Nos censos de 1864 e 1878 aparece com a designação de São Pedro de Farinha Podre. Passou a ter a actual denominação por decreto de 21 de fevereiro de 1889 (Fonte: INE)
Freguesia de São Pedro de Alva
A antiga freguesia de São Pedro de Alva, situada entre-os-rios Alva e Mondego, junto à Barragem da Aguieira, no Município de Penacova, Distrito de Coimbra, na Beira Litoral, situa-se na zona leste do Município, distando, sensivelmente, catorze quilómetros da vila de Penacova.
Confinava com a freguesia de Travanca do Mondego a Norte, Paradela e São Martinho da Cortiça a Sul, S. Paio do Mondego a Este, Oliveira do Mondego e Friúmes a Oeste, englobando as seguintes povoações: Arroteia, Atouguia, Beco, Bica, Cabecinha, Carvalhal, Castinçal, Cavaleiro, Cruz do Soito, Hombres, Laborins, Lufreu, Mocejo, Peixoto, Parada, Quintela, Rebolo, Relvão, Ribeira, São Pedro de Alva, Silveirinho, Sobral, Vale da Ribeira, Vale da Serra, Vale da Vinha, Valeiro Grande, Vimieiro e Zarroeira.
São Pedro de Alva é considerada a capital de Mondalva ou Casconha, sub-região natural que se limita a norte e poente pelo rio Mondego e a nascente pela Serra da Moita. Mondalva lhe chama a erudição moderna, mas Casconha será sempre o nome tradicional.
Além da freguesia de São Pedro de Alva, esta sub-região chega ainda a abranger as seguintes: Oliveira do Mondego, S. Paio do Mondego, Paradela, e Travanca, do Concelho de Penacova. Carapinha e Covelo, do Concelho de Tábua. S. Martinho da Cortiça do Concelho de Arganil.[carece de fontes?]
História
A estrutura latina do primeiro nome de São Pedro de Alva, de que se encontra notícia, segundo o António Carlos Proença de Figueiredo, constitui imediato indício da sua Antiguidade, a tal respeito, o Dr. Joaquim da Silveira aponta algumas explicações: “ Apesar de este topónimo ser constituído por duas palavras bem conhecidas, não é fácil conjecturar como se aplicaram para designar um lugar. O vocábulo Farinha sugere logo um moinho. Mas também é certo que a situação de Farinha Podre num alto, sem ribeiros correntes, mal permite pensar num engenho desses movido a água a que aquele vocábulo servisse de determinativo; e os moinhos de vento ainda não existiam no século XIII.
Assim, talvez esta estranha denominação tenha sido aplicada inicialmente, por chacota a algum simples casal ou “catraia” cujo dono ou tendeiro fosse acusado pelo povo de vender, por vezes, Farinha estragada pela humidade ou por qualquer outro motivo, chamando-lhe por isso venda (ou casal) da Farinha Podre”. As primeiras referências a S. Paio de Alva aparecem nas Inquisições de D. Dinis. A antiga Farinha Podre constituiu uma das chamadas comendas novas da Ordem de Cristo, avaliada no ano de 1605 em duzentos mil réis (moeda da época), e foi morgado anexo ao senhorio de Góis, donde um ramo da família tomou o apelido Farinha (Vasco Fariam). Nos séculos XII e XIII já aparece o nome de “Farina Putre” em documentos latinos. Com a denominação antiga de S. Pedro de Farinha Podre, que foi substituída pela actual por decreto de 21 de Fevereiro de 1889, foi sede do concelho de Farinha Podre (que correspondia em grande parte à unidade geográfica da região), extinto em 31 de Dezembro de 1853. Nesta data foi anexada ao concelho de Tábua, mudando para o de Penacova em 24 de Outubro de 1855.
Mário da Cunha Brito, benemérito e mecenas. Tinha o desejo de criar um hospital e maternidade na vila, tendo atualmente uma fundação em sua homenagem transformada em lar de idosos com centro de dia e creche.
António Carlos Proença de Figueiredo, historiador, filósofo, escritor e diretor geral do ensino técnico-profissional (1940-1980)
José Maria de Oliveira Matos, deputado da Monarquia Constitucional
Maurício Vieira de Brito, filho de Mário da Cunha Brito que conseguiu realizar o sonho do pai, erguendo-lhe uma fundação. Foi ainda presidente do Sport Lisboa e Benfica, ficando o clube a dever-lhe a construção do 3.º anel e a iluminação do Estádio da Luz, que foi o maior da Europa e o terceiro maior do mundo
Viegas Pimentel, médico conceituado e fundador da Associação Desportiva e Cultural de São Pedro de Alva.
Ordenação heráldica do brasão e bandeira – Publicada no Diário da República, Nº 120 de 24 de maio de 1997
Armas – Escudo de ouro, roda de azenha de vermelho, entre dois pinheiros arrancados de verde; em chefe, duas chaves de negro, passadas em aspa; ponta ondeada de cinco peças de azul e prata. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro "S. PEDRO DE ALVA" (maiusculado).
Bandeira– Esquartelada de amarelo e verde. Cordão e borlas de ouro e verde. Haste e lança de ouro. Existem dois tipos de bandeiras na freguesia, uma para cerimónias e cortejos e outra para hastear em edifícios (onde existe apenas quatro ligeiras diferenças, a haste e a lança, deixam de ser de ouro e os cordões dourados e as borlas de ouro e verde também desaparecem, a bandeira passa a ser de 2x3).
Selo– Nos termos da Lei, com a legenda: "Junta de Freguesia de S. Pedro de Alva - Penacova"
Vila
São Pedro de Alva, foi elevada à categoria de vila a 16 de Agosto de 1991, estabelecido pelo Decreto-lei 99/91 de 16 de Agosto. Ainda hoje esse dia é comemorado como "Dia da Freguesia".
A vila é divida pelos bairros ou lugares de Paço Velho, Vale da Ribeira, Valeiro Grande, Casal Novo, Cabeço das Passadeiras, Vale do Gil e São Pedro de Alva (centro).
Rotunda "António José de Almeida" no Largo Maurício Vieira de Brito
Recinto da Feira
Campo multi-usos no Recinto da Feira
Edificio da Junta de Freguesia
Fundação Mário da Cunha Brito onde funciona uma Creche, Lar de idosos, centro de dia, clínica de fisioterapia e medicina de reabilitação.
Ribeira da Farinha Podre
Casas históricas no Paço Velho, onde se inclui a velha Casa do Gaiato onde o Padre Américo teve a visão da Obra da Rua e a casa onde Mário da Cunha Brito aprendeu a ler e escrever.
Escola Básica Integrada de São Pedro de Alva (Vale da Ribeira), ex-sede do extinto Agrupamento de Escolas de São Pedro de Alva. Actualmente pertence ao Agrupamento de Escolas de Penacova.
Escola pré-primária
Jardim da vila
Igreja Matriz de São Pedro
A Igreja Paroquial de São Pedro documenta de algum modo o passado da vila. É do século XVIII e resultou do acrescentamento de uma mais pequena, do século XV. A fachada está dividida em três partes por pilastras das quais a mais elevada é a central. A porta, de verga curta, tem cornija direita rematada por frontão interrompido, com óculo sobreposto. Azulejos do século XVII revestem a capela-mor, ligeiramente mais elevada em relação ao corpo do templo. O retábulo é de colunas torsas. Existe um sacrário em calcário renascença, do século XVI, na capela batismal. No teto está pintado o patrono, S. Pedro. Da Igreja primitiva conservam-se: uma janela geminada, a portada, e a pia batismal cavada em lóbulos.