Normalmente, a Cátedra Bracarense era ocupada por um Arcebispo indicado pelo Rei e confirmado pelo Papa. Por vezes as opiniões não se conciliavam e o corte de relações era inevitável. Raras vezes isso acontecia, mas na primeira metade do século XVIII, acentuando mais a desavença, sucedeu que a individualidade indicada pelo Rei não mereceu o consenso do Papa, e então o corte de relações entre a Santa Sé e Portugal, continuou. Vários anos se manteve esta situação sendo então a Arquidiocese governada durante esse espaço de anos pelo Cabido.
Em 11 de Fevereiro de 1739, Dom João V, sem a aquiescência da Santa Sé, apresentou seu irmão legitimado, Dom José de Bragança, como Arcebispo de Braga. A notícia só chegou à Capital do Minho no 25 do mesmo mês. Os bracarenses, rejubilaram não só porque há mais de dez anos a igreja de Braga, vivia órfã de pai Espiritual, como também por ser nomeada uma personalidade de tão alta hierarquia.
Compostas as diferenças entre o Reino de Portugal e a Santa Sé, graças à acção do Papa Bento XIV, um dos Papas mais amigos dos Portugueses, a 19 de Dezembro de 1740, no 1.º Ano do pontificado, confirmou a eleição que D. João V fizera de seu irmão consanguíneo para Arcebispo de Braga, como se prova pela BulaDivina disponente clementia.
D. José chegou a Braga em 23 de Julho de 1741. Incompatibilizando-se com o Cabido da Sé de Braga, seu irmão, D. João V, ordenou-lhe que deixasse Braga temporariamente, embora devesse continuar a governar o arcebispado. Durante esse desterro, D. José viveu em Guimarães durante um ano e meio, inicialmente em casa de um fidalgo, Tadeu Camões, e depois na Casa dos Coutos, que mandou construir, onde residiu até 22 de Junho de 1748[2]
À frente da Sé Primaz sucedeu-lhe um outro bastardo régio, D. Gaspar de Bragança, filho do seu irmão consanguíneo o Rei D. João V de Portugal, e duma religiosa, Madalena Máxima da Silva de Miranda Henriques.
Entre as suas obras mais notáveis na cidade está o complexo Sete Fontes, que permitiu abastecer a cidade com água potável durante séculos.
↑OLIVEIRA, Eduardo Pires. «Os alvores do rococó em Guimarães»(PDF). Universidade do Porto, Faculdade de Letras, Biblioteca Digital. Consultado em 2 de setembro de 2022