Rodolfo Braghirolli (Mântua, 13 de abril de 1860 — Caxias do Sul, 12 de fevereiro de 1942) foi um alfaiate e político italiano naturalizado brasileiro,[1] radicado em Caxias do Sul, onde desenvolveu intensa atividade comunitária.[2][3]
Filho dos imigrantes Carlo e Lucia Braghirolli, Rodolfo chegou ao Brasil com os pais em 1869, e quando foi fundada a Colônia Caxias em 1875 a família lá se radicou. O pai faleceu pouco depois, e Rodolfo foi obrigado a trabalhar para ajudar a família, dedicando-se ao ofício de alfaiate,[4] sendo o primeiro a atuar no local.[5] Com 20 anos foi se aperfeiçoar na Itália com Victorio Raffignone.[4] Recebeu um prêmio pelas suas roupas na Exposição Nacional de 1901.[6] Ensinou a outros o ofício[4] e revelou-se um líder da categoria, sendo o primeiro presidente da União Geral dos Alfaiates, criada em 1915.[5] Em 1910 já havia ganhado um significativo prestígio, sendo um dos oradores oficiais nas grandiosas festividades organizadas para celebrar a inauguração da via férrea,[7][8] um avanço que pleiteava junto ao governo estadual desde 1897.[9]
Foi ainda fabriqueiro da Catedral,[15] um dos fundadores do Clube Juvenil,[3] membro da Sociedade Filodramática;[16] sócio-fundador e gerente do Teatro Apolo, o primeiro teatro de ópera da cidade;[17][18] conselheiro do Distrito Escolar, um dos fundadores da União Condutora, sócio-fundador do Grêmio Literário Caxiense, suplente do juiz distrital,[6][19] político, membro do Grêmio Republicano[20] e conselheiro municipal.[6] Em 1910 era o 5º maior pagador de imposto predial.[21]
Ativo membro da Associação dos Comerciantes, esteve entre seus fundadores em 1901, foi membro da primeira diretoria como integrante do Conselho Fiscal, um dos diretores titulares em 1912,[22] e secretário em 1935.[23] Em 1941, quando a entidade comemorou 40 anos e foi declarada de utilidade pública pela Prefeitura, Braghirolli, junto com outros sete fundadores ainda vivos, recebeu o título de sócio de honra.[24]
Poucos meses depois faleceu, causando "grande pesar" na comunidade, sendo "homem bom e muito estimado, de um caráter temperado e de espírito ativo, tendo tomado parte em todos ou quase todos os grandes movimentos de nossa cidade".[1] Casado com Josefina Rosina, deixou os filhos Aldo, Higina, Yolanda, Sílvia, Dina, João, Rômulo, Lina e Bianca.[25][26] Em 1954 seu nome batizou uma rua.[27] Em 1974, nos preparativos para as grandes comemorações do centenário de fundação de Caxias, foi o primeiro homenageado na Galeria dos Pioneiros publicada pelo Jornal de Caxias, com duas matérias de página inteira, sendo chamado de "um dos pioneiros que com trabalho, dedicação e tenacidade ajudaram a construir Caxias do Sul".[6][19]
↑Luchese, Terciane Angela. O processo escolar entre imigrantes da região colonial do RS — 1875 a 1930. Leggere, scrivere e calcolare per essere alcuno nella vita. Tese de Doutorado. Unisinos, 2007, pp. 97-200
↑Brandalise, Ernesto A. Paróquia Santa Teresa - Cem Anos de Fé e História (1884 - 1984). Editora da UCS, 1985