Revelado no Flamengo, Zinho iniciou sua carreira, em 1986, quando teve a oportunidade de atuar ao lado de Zico, Andrade e Leandro, alguns dos maiores craques da história rubro-negra.
Entretanto, no final dos anos 1980, o Flamengo passou por uma grande fase de transição, de modo que, deste grupo campeão carioca de 1986, Zinho foi, praticamente, o único remanescente.
Deixando o Flamengo em 1992, após seis anos de casa, Zinho foi jogar no Palmeiras, onde tornou-se o maestro da avassaladora equipe palmeirense que foi bicampeã paulista e brasileira, em 1993 e 1994.[1] Nesta primeira passagem, destaca-se o memorável primeiro gol do segundo jogo da final do Paulistão de 1993, marcado por Zinho.[2] O elenco alviverde, que contava com grandes nomes como Roberto Carlos, César Sampaio, Rivaldo, Edmundo, Edílson e Evair, conquistou ainda o Torneio Rio-São Paulo daquele ano.
Yokohama Flügels
Após a Copa do Mundo, Zinho foi jogar no Yokohama Flügels, do Japão. Três anos mais tarde, porém, o jogador voltaria ao Palmeiras.
Retorno ao Palmeiras
Nesta sua segunda passagem pelo Palestra Itália, conquistou a Libertadores da América de 1999, seu principal título da carreira, fora a Copa do Mundo.
No Palmeiras, segundo o Almanaque do Palmeiras de Celso Unzelte e Mário Sérgio Venditti, somando-se suas duas passagens, jogou 333 jogos com 184 vitórias, 74 empates, 75 derrotas e 56 gols marcados.[3]
Grêmio e Cruzeiro
Zinho também jogou no Grêmio e no Cruzeiro, sendo que, pelo primeiro, foi um dos cinco jogadores mais bem pagos do país e conquistou a Copa do Brasil de 2001, ao passo que pelo outro, conseguiu seu quarto título brasileiro, igualando-se ao recorde de Andrade.
O jogador está eternizado na calçada da fama do tricolor gaúcho.[4]
Retorno ao Flamengo
Em janeiro de 2004, aos 36 anos de idade, Zinho acertou seu retorno ao Flamengo, pensando em encerrar a carreira no seu clube de origem.[5] No primeiro semestre, o jogador conquistou o Campeonato Carioca pela equipe rubro-negra. No entanto, no ano seguinte, teve problemas com o então técnico Cuca, o que ocasionou a sua saída do Flamengo, fato que levou o pai de Zinho a chamar Cuca de "incompetente".
Segundo o Almanaque do Flamengo de Roberto Assaf e Clóvis Martins, somando-se as duas passagens de Zinho pelo rubro-negro carioca, ele jogou 401 jogos com 216 vitórias, 104 empates, 81 derrotas e 54 gols marcados.[3]
Nova Iguaçu
Após sair do Flamengo, Zinho assinou contrato com o Nova Iguaçu, time de sua cidade natal.[6] O meio-campista estava prestes a encerrar a carreira no final de 2005, quando surgiu a proposta de ir jogar no Miami, dos Estados Unidos.
Aposentadoria no Miami
Jogou duas temporadas no Miami antes de encerrar sua carreira em 2007, aos 40 anos. Logo após se aposentar, assumiu o cargo de treinador da equipe.
