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Zazá

 Nota: Para o cantor sertanejo, veja Zazá (cantor). Para o filme com Gloria Swanson, veja Zaza (filme de 1923).
Zazá
Zazá
Informação geral
Formato Telenovela
Gênero Comédia romântica
Duração 50 minutos
Criador(es) Lauro César Muniz
Elenco
País de origem Brasil
Idioma original português
Episódios 215
Produção
Diretor(es) Jorge Fernando
Roteirista(s) Aimar Labaki
Rosane Lima
Tema de abertura Dona Doida (Rita Lee)
Exibição
Emissora original TV Globo
Distribuição TV Globo
Formato de exibição 480i (SDTV)
Transmissão original 5 de maio de 1997 – 10 de janeiro de 1998
Cronologia
Salsa e Merengue
Corpo Dourado

Zazá é uma telenovela brasileira produzida pela TV Globo e exibida de 5 de maio de 1997 a 10 de janeiro de 1998, em 215 capítulos.[1] Substituiu Salsa e Merengue e foi substituída por Corpo Dourado, sendo a 55.ª "novela das sete" exibida pela emissora.[2]

Escrita por Lauro César Muniz, com a colaboração de Aimar Labaki e Rosane Lima, teve direção de Jorge Fernando, Marcelo Travesso e Alexandre Boury. A direção geral foi também de Jorge Fernando.

Contou com as atuações de Fernanda Montenegro, Paulo Goulart, Ney Latorraca, Nathália Timberg, Marcello Novaes, Letícia Spiller, Cecil Thiré, Fafy Siqueira, Antônio Calloni, Julia Lemmertz, Alexandre Borges, Vanessa Lóes e Jorge Dória.

Enredo

Em Zazá, a personagem título é a septuagenária Marisa Dumont, uma excêntrica milionária, que cresceu ouvindo da mãe que é filha do inventor Alberto Santos Dumont, parentesco confirmado por seu velho amigo e confidente, o brigadeiro Pascoal Borato. A mãe de Zazá teria conhecido o jovem Alberto em um carnaval, setenta anos antes.[1] Apesar disso, os registros históricos sobre o pai da aviação não mencionam que ele tivesse filhos.[3]

A trama abre com a protagonista de bigode e vestida como Santos Dumont, em Paris, refazendo o voo pioneiro numa réplica do 14 Bis, após contornar a Torre Eiffel.[3] Chamando a atenção para o projeto revolucionário que tem em mãos: a construção de um avião atômico, que tem o sugestivo nome “Decola Brasil".[4]

Zazá é também uma mãe super protetora, ela tem sete filhos. Todos eles não eram bom em nada ou não sabia fazer nada, porém eram donos do dinheiro, E consciente disso, Zazá jura tornar os filhos competentes e independentes. Em um de seus voos, Zazá enxerga as nuvens formarem a figura de sete anjos e tem uma ideia: contratar sete profissionais ligados à áreas pelas quais os filhos se interessam para serem o que ela chama de anjos da guarda e encaminhar os sete rebentos nos negócios.[1]

Os sete “anjos da guarda” são profissionais muito gabaritados, mas com alguma dificuldade e erros cometidos no passado, o que se configura no esquema organizado pelo vilão Silas, advogado da família Dumont, que reúne provas contra os anjos e mantém todos eles “de rabo preso”.[5]

O intuito de Silas é fazer dos anjos “sete sombras”, ou seja, convencidos à trabalharem sem terem seus nomes divulgados publicamente, o que significa que quem vai levar toda a glória para eles são os filhos de Zazá, dando a aparência que são inteligentes e bem sucedidos em cima do talento dos anjos. Por exemplo, uma chef de culinária francesa para executar os pratos da filha que é cozinheira, o cineasta para dirigir os filmes do filho que é diretor de cinema, um engenheiro para assinar os projetos do outro e assim por diante.[6]

A farsa chega ao fim quando Zazá descobre o esquema sujo e livra os anjos das chantagens de Silas.

Com tudo, o intuito maior do maquiavélico é impedir que o projeto de Zazá saia do papel e tomar as empresas tudo para ele,[7]

Produção

Zazá tem uma atmosfera própria de uma farsa, que é um gênero teatral cômico, que se utiliza de personagens caricatos e excêntricos, além de mostrar situações que beira a fantasia e a inverossimilhança.[8]

A princípio a trama teria 161 capítulos, mas como Corpo Dourado foi tardiamente escolhida como sua substituta, não daria tempo para a estreia naquele ano. Por esse motivo, o autor teve que acrescentar 54 capítulos à trama, enquanto a substituta não ficava pronta. A novela teve problemas com audiência. Muniz declarou que nunca havia escrito uma novela tão extensa. Depois de passar por uma estafa com o trabalho, teve que dividi-lo com outros dois colaboradores: Jacqueline Veleso e Felipe Miguez.[9]

