O adjetivo asiático designa, em sentido amplo, tudo o que se relaciona com a Ásia: na linguagem comum, quando se refere a pessoas, é contudo utilizado principalmente para designar populações com características físicas do Leste Asiático, do Sudeste Asiático e de certas regiões da Ásia Central, por abuso de linguagem. Pessoas de outras partes da Ásia, como o Oriente Médio ou o subcontinente indiano, raramente são chamadas de asiáticas, embora também o sejam.
Em meados do século XVIII, vários cientistas europeus dividiram a humanidade em várias raças.[1] O naturalista Georges-Louis Leclerc de Buffon foi um dos primeiros a classificar a humanidade em seis raças: a "raça polar", a "raça tártara", a "raça asiática austral", a "raça européia", a "raça negra" e a "raça australiana".[2] A sua classificação, que se pretende basear em critérios biológicos, reflete na verdade uma visão etnocêntrica ocidental em que quanto mais bela for percebida uma raça, mais civilizada ela seria.[2] Assim, Buffon acredita que dentro da raça tártara, certas populações são mais ou menos "degeneradas" em comparação com o que ele considera o modelo ideal.[2]Carl von Linnaeus, zoólogo e botânico sueco, dividiu a humanidade em quatro grupos humanos com base na cor da pele: para ele, os europeus são brancos, os africanos são negros, os ameríndios são vermelhos e os asiáticos são amarelos.[3] Por volta de 1780, o antropólogo alemão Johann Friedrich Blumenbach estabeleceu outra classificação, acrescentando outros critérios como o tamanho do crânio para distinguir as raças: Caucasiano, mongol, etíope, americano e malaio.[2] Para ele, os povos tártaros são europeus enquanto os mongóis são asiáticos.[2] A raça malaia de Blumenbach, que ele também chama de "raça marrom", abrange uma grande parte do Sul da Ásia, Leste Asiático e também da Oceânia.[3] Todas essas classificações concebem a "raça branca" como sendo superior às outras. A "raça marrom", na visão de Blumenbach, insere-se assim entre os brancos julgados bonitos e os mongóis julgados feios, como uma espécie de "tampão" intermediário.[3] Tais classificações servem às políticas de colonização levadas a cabo pelas potências europeias em todo o mundo.[3]
No século XX, em 1933, o antropólogo francês George Montandon usou critérios antropométricos para dividir a humanidade em cinco raças principais diferentes, que foram divididas em vinte raças. Entre eles, encontramos a "raça oriental" ou "semítica", a "raça pré-asiática" ou "média-oriental", e a "raça asiática".[4]
Os termos "raça amarela", "população de cor amarela", ou simplesmente "Amarelos", às vezes são usados para descrever essas populações. O uso desta terminologia foi particularmente comum na Europa do século XIX, dependendo da classificação dos povos humanos segundo um dos critérios aparentes ou segundo a teoria racialista, cuja relevância é hoje fortemente contestada do ponto de vista científico.
O uso do termo Amarelos, diferentemente do caso de Brancos ou Negros, caiu em certa obsolescência a partir da segunda metade do século XX. Estas expressões foram substituídas pelo uso do termo asiáticos, usado de forma muito restritiva para designar todas as populações com "pele amarela". O inglês usa o termo mais preciso Asiáticos-Orientais (em inglês: East Asians).
A expressão xantoderma, do gregoxanthos ("loiro") e derma ("pele"),[5] pode ocasionalmente ser usado.[6]
Características
De acordo com os critérios atuais, os indivíduos desses povos apresentam cores de pele claras e comparáveis às dos indivíduos brancos ou acobreadas; o cabelo é preto e liso e os olhos são amendoados na cor preta ou marrom, com uma pálpebra com dobra epicântica, muitas vezes chamados de ""flangeada". Seus genes são dominantes e recessivos.
Tons de cor da pele vêm da melanina, e a pele asiática tem a especificidade de possuir uma mistura heterogênea dos dois tipos de melanina: feomelanina (conhecida como "melanina vermelha" presente no tipo de pele branca) e eumelanina (chamada "melanina negra" presente no tipo de pele negra). A variação na proporção de cada tipo de melanina explica porque a pele asiática pode ser mais ou menos escura em diversas regiões da Ásia.