Saboeiro é um município brasileiro do estado do Ceará, localiza-se na microrregião do Sertão de Inhamuns, Mesorregião dos Sertões Cearenses.
Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2021, era de 15 757 habitantes.[2]
Etimologia
Saboeiro significa vendedor de sabão. A denominação original do município era Santa Cruz de Caracará, depois Caracará', Carcará e, desde 1859, Saboeiro[5].
História
Origem:
A Origem da cidade de Saboeiro remota do inicio do século XVIII, com a as doações das primeiras sesmarias — áreas de terras doadas segundo a tradição portuguesa, fornecem um quadro parcial da descoberta e colonização da área — Segundo registros, A primeira sesmaria nos Inhamuns foi doada em 1707 e a ultima em 1821, dois anos antes deste sistema de doação de terra ser inutilizado.
Os primeiros habitantes, com base em registros, foram identificados como sendo Domingos Rodrigues e seu companheiro Ventura Rodrigues de Souza. No ano de 1721, O Capitão-mor Salvador Alves da Silva, atendendo ao que lhe requerido Lourenço Alves Feitosa, concedeu-lhe uma légua de terra, O Sitio Santa Cruz (Carcará), abaixo dos Camaleões (primitiva designação da atual cidade de Saboeiro advinda por conta de uns bancos de areia formados pelo Rio Jaguaribe à semelhança do dorso do réptil chamado “Camaleão”). Estas terras foram concedidas na data de 19 de agosto de 1721 (“Datas”, vol. 6, nº488). O Sitio Santa Cruz, ou Cruz, como era descrito nos registros, deu origem à Povoação da Cruz, atualmente Saboeiro.
O clã Carcará e sua influência na região:
Na metade do século XVIII, o português Manuel da Rocha Franco sua esposa, Maria Sanches de Carvalho, e seus setes filhos, emigraram de Portugal com destino ao Brasil, mas precisamente Itamaracá.
Pelo que se tem conhecimento, a saída de Portugal da Família de Manuel se deu por conta do namoro de sua filha Agostinha Sanches de Carvalho com o alferes Antônio Domingues Alves. Porém, certo dia amanheceu no porto de Recife uma embarcação lusa, que trazia a bordo Antônio Domingues Alves, que não esquecera sua amada.
Logo que se soube da chegada do alferes, a família de Manuel tratou de liquidar seus negócios em Olinda, partindo para o Ceará, chegando na ainda pequena vila de Icó, fugindo, assim, novamente do alferes, que pretendia se casar com sua filha.
Logo com a chegada de sua família em Icó, Manuel da Rocha Franco se voltou para a criação de gado e o plantio de cereais. A família logo enriqueceu e influenciou outras famílias na região.
Manuel da Rocha Franco, após se mudar para Icó, adquiriu terras, que logo foram nomeadas como Santa Cruz(Carcará), e depois se mudou para estás terras.
A partir do casamento de seus filhos surgiu a família Carcará, principalmente do casal José de Oliveira Bastos e Antônia Franco de Carvalho, filha de Manuel da Rocha Franco e Maria Sanches de Carvalho. Deste casal descende Antônia Franco de Carvalho, esta se casou com o português João Baptista Vieira, deles descende Francisco Fernandes Vieira, Barão de Icó, depois Visconde, este foi o primeiro Barão do Ceará, Título outorgado por Decreto Imperial de 25 de março de 1849 e registrado em 07 de julho de 1849. O título de Visconde do Icó, o segundo do Ceará, foi-lhe concedido por Decreto Imperial de 14 de março de 1855 e registrado em 18 de julho de 1855. Participou também do governo provisório do Ceará. Era considerado como o detentor da maior fortuna do Ceará nos tempo do Império Brasileiro. Este, Quando morreu, deixou cem léguas de terras, distribuídas em muitas fazendas por todo o Ceará. Também descende do casal o Dr. Gonçalo Batista Vieira, Barão de Aquiraz, e sobrinho e genro de Francisco Fernandes Vieira.
Geografia
Hidrografia e recursos hídricos
As principais fontes de água são o rio Jaguaribe, os riachos Macambira, Parelhas, Conceição, Cachoeiras, Cordas, Barra e tipís.
Relevo e solos
A principal elevação é a Serra do Mota.
Vegetação
A vegetação é composta por caatinga arbustiva aberta e floresta caducifólia espinhosa.A caatinga é um tipo de ecossistema que consiste em áreas com mais de trinta graus.
Subdivisão
O município tem seis distritos: Saboeiro (sede), Barrinha, Felipe, Flamengo, Malhada e São José.
Clima
Tropical quente semiárido com pluviometria média de 687 mm com chuvas concentradas de janeiro a abril.
Dados climatológicos para Saboeiro
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Mês
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Jan
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Fev
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Mar
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Abr
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Mai
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Jun
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Jul
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Ago
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Set
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Out
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Nov
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Dez
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Ano
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Temperatura máxima média (°C)
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32,3
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31
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29,9
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29,5
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29,4
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29,7
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30,3
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31,6
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32,8
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33,4
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33,4
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33,1
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31,4
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Temperatura média (°C)
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27
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26,2
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25,5
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25,2
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25
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24,8
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25
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25,8
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26,7
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27,3
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27,5
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27,5
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26,1
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Temperatura mínima média (°C)
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21,8
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21,5
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21,2
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21
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20,6
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19,9
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19,7
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20
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20,7
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21,3
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21,7
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22
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21
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Precipitação (mm)
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84
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112
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186
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139
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60
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23
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12
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5
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5
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10
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14
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37
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687
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Fonte: Climate Data[6]
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Economia
Cultura
O principal evento cultural é festa da padroeira, Nossa Senhora da Purificação (2 de fevereiro).
Outro evento notório é a festa da colheita, uma popular festa celebrada nas comunidades da paróquia do município, que tem o objetivo de agradecer a colheita do ano corrente. O evento geralmente é marcado após a quadra chuvosa. O evento teve sua 18° edição em 2022 (21 de julho).
Religião
Predomina a religião católica, que responde por mais de 95% da população, e é responsável por grande parte das tradições e costumes locais. Existem ainda algumas igrejas evangélicas, de pouca expressão na comunidade.
Política
A administração municipal localiza-se na sede, Saboeiro. Atualmente o prefeito é Marcondes Herbster, que tem o mandato até 2024
Bibliografia
Chandler, Billy. Os Feitosas e o Sertão dos Inhamuns – A Historia De Uma Familia E Uma Comunidade No Nordeste do Brasil 1700-1930.
Filgueira, Marcos Antonio (1994). Os Judeus Foram Nossos Avós. Mossoró, RN : ESAM : Fundação Guimarães Duque.
Mota, Aroldo (2002). As "sete irmãs" e a história política do Ceará. Revista do Instituto do Ceará.
CARTAS-PATENTE: I – Coronel Joaquim Alves Feitosa.
Vieira, Eneas Braga Fernandes. A VERDADEIRA ORIGEM DOS CARCARÁS DE SABOEIRO.
Feitosa, Aécio (2001). Sesmarias dos Feitosas no Ceará. Revista do Instituto do Ceará.
Referências
Ligações externas