A cenografia da Globo produziu para a trama, em parceria com a Embraer, a réplica de um avião real, um modelo híbrido inspirado no Brasília e uma aeronave futurista projetada por Santos Dumont. O avião foi usado pelo autor como metáfora do desenvolvimento do país. Segundo Muniz, a principal pretensão da novela era discutir se o Brasil "decolava" ou não rumo ao futuro.[3]

A personagem Zazá nasceu em 1924, cinco anos antes da atriz Fernanda Montenegro. A produção da novela pensou em colocar uma peruca grisalha na atriz, para que ela ficasse mais velha, mas desistiu da ideia a deixando assumir a própria identidade.[10] O amor na terceira idade é um dos aspectos mais interessantes abordados na novela, na opinião de Montenegro. Os atores "setentões" protagonizam casos de amor, adultérios e brigas, o que é "muito bonito", segundo a atriz.[11]

A telenovela abordou também os temas AIDS e sexualidade. A personagem Jacqueline, interpretada pela estreante Adriana Londoño, foi infectada pelo HIV em uma transfusão de sangue.[12] A trama trouxe um personagem bissexual (Rô Rô Pedalada) e outro pansexual (Silas), representando minorias sexuais na sociedade até então pouco exploradas na teledramaturgia.[13]

Protagonista do núcleo jovem da novela, Fernanda Rodrigues foi convidada por Antonio Calmon para viver uma das protagonistas de Corpo Dourado, sucessora de Zazá, e teve que deixar a trama antes do fim. Segundo a produção, o motivo seria a dificuldade para recrutar atores para novos trabalhos. Muitos preferiam as minisséries e especiais, outros estavam envolvidos em produções cinematográficas ou viajando pelo país com espetáculos teatrais.[14] Rachel Ripani ganhou a oportunidade de estrear na tevê a convite dos autores Lauro Cezar e Aimar Labak, que prometeram escrever um personagem para ela depois de vê-la numa peça. Dez meses depois, estava estudando dramaturgia em Londres, quando o diretor Jorge Fernando foi até lá fazer o convite, o que a trouxe de volta para o Brasil.[15] A produção reuniu cinco casos de aparentados envolvendo o autor, os atores e o diretor.[16] Quem faz o personagem do filho de Pedro na novela é Leonardo Bataglin, filho de Roberto Bataglin.[17]

O ex-jogador de futebol Renato Gaúcho fez uma participação na novela como técnico de um time de futebol feminino.[18]

Leticia Spiller revelou que teve uma assessoria culinária durante três meses para ajudar na composição de seu personagem, a gourmand Beatriz. As aulas com a chef de culinária francesa Ana Castilho aconteceram na casa da atriz. Livros e aulas de francês complementaram os estudos.[19] A personagem da Deborah Secco começa a novela gordinha e ao se apaixonar por um homem mais velho, emagrece e fica mais sensual. A atriz tentou engordar mas não conseguiu, então optou-se por um enchimento e roupas largas.[20]

O vilão Silas (Ney Latorraca) teria seu castigo apenas no final da novela, mas esse desfecho foi antecipado no capítulo de 21 de outubro. Segundo o autor, o objetivo era dar novos rumos à trama, além de mostrar acontecimentos fortes antes do final.[21]

Elenco

Ator Personagem[22]
Fernanda Montenegro Marisa Dumont (Zazá)
Ney Latorraca Silas Vadan
Marcello Novaes Hugo
Letícia Spiller Beatriz
Paulo Goulart Ulisses
Nathalia Timberg Tereza
Jorge Dória Ângelo
Julia Lemmertz Fabiana
Fernando Torres Brigadeiro
Cecil Thiré Dorival (Doc)
Fafy Siqueira Renata
Paulo Gorgulho Victor
Cláudia Ohana Maria Olímpia
Alexandre Borges Solano
Adriana Londoño Jacqueline
Reginaldo Faria Roberto
Mário Gomes Álvaro
Deborah Secco Dora
Sylvia Bandeira Dorothy
Louise Cardoso Mercedes
Marcos Breda Ro-Ro Pedalada
Vanessa Lóes Lavínia
Antônio Calloni Milton
Rachel Ripani Sisi
Roberto Bataglin Pedro
Fernanda Muniz Marília
Suely Oliveira Isabel
Luciano Vianna Samuel
Xuxa Lopes Marina
Fernanda Rodrigues Valéria
Juliana Martins Lúcia
David Cardoso Jr. Douglas
André Valli Marcos
Marcelo Barros Junior
Roberto Bontempo José
Eduardo Caldas Jonas
Aracy Cardoso Neusa
Ana Maria Nascimento e Silva Hilda
Élcio Romar Lua
Bernadeth Lyzio Tânia
Jorge Fernando Gastão
Giselle Policarpo Clarinha
Daniel Marinho Luís
Hugo Gross Claudinei
Betty Erthal Jéssica
Leina Krespi Nilda
Hilda Rebello Castorina
Gustavo Ottoni Antônio
Leonardo Bataglin filho de Pedro
Bernardo Pontes Daniel (bebê de Beatriz e Hugo)

