A Usina Nuclear de Obninsk (em russo: Обнинская АЭС, transl. Obninskaia AES) foi a primeira usina nuclear do mundo,[1] ou seja, o primeiro reator nuclear que produziu eletricidade industrialmente,[2] embora em pequena escala.[3]
Construída na "Cidade das Ciências" de Obninsk,[4] Oblast de Kaluga, a cerca de 110 km a sudoeste de Moscou, na União Soviética, ela foi conectada à rede elétrica em junho de 1954. A usina permaneceu em operação até 2002, embora sua produção de eletricidade para a rede tenha cessado em 1959; depois disso, funcionou apenas como uma central de pesquisa e produção de isótopos.[5]
Segundo Lev Kotchetkov, "embora a utilização do calor gerado continuasse e a produção de isótopos fosse aprimorada, a tarefa principal era realizar estudos experimentais".[4] A tecnologia aperfeiçoada na planta piloto[6] de Obninsk foi posteriormente empregada em uma escala muito maior nos reatores RBMK.[2]
Projeto
A unidade de reator na usina, AM-1 ("Атом Мирный", russo para "átomo pacífico"), tinha uma capacidade elétrica total de 6 MW e uma capacidade líquida de cerca de 5 MWe. A produção térmica foi de 30 MW. Foi um projeto de protótipo, usando um moderador de grafite e refrigeração à água. Este reator foi o precursor dos reatores RBMK.
Seu reator utilizava urânio enriquecido a 5%; essa porcentagem seria reduzida em reatores subsequentes.[7]
História
A construção começou em 1 de janeiro de 1951. A primeira reação crítica foi alcançada em 6 de maio de 1954 e a primeira conexão à rede foi realizada em 27 de junho de 1954.[8][9] Por cerca de quatro anos, até a abertura da Usina Nuclear da Sibéria, Obninsk permaneceu o único reator de energia nuclear da União Soviética; a usina permaneceu ativa até 29 de abril de 2002, quando foi finalmente encerrada. Segundo Kotchetkov, em seus 48 anos de operação não houve incidentes significativos que resultassem em overdose ou mortalidade de pessoas, ou em liberação radioativa no ambiente que excedesse os limites permitidos.[4]
A seguinte usina nuclear soviética a ser conectada à sua rede elétrica foi a Unidade 1 de Beloiarsk, em 1964, com uma capacidade de 100 MWe.[10]
Referências
- ↑ Paul R. Josephson (2005). Red Atom: Russia's Nuclear Power Program from Stalin to Today. University of Pittsburgh Pre. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-8229-7847-3
- ↑ a b Ronald Allen Knief (1992). Nuclear engineering: theory and technology of commercial nuclear power. Hemisphere Pub. Corp. 2nd ed. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1-56032-088-3
- ↑ Steven B Krivit; Jay H Lehr; Thomas B Kingery, eds. (2011). Nuclear Energy Encyclopedia: Science, Technology, and Applications. Wiley. [S.l.: s.n.] pp. 26 and 138. ISBN 978-1-118-04347-9
- ↑ a b c Nuclear Engineering International: Obninsk - number one. Lev Kotchetkov,
- ↑ Committee on End Points for Spent Nuclear Fuel and High-Level Radioactive Waste in Russia and the United States. Board on Radioactive Waste Management, Division on Earth and Life Studies and Office for Central Europe and Eurasia Development, Security, and Cooperation Policy and Global Affairs (2003). End Points for Spent Nuclear Fuel and High-Level Radioactive Waste in Russia and the United States. National Academies Press. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-309-08724-7
- ↑ International Atomic Energy Agency (1968). Nuclear Power Economics Vol II. International Atomic Energy Agency. Col: Bibliographical Series no. 30. [S.l.: s.n.] OCLC 24577447
- ↑
S. E. Hunt (1980). Fission, Fusion and The Energy Crisis. Pergamon Press 2nd ed. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1-4831-4861-8
- ↑ «APS-1 OBNINSK (Atomic Power Station 1 Obninsk)». Power Reactor Information System. IAEA
- ↑ «Nuclear Power Plants in Russia». Gallery. Power Plants Around The World
- ↑ Steven B Krivit; Jay H Lehr; Thomas B Kingery, eds. (2011). Nuclear Energy Encyclopedia: Science, Technology, and Applications. Wiley. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1-118-04347-9
Leitura adicional