Diferente de seus vizinhos Peru e Colombia, o Equador não possui uma presença histórica extensa de grandes organizações guerrilheiras ou narcotraficantes, sendo a maior parte das organizações armadas atuantes no país originarias de nações vizinhas.[6] Uma exceção notável foi a Alfaro Vive ¡Carajo! (AVC), guerrilha socialista ativa entre 1981 e 1991.[7] Esta organização foi inicialmente próxima do Movimento Revolucionário Túpac Amaru, mas uma cisão do AVC se aliou ao rival deste, o Sendero Luminoso.[5][8] Esta cisão viria a se tornar o PCE-SV.[9]
Origem e militarização
O PCE-SV teve origem em 1987, e foi responsável por uma série de ataques terroristas entre 1992 e 1994.[10] Em sua publicação, Puka Inti, afirma em 1993:[11]
“
… Durante estes últimos anos, nosso Partido vem exercendo a violência revolucionária abertamente, sem falsos sentimentalismos pequeno-burgueses e com profundo ódio de classe
”
— Puka Inti.
No entanto, devido a operações de contrainsurgência da polícia militar equatoriana, o PCE-SV se desmobilizou militarmente e entregou parte de suas armas.[12][13] Posteriormente, o partido atribuiria o abandono de suas atividades militares ao despreparo frente às forças estatais, bem como à falta de rigidez ideológica do partido.[14][15]
Atuação após 1994
O PCE-SV, desde então, vem dedicando-se ao trabalho político, principalmente através de organizações como a Frente de Defesa das Lutas do Povo no Equador (FDLP-EC), a Frente de Defesa dos Trabalhadores de Imbabura (FDTI) e o Comitê de Camponeses Pobres (CCP).[16][17] Este último mantém ligações com a Liga dos Camponeses Pobres no Brasil.[18] O partido foi acusado, juntamente com outras quatro organizações, de realizar atividades violentas durante os protestos no Equador em 2022.[19][20]
Adicionalmente, o PCE-SV adota o Pensamento Gonzalo, a interpretação do Marxismo-Leninismo-Maoismo seguida pelo Sendero Luminoso, e reivindica a figura de Abimael Guzmán como grande liderança comunista.[22] Juntamente com o Partido Comunista do Brasil (Fração Vermelha) e com o Servir o Povo (Noruega) da Noruega, o PCE-SV é um dos maiores defensores do Pensamento Gonzalo e do chamado "Principalmente Maoismo" internacionalmente.[23]