Participações especiais

Ator Personagem[1]
Cissa Guimarães Cecília
Paulo Silvino produtor de TV
Sandra Bréa Ela mesma

Música

Fonte: Teledramaturgia[22]

Nacional

Capa: logotipo da novela

  1. "Jovens Tardes de Domingo" - Gal Costa
  2. "É Uma Partida de Futebol" - Skank
  3. "A Seta e o Alvo" - Paulinho Moska
  4. "Rouxinol" - Milton Nascimento
  5. "Fullgás (Memê's Radio Mix 97)" - Marina Lima
  6. "Busca Vida" - Os Paralamas do Sucesso
  7. "Vou Levando a Vida" - Peninha
  8. "Sonho de Uma Noite de Verão" - Milton Guedes
  9. "Simples Viagem (Sitting And Watching)" - Cidade Negra
  10. "50 Anos" - Emílio Santiago
  11. "Assim Falou Zaratustra (Also Sprach Zarathustra)" - Sérgio Dias
  12. "Você Chegou" - Zé Ricardo
  13. "Escândalo" - Adriana Capparelli
  14. "Dona Doida" - Rita Lee (tema de abertura)

Internacional

Capa: Letícia Spiller e Marcello Novaes

  1. "I Don't Want To" - Toni Braxton
  2. "Enamorado Por Primera Vez" - Enrique Iglesias
  3. "The Real Thing" - Lisa Stansfield
  4. "Uh La La La" - Alexia
  5. "Con Te Partiró (Time To Say Goodbye)" - Mafalda Minnozzi & Jerry Adriani
  6. "Chanson D'Amour" - Manhattan Transfer
  7. "Love Won't Wait" - Gary Barlow
  8. "Falling Into You" - Celine Dion
  9. "Loving Every Minute (Cutfather & Joe Remix)" - Lighthouse Family
  10. "Vattene Amore" - Luciano Bruno
  11. "I Will Survive" - Cake
  12. "When I Fall In Love" - Natalie Cole & Nat King Cole
  13. "Sé Que Ya No Volverás" - Diego Torres
  14. "Hole In My Soul" - Aerosmith

Referências

  1. a b c d e Memória Globo. «Zazá». Consultado em 3 de novembro de 2009 
  2. «'Zazá' estréia hoje na Rede Globo». Folha de S.Paulo. 5 de maio de 1997. Consultado em 26 de julho de 2015 
  3. a b c «Novela da Globo usa aeronave para discutir se o Brasil decola ou não». Folha de S.Paulo. 4 de maio de 1997. Consultado em 5 de dezembro de 2017 
  4. https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/5/04/tv_folha/5.html
  5. https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/5/04/tv_folha/6.html
  6. https://www1.folha.uol.com.br/fsp/tvfolha/tv230302.htm#:~:text=A%20equipe%20da%20novela%20%60%60,Zaz%C3%A1%2C%20vivida%20por%20Fernanda%20Montenegro.
  7. «Quem eram os "anjos da guarda" de Zazá? Novela chegou ao fim há 20 anos». TV História 
  8. https://www.abra.art.br/post/lauro-c%C3%A9sar-muniz
  9. «Novela da Globo 'Zazá' vai ter de ser esticada». Brasil Online. 20 de agosto de 1997. Consultado em 31 de março de 2015 
  10. «Voadoras». Folha de S.Paulo. 4 de maio de 1997. Consultado em 5 de dezembro de 2017 
  11. Veteranos do amor
  12. «Aids chega a 'Zazá' nos 10 próximos capítulos». Folha de S.Paulo. 17 de setembro de 1997. Consultado em 5 de dezembro de 2017 
  13. Representantes das minorias sexuais, como o Rô-Rô Pedalada de "Zazá" (Marcos Breda, na foto), se tornam cada vez mais frequentes em novelas da Globo: estão ar atualmente um bissexual, uma lésbica e um pansexual
  14. Elaine Guerini (25 de janeiro de 1998). «Ninguém me tira do ar!». Folha de S.Paulo. Consultado em 25 de julho de 2017 
  15. Grávida do 2º, Rachel Ripani diz: 'Me sentindo completa por ter uma menina'
  16. "Grande Família" ressuscita no set de gravação da novela "Zazá"
  17. https://www.folhadelondrina.com.br/folha-2/adeus-a-rebeldia-31334.html?d=1
  18. «Gaúcho vai participar». Folha de S.Paulo. 8 de maio de 1997. Consultado em 20 de março de 2016 
  19. Novelas pegam público pelo estômago
  20. Deborah Secco e Letícia Spiller nos bastidores de "Zazá". 10 de fevereiro de 2021. Em cena em 1m45s 
  21. «Vilão morre para salvar "Zazá"». Folha de S.Paulo. 19 de outubro de 1997. Consultado em 5 de dezembro de 2017 
  22. a b Zazá

Ligações externas

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