de Defesa das Lutas do Povo no Equador (FDLP-EC), a Frente de Defesa dos Trabalhadores de Imbabura (FDTI) e o Comitê de Camponeses Pobres (CCP).[16][17] Este último mantém ligações com a Liga dos Camponeses Pobres no Brasil.[18] O partido foi acusado, juntamente com outras quatro organizações, de realizar atividades violentas durante os protestos no Equador em 2022.[19][20]

O PCE-SV mantém uma rivalidade com o Partido Comunista Marxista-Leninista do Equador, um partido hoxhaista ligado à Conferência Internacional de Partidos e Organizações Marxistas-Leninistas (Unidade e Luta); o PCMLE teria supostamente ajudado a polícia a atacar membros do PCE-SV.[15]

Ideologia

O PCE-SV é um partido Marxista-Leninista-Maoista.[11] Como tal, ele defende como objetivo final o estabelecimento do comunismo no Equador através de uma série de revoluções. A primeira é uma Revolução de Nova Democracia anti-imperialista, em que um partido comunista de um país considerado "semi-feudal" lidera as classes camponesa e operária, em colaboração com a pequena burguesia e a burguesia nacional, no desenvolvimento material da industria do país até que essa esteja avançada o suficiente para prover as condições materiais para uma Revolução Socialista e, futuramente, Comunista.[8] O PCE-SV considera o Equador um país semi-feudal, com um Capitalismo Burocrático financiado pelo Imperialismo americano, e defende a realização de uma Guerra popular prolongada no país para a implantação da Nova Democracia e do Socialismo.[21]

Adicionalmente, o PCE-SV adota o Pensamento Gonzalo, a interpretação do Marxismo-Leninismo-Maoismo seguida pelo Sendero Luminoso, e reivindica a figura de Abimael Guzmán como grande liderança comunista.[22] Juntamente com o Partido Comunista do Brasil (Fração Vermelha) e com o Servir o Povo (Noruega) da Noruega, o PCE-SV é um dos maiores defensores do Pensamento Gonzalo e do chamado "Principalmente Maoismo" internacionalmente.[23]

Ver também

Ligações Externas

Referências

  1. Redação do jornal AND. «Morre fundador e dirigente do Partido Comunista do Equador - Sol Vermelho». A Nova Democracia. Consultado em 9 de julho de 2022 
  2. Schaidhauer, Giovanna. «Falece Juan Manuel, cofundador do Partido Comunista do Equador - Sol Vermelho». A Nova Democracia. Consultado em 9 de julho de 2022 
  3. «Facción de Sendero marcha en el exterior». Diario Expreso (em espanhol). 26 de maio de 2019. Consultado em 9 de julho de 2022 
  4. Escobar, Lizeth (27 de setembro de 2021). «Ecuador no tuvo nexos con Sendero Luminoso, pero su existencia influyó en cambios en aparatos de inteligencia de la región». El Universo (em espanhol). Consultado em 9 de julho de 2022. Cópia arquivada em 2 de abril de 2022 
  5. a b Research Directorate, Immigration and Refugee Board (1 de março de 1994). «Refworld | Ecuador: Information on Red Sun (Sol Rojo) and other currently existing militant or terrorist groups as well as information on any connections between Red Sun and the AVC (Alfaro Vive Carajo)». Refworld (em inglês). Consultado em 9 de julho de 2022 
  6. «¿Se puede hablar de guerrillas urbanas en Ecuador?». Primicias (em espanhol). Consultado em 10 de julho de 2022 
  7. Niggeler, Coralie. «Alfaro Vive, Carajo (AVC)». TRAC (em inglês). Consultado em 10 de julho de 2022 
  8. a b Cortina, Eudald (11 de abril de 2006). «Entrevista al Partido Comunista del Ecuador "Sol Rojo", por Eudald Cortina». CeDeMA (em espanhol). Consultado em 9 de julho de 2022 
  9. Partido Comunista do Equador - Sol Vermelho (1 de fevereiro de 2006). «Sobre la campaña electoral y el surgimiento de organizaciones armadas en Ecuador». CeDeMA (em espanhol). Puka Inti. Consultado em 9 de julho de 2022 
  10. Tiempo, Casa Editorial El (11 de março de 1993). «ECUADOR: APARECE GRUPO SUBVERSIVO SOL ROJO». El Tiempo (em espanhol). Consultado em 9 de julho de 2022 
  11. a b Partido Comunista do Equador - Sol Vermelho (1 de junho de 1993). «A la aurora de la liberación, con la guerra popular». CeDeMA (em espanhol). Consultado em 9 de julho de 2022 
  12. Tiempo, Casa Editorial El (3 de junho de 1994). «ECUADOR SOL ROJO SE DESMOVILIZA:». El Tiempo (em espanhol). Consultado em 9 de julho de 2022 
  13. Tiempo, Casa Editorial El (26 de outubro de 2019). «¿Han tenido éxito las disidencias guerrilleras?». El Tiempo (em espanhol). Consultado em 9 de julho de 2022 
  14. Partido Comunista do Equador - Sol Vermelho (1 de junho de 1997). «El golpe de viento». CeDeMA (em espanhol). Consultado em 9 de julho de 2022 
  15. a b Partido Comunista do Equador - Sol Vermelho (2022) [2020]. «Alguns comentários sobre o documento "Sobre o Maoismo em sí" do Partido Comunista Revolucionário (PCR) do Canadá» (PDF). Comitê Bandeira Vermelha. Traduzido pelo Comitê Bandeira Vermelha. Consultado em 9 de julho de 2022 
  16. Maria, Giovanna. «Equador: Rebelião camponesa chega à capital e exige a destituição do governo reacionário». A Nova Democracia. Consultado em 10 de julho de 2022 
  17. Schaidhauer, Giovanna. «Equador: Revolucionários homenageiam o Presidente Gonzalo». A Nova Democracia. Consultado em 10 de julho de 2022 
  18. AND, Redação de. «Equador: Novas ações em apoio à LCP e o Acampamento Manoel Ribeiro são realizadas». A Nova Democracia. Consultado em 10 de julho de 2022 
  19. Televistazo, Redacción y (7 de julho de 2022). «Violencia en protestas evidencia existencia de grupos irregulares». www.ecuavisa.com (em espanhol). Consultado em 9 de julho de 2022 
  20. Televistazo, Redacción y (29 de junho de 2022). «Secuestradores liberaron al gerente de Banecuador en Morona Santiago luego de que el Gobernador accedió a renunciar». www.ecuavisa.com (em espanhol). Consultado em 9 de julho de 2022 
  21. Partido Comunista do Equador - Sol Vermelho (1 de maio de 2010). «¡La Revolución Proletaria Mundial, hoy más que nunca una necesidad histórica!». CeDeMA (em espanhol). Consultado em 9 de julho de 2022 
  22. Rojo, Sol (16 de setembro de 2017). «SOL ROJO: A 25 AÑOS DE SU CAPTURA: ¡VIVA EL PRESIDENTE GONZALO!». SOL ROJO. Consultado em 10 de julho de 2022 
  23. «¡Gloria eterna al Presidente Gonzalo!». CeDeMA (em espanhol). 24 de setembro de 2021. Consultado em 9 de julho de 2022 
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