Nos textos das pirâmides, Rá e Hórus são claramente distintos (por exemplo, Hórus remove para o sul do céu o trono de Rá)[5], mas
em dinastias posteriores Rá foi fundido com o deus Hórus, formando Rá-Horaqueti ("Rá, que é o Hórus dos Dois Horizontes"), e acreditava-se que era soberano de todas as partes do mundo criado (o céu, a terra e o mundo inferior.)[3] É associado com o falcão ou o gavião. No Império Novo o deus Amom se tornou proeminente, após fundir-se com Rá e formar Amom-Rá.
Durante o Período de Amarna, Aquenáton modificou o culto de Rá para Aton, outra versão da divindade solar, porém com a sua morte o culto tradicional de Rá foi restaurado.
O culto do touroMnévis, uma encarnação de Rá, também teve seu centro em Heliópolis, onde existia um cemitério oficial para os touros sacrificados.
A partir do fim do Império Antigo, os faraós proclamaram-se ‘filhos de Rá’, aumentando ainda mais a adoração dos egípcios ao deus Rá.
Iconografia
Rá foi representado de várias formas. A forma mais comum era um homem com a cabeça de um falcão e um disco solar no topo e uma serpente enrolada ao redor do disco. Outras formas comuns são um homem com a cabeça de um besouro em sua forma como Khepri, ou um homem com a cabeça de um carneiro.
Ra também foi retratado como carneiro, besouro, fênix, garça-real, serpente, touro, gato ou leão, entre outros. Ele era mais comumente caracterizado como sendo a cabeça de um carneiro no mundo dos mortos. Desta forma, Ra é descrito como sendo o "carneiro do oeste" ou ″carneiro encarregado de seu harém″.
Em alguns livros, Ra é descrito como um rei envelhecido com carne dourada, ossos de prata e cabelos de cor azul-lápis.
↑Alguns autores, como Araújo, Luís Manuel (dir.), Dicionário do Antigo Egito (Lisboa, Editorial Caminho, 2001. ISBN 972-21-1447-6) consideram Ré a forma onomástica mais correcta em língua portuguesa. Segundo eles, Rá foi usado durante muito tempo por influência de obras historiográficas em língua inglesa, onde a transliteração do nome do deus é Ra; porém, nas transliterações para português, Rá é apenas admissível enquanto elemento inicial ou medial de um nome egípcio, mas nunca em forma final ou isolada - daí Ramessés («nascido de Ré»), mas por exemplo, Setepenré (o nesu-biti do faraó Ramessés II, significando «o escolhido de Ré», onde surge vocalizado como Ré e não Rá).
↑ abHart, George. The Routledge Dictionary of Egyptian Gods and Goddesses, ISBN 0-415-34495-6