Seleção Nacional
A relação de Zinho com a Seleção Brasileira se deu de uma maneira curiosa. Em 1970, quando o menino Crizam tinha apenas 3 anos, ele se perdeu da família durante a comemoração do tri. Ali a mãe do atleta, Moyseslita, rezou e disse que, se o encontrasse, o menino atuaria pelo Brasil.[7]
O jogador recebeu sua primeira convocação para a Seleção em 1989, aos 21 anos.[7]
Zinho foi campeão mundial em 1994, jogando com a camisa 9 e sendo o responsável por fazer o jogo girar — toda bola de ligação ao ataque passava por ele. O meia não balançou as redes na Copa do Mundo, mas foi importante para a conquista.[8] Contudo, obrigado a ajudar na marcação, Zinho viu-se preso ao meio-campo e, sem poder avançar ao ataque, seu futebol não esteve à altura de suas atuações pelo Palmeiras. Logo vieram as críticas, e a imprensa esportiva da época foi extremamente dura com o jogador, que passou a ser ironizado com o apelido de Zinho Enceradeira, que foi dado pelos humoristas do grupo Casseta & Planeta.[9] O apelido foi bastante utilizado por Galvão Bueno nas transmissões dos jogos do Brasil na Copa do Mundo. Anos depois, em julho de 2020, o locutor pediria desculpas publicamente.[10]
Pela Seleção Brasileira, Zinho marcou seis gols em 57 jogos, segundo o livro "Seleção Brasileira 90 Anos", de Antônio Carlos Napoleão e Roberto Assaf.[3]
Zinho sempre foi o jogador que iniciava as jogadas de sua equipe.[11] O próprio chegou a dizer em entrevista que seu estilo de jogo é semelhante ao do espanhol Xavi.[12] Mesmo assim, o trabalho de Zinho não era sempre apreciado, e o atleta chegou a receber o apelido de "enceradeira" por conta de seu estilo de jogo.[13]
Porém, para Leonardo Miranda, do blog Painel Tático, do ge, Zinho foi um jogador a frente de seu tempo, justamente por ter este estilo. Segundo o jornalista, "entre 2008 e 2014, só se falava no “tiki-taka” de Espanha e Barcelona, tidos como exemplo de futebol moderno. Mas 20 anos antes, Zinho fazia o mesmo que Xavi e Iniesta e era chamado de enceradeira."[14]
Nos clubes por onde passou, Zinho era um meia mais ofensivo. Na Seleção de 94, porém, o encaixe no esquema tático do técnico da Seleção, Carlos Alberto Parreira, fez com que ele jogasse de forma diferente, dando mais apoio à defesa.[7]
Pós-aposentadoria
Em 2010, voltou ao Brasil para se aprimorar na carreira de treinador. Zinho é um dos jogadores recordistas de jogos pelo Brasileirão, sendo superado por Fábio e Rogério Ceni. De 1986 a 2004, acumulou 370 jogos pela competição.
Dirigente e comentarista esportivo
Por volta do final de 2006, o Miami propôs a Zinho que se tornasse o treinador do time. Aceitando a proposta, Zinho deu início a uma nova fase em sua vida, a de técnico. Mas em meados de 2010, retornou ao Brasil para dar continuidade à sua carreira acertando com o Nova Iguaçu, por onde esteve como diretor executivo. Em 2012 foi contratado pelo recém lançado canal Fox Sports, para trabalhar como comentarista. Porém, em maio foi convidado para assumir o cargo de diretor executivo de futebol do Flamengo,[15] deixando a Fox Sports e assumindo o Flamengo. Em 2013, foi convidado para se tornar o diretor executivo de futebol do Santos.[16] No final de 2014, com um novo presidente eleito, Zinho deixou a gerencia do Santos para voltar ao Rio de Janeiro e resolver questões pessoais.[17]
No primeiro semestre de 2015, o ex-jogador esteve no canal ESPN Brasil e participou do programa Resenha ESPN.[18] Em agosto do mesmo ano, aceitou ser auxiliar técnico de Jorginho no Vasco da Gama.
Auxiliar técnico
Durante o período como auxiliar-técnico no Vasco, teve a primeira oportunidade de comandar a equipe como treinador numa vitória por 2 a 0 contra o Brasil de Pelotas. Na ocasião, Zinho contou com o apoio de Jorginho, que havia sido expulso numa partida contra o Avaí, válida pelo Série B, e estava cumprindo suspensão.[19]