As origens do reino de Granada encontram-se no desmembramento do Califado Almóada perante o avanço das tropas castelhanas. Em 1232 Maomé I(r. 1232–1273) declarou-se sultão e tornou-se o fundador da dinastia nacérida, que governaria o reino de Granada. Este rei ordenou a construção do Palácio da Alhambra onde se instalou com a sua corte.
Em 1246 Maomé I declarou-se vassalo do rei de CastelaFernando III. Através deste pacto de vassalagem o rei comprometia-se a ajudar os cristãos na conquista de Sevilha em troca da proteção castelhana. Apesar disso, os cristãos continuaram a exercer pressão militar sobre Granada, o que motivou Maomé a pedir ajuda aos Merínidas do norte de África.
Os primeiros contingentes de tropas merínidas estabelecem-se em Granada durante o reinado de Maomé II e ajudam a repelir os castelhanos. Ali permanecerem até à Batalha do Salado (1340), quando derrotados pelos cristãos se retiram definitivamente para o norte da África.
Para além de lutas internas (conspirações, rebeliões, guerra civil em 1427) e de falta de apoios do mundo árabe, Granada, apesar de conseguir suster alguns avanços de Castela e obter algumas tréguas, não conseguiu reestruturar-se internamente e começou a ceder aos ataques cristãos.
Ainda desencadeou um contra-ataque entre 1433 e 1440, recuperando praças de Castela, mas a partir daqui a história de Granada foi de defesa contra Castela, bloqueios econômicos, tréguas e devolução de cativos, até a "guerra de Granada", uma série de campanhas militares entre 1482 e 1492 que culminariam a 2 de Janeiro de 1492, com a rendição negociada mediante capitulação do rei Maomé XII, conhecido entre os espanhóis como Boabdil.
No século XVI, apesar do embelezamento e da valorização cultural da cidade e da região pelos espanhóis, ainda havia, na minoria mourisca, sentimentos saudosistas do antigo Reino Nacérida, que se manifestaram em movimentos como os levantamentos nas Alpujarras, último foco de resistência mourisca.
Cruz, Abel dos Santos (2003). «Guerra de corso e pirataria no "Mediterrâneo Atlântico" ao tempo do conde D. Pedro de Meneses (1415-1437)». Africana (26-27): 13-54. ISSN0871-2336