Peixe é um município brasileiro do estado do Tocantins, criado em 1895 com terras desmembradas de São João da Palma (atual Paranã). Localiza-se a uma latitude 12º01'30" sul e a uma longitude 48º32'21" oeste, estando a uma altitude de 240 metros. Sua população estimada em 2004 era de 8 711 habitantes.
Possui uma área de 5111,29 km².
História
Originou-se com a vinda do ALferes Alfredo Ramos Jubé e Dmitri França, quando ali acampou, juntamente com 20 praças, para impedirem ataques dos índios Canoeiros aos emissários de Vila Boa de Goiás. Os mesmos deviam atravessar o Rio Tocantins no porto local, onde um lavrador já possuía uma roça e uma pequena embarcação. Presume-se que nesse aludido local havia um tesouro escondido, dos padres jesuítas - Na mais alta pedra do Rio Santa Tereza, no lugar denominado Itans, está sepultado o maior tesouro dos Jesuítas... contava essa tradição.
Ramos Jubé e comandados, construíram suas casas e uma igreja, da qual ainda hoje se conservam as ruínas, na Praça Getúlio Vargas. A estes, posteriormente, se uniram Joaquim Tavares e Francisco da Silva Montes que, com suas famílias, construíram o primeiro núcleo e expulsaram os índios Canoeiros que viviam às margens do Rio Tocantins.
Pela Lei Provincial nº 13, de 31 de junho de 1846, a Vila de Santo Antônio do Peixe é elevada à categoria de Distrito do Município de Palmas (Paranã, hoje). As pessoas de mais destaque na época na Vila de Santo Antônio do Peixe, foram: Narcísio Ponce Leones, Eliseu Augusto Pinheiro Cangussu, Antônio José de Almeida, Pedro Pinheiro de Queiroz, Senador Domingos Teodoro e o Deputado Cândido Teodoro, incansáveis lutadores pela emanciapação política do Peixe.
A Lei Estadual nº 64, de 20 de junho de 1895, deu autonomia política ao Distrito de Peixe, com o mesmo topônimo, desmembrando-o do Município de Palmas (hoje Paranã) e instalando-o neste mesmo ano. Posteriormente, em divisão territorial datada de 31 de dezembro de 1936, o Município de Peixe apareceu com o nome de Santa Terezinha. Finalmente, novamente pelo Decreto-Lei Estadual nº 557, de 30 de março de 1938, apareceu com o nome atual.
Significado do Nome
Tempos depois, o Povoado de Santa Cruz dos Itans foi vítima de uma enchente muito grande do Rio Tocantins, que despejou suas águas nas vazantes e numa grande lagoa, pouco distante do Rio. . Com a baixa das águas, um peixe, de tamanho nunca visto nesse rio, ficou preso na referida lagoa onde veio a morrer, sendo encontrado por uma caravana de Vila Boa. Depois desse fato os viajantes diziam: Vamos passar o rio onde foi encontrado o peixe.... Ora, daí o nome atual de Peixe. A dita lagoa e córrego que serviu de vazante, tomaram a mesma denominação.
Clima
Segundo dados da estação do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) de Peixe, em operação desde maio de 1975, a menor temperatura registrada oficialmente foi de 10,4 °C em 2 de agosto de 1988 e a maior alcançou 43,2 °C em 13 de setembro de 2019. O maior acumulado de precipitação em 24 horas atingiu 137,7 mm em 20 de abril de 1996, seguido por 135,8 mm em 7 de janeiro de 2002, 134,6 mm em 7 de novembro de 1999, 131,8 mm em 26 de outubro de 1984, 115,8 mm em 21 de janeiro de 1997, 104,8 mm em 17 de novembro de 2010 e 100 mm em 26 de dezembro de 2002. O recorde de mês mais chuvoso da série histórica pertence a dezembro de 1989, com 683,4 mm.[5][6]
Fonte: INMET (normal climatológica de 1991-2020;[7] recordes de temperatura: 01/05/1975-presente)[5][8][6]
Turismo
Ecopraia da Tartaruga
É uma imensa ilha com uma praia de aproximadamente 2 km², banhada pelo Rio Tocantins. Além da beleza de suas areias, a praia é um ponto de concetração de tartarugas, daí a origem do seu nome. A presença de tartarugas no local é um fenômeno único, com grande potencialidade para o ecoturismo e estudos biológicos. O acesso se dá pela estrada de rodagem até Porto do Peixe, descendo-se rio abaixo. A duração do percurso fluvial demora cerca de 15 minutos.[9]
Arquipélago do Tropeço
É um conjunto de 366 ilhas e ilhotas, formando um arquipélago fluvial no rio Tocantins. São formas e tamanhos variados, em posições tais que fazem o rio correr em saltos sobre as pedras as corredeiras e os remansos. O tropeção, como é conhecido o lugar, é apenas um referencial. Na verdade, existem outras cachoeiras e saltos ao longo do rio, navegáveis em épocas distintas e orientadas pelos níveis das águas. O local impressiona pela beleza, porém, oferece muito perigo a quem não souber se guiar entre os canais convencionados a navegação. Um dos canais mais utilizados no verão é o Canal das Cuias. O Passeio é feito de canoa ou em pequenas lanchas a motor. Por entre os canais se pratica a pesca da caranha, abundante no local, e nas áreas de águas calmas, represadas naturalmente pelas rochas, pode-se pescar também tucunarés e jacundás. Com caiaques é possível explorar toda a região. A presença de um guia nos passeios é fundamental. São necessários cuidados especiais e orientação aos visitantes.[10]
Referências
↑IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010
↑«Censo Populacional 2021». Censo Populacional 2021. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 26 de agosto de 2022