Entra em Portugal pela extensa veiga de Chaves, vale estrutural (linha de fractura, Verin-Régua), inactivo do ponto de vista sísmico. Este é de abatimento e dissimétrico, conservando ainda o testemunho sedimentar de importante fase lacustre. O rio Tâmega, seguindo sempre uma direcção Norte-Sul, serve de fronteira internacional numa extensão de cerca de 2 quilómetros.
Percurso
Na primeira parte do seu curso em Portugal,ficam-lhe a Este as alturas do Brunheiro (919 metros) e a Oeste os vários degraus que formam a serra do Larouco. Em Portugal, o Tâmega, banha a cidade de Chaves, as Terras de Basto (Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Mondim de Basto e Ribeira de Pena) passa por Amarante e Marco de Canaveses, desaguando finalmente no Douro nas localidades de Entre-os-Rios e Torrão.[1] Estabelece a fronteira entre os concelhos de Boticas e Vila Pouca de Aguiar.
Devido às irregularidades do regime pluviométrico na área da sua bacia, o qual apresenta grandes variações anuais, originam-se consequentemente irregularidades no seu regime e no dos seus ribeiros. Assim,no fim do Verão, devido ao estio prolongado, a água corrente escasseia, originando-se grande degradação na sua qualidade. Pelo contrário no Inverno, com a abundância de precipitação e a fusão das neves que caem nas serras próximas, os caudais engrossam, transbordando por vezes. Senão, repare-se nas inúmeras referências marcadas em paredes de casas ribeirinhas ao Tâmega.
No Tâmega, o Centro de Produção do Douro possui um aproveitamento hidroelétrico - Barragem de Torrão (Marco de Canaveses) - construído em 1988, com uma potência instalada de 146 MW e uma produção média anual de 228 GWh estando ainda previstos novos empreendimentos em Vidago e Amarante.
Sistema Eletroprodutor do Tâmega
O Sistema Eletroprodutor do Tâmega é um dos maiores projetos hidroelétricos levados a cabo na Europa nos últimos 25 anos e contempla a construção de três aproveitamentos hidroelétricos na região do Alto Tâmega: Gouvães (bombagem), Daivões (turbinação) e Alto Tâmega (turbinação).
As barragens deverão estar concluídas em 2023 e o maior volume de trabalhos concentra-se entre os anos 2018 e 2020.
Estão previstos 1.500 milhões de euros de investimento e a criação de 13.500 empregos diretos e indireto durante o período de maior volume dos trabalhos (2018-2020). O complexo contará com uma potência instalada de 1.200 megawatts (MW), alcançando uma produção anual de 1.800 gigawatts hora (GWh), ou seja, 4% do consumo elétrico de Portugal.
Características básicas do escoamento da bacia vertente do Rio Tâmega[2]