Juan Carlos Osorio Arbeláez[2] (Santa Rosa de Cabal, 6 de agosto de 1961) é um treinador e ex-futebolista colombiano que atuava como meio-campista. Atualmente está no Tijuana.
Ganhou da mídia a alcunha de "El Recreacionista" por conta de seus métodos não ortodoxos de treinamento[3] e de armação de suas equipes.[4] É licenciado como treinador de futebol nos Países Baixos e pós-graduado em ciência do futebol pela Universidade de Liverpool, além de ter recebido o maior grau de congratulação da UEFA, através da FA. Após trabalhar algum tempo no Brasil preferiu aceitar o convite para ser treinador da Seleção Mexicana.
Carreira como jogador
Nascido em Santa Rosa de Cabal, Risaralda, de onde é um de seus pais, mudando-se para Anserma Caldas, onde passou sua infância. Era um meio-campista que jogou na seleção da Colômbia sub-20 de José Guevara Salazar no início dos anos 80; depois estreou como profissional no Deportivo Pereira na primeira divisão, na década de 1980. Jogou como profissional por cinco anos. Uma lesão levou a sua aposentadoria precoce.
Carreira como treinador
Foi para os Estados Unidos, onde se formou em Ciências do Exercício Físico e Rendimento Humano em 1990. Começou sua carreira como treinador de futebol, iniciando-se como assistente, no Staten Island Vipers. Durante cinco anos, foi auxiliar técnico no Manchester City, indicado pelo ex-treinador inglês Kevin Keegan. Além de receber o maior grau de congratulação da UEFA, através da FA e de ser licenciado em treinador de futebol, nos Países Baixos e pós-graduado em ciência do futebol pela Universidade de Liverpool.
Millonarios
Depois de passar mais de cinco anos de trabalho no Manchester City, ele voltou para a Colômbia para treinar o Millonarios. No segundo torneio daquele ano, ele colocou o clube da capital em quinto lugar, conseguindo se classificar para a Copa Sul-Americana de 2007. No primeiro torneio de 2007, Millonarios classificou-se em quarto lugar.
Chicago Fire
Em julho de 2007, ele anunciou sua saída da equipe de Bogotá para liderar o Chicago Fire dos Estados Unidos. Osorio levou sua nova equipe para os playoffs da MLS, onde o time de Chicago derrotou o líder DC United antes de cair para o New England Revolution nas semifinais da Conferência Leste.
New York Red Bulls
Suas realizações com o Chicago Fire chamou a atenção do New York Red Bulls que negociou seu contrato com Chicago. Depois de chegar a um acordo com Chicago, Osório foi nomeado novo treinador da equipe do New York. Ele ganhou o campeonato da Conferência Oeste e jogou na final da MLS. Em agosto de 2009 ele se demitiu depois de uma temporada difícil.
Once Caldas
Em 2010, tornou-se treinador do Once Caldas. Com essa, ele conseguiu seu primeiro título como técnico no futebol colombiano no segundo semestre de 2010.
Na Copa Libertadores de 2011, o professor Osorio conseguiu a classificação para a segunda fase junto com o Libertad do Paraguai, deixando para trás rivais como San Martín do Peru e San Luis do México. Na segunda fase conseguiu que Once Caldas vencesse o Cruzeiro na Arena do Jacaré e avançasse para as quartas de final da competição. Finalmente, Once Caldas seria derrotado pelo Santos do Brasil em uma série muito equilibrada que encerraria uma excelente campanha para Osorio e a equipe de Manizales.
No segundo semestre de 2011, Juan Carlos Osorio levou Once Caldas para uma nova final do campeonato colombiano, desta vez enfrentou o Júnior de Barranquilla mas foi derrotado nos pênaltis alcançando assim o vice-campeão desta liga.
Puebla
Em seguida, ele foi contratado pelo Puebla do México e muito em breve terminou a sua ligação no México por causa do mau desempenho.
Osorio chegou a Puebla para o torneio Clausura de 2012 substituindo Sergio Bueno. O técnico colombiano teve uma rápida passagem pelo futebol mexicano, onde só comandou a equipe em 11 jogos, com duas vitórias, dois empates e sete derrotas (cinco delas, consecutivamente). Em 20 de março de 2012, Osório demitiu-se.
Atlético Nacional
Em 3 de maio de 2012 foi confirmado como treinador do Atlético Nacional. Com este clube foi campeão da Superliga da Colômbia sobre Júnior de Barranquilla. Em 7 de Novembro de 2012, conseguiu com que o Atlético Nacional conquistasse pela primeira vez em sua história a Copa da Colômbia, ganhando o direito de disputar a Copa Sul-Americana em 2013. No semestre seguinte, levou o Atlético Nacional para uma nova final do Campeonato Colombiano, onde mais uma vez conseguiu ganhar esse título contra o Santa Fé de Bogotá por 2 a 0. Desta forma, conseguiu vencer três títulos em apenas um ano.
Durante a Copa Sul-Americana de 2013, Osorio chegou às quartas-de-final com Atletico Nacional, onde foi derrotado pelo São Paulo FC. Mas dias depois, novamente ele conquistou a Copa da Colômbia, conquistando mais um título com a equipe de Medellín e obtendo não apenas sozinho o recorde de único treinador a conquistar esse título duas vezes, mas obtê-lo de forma consecutiva.
Para finalizar o ano, Osorio venceu o título do segundo turno da primeira divisão, onde derrotou Deportivo Cali por 2 a 0. Foi o segundo treinador a levar o Atlético Nacional a conquistar dois títulos da liga consecutivos.
Dessa forma Osorio ganhou três títulos com o Atlético Nacional em apenas um ano. Um recorde histórico. Também durante o ano de 2013, ele recebeu ofertas de clubes do exterior (do México, Brasil e Argentina), bem como algumas seleções nacionais, como o Canadá, Panamá, México e Paraguai.
Durante a Copa Libertadores de 2014, o Atlético Nacional caiu no "grupo da morte", com Newell's Old Boys, Nacional do Uruguai e Grêmio. O "Verde" começou bem no grupo com uma vitória sobre o Newell's (1-0), mas foi piorando depois de um empate em casa com o Nacional e duas derrotas para o Grêmio. Na última rodada, quando tudo parecia perdido, Osorio colocou em campo uma equipe com 3 atacantes e de forma inesperada bateu o Newell's (1-3) na Argentina. Assim o Atletico Nacional eliminou o Newell's e foi a única equipe colombiana que avançou para a fase eliminatória da Copa Libertadores. Nas oitavas-de-final enfrentou o Atlético Mineiro e avançou com o placar agregado (2-1). Foi eliminado na fase seguinte pelo Defensor Sporting.
Em junho de 2014, Osorio conquistou o título nacional novamente, derrotando o Júnior de Barranquilla nos pênaltis, depois de empatar em 2-2 no agregado; obtendo-se assim seis títulos com Atletico Nacional.
Na Copa Sul-Americana de 2014, Osorio conseguiu chegar à final ao lado de River Plate da Argentina que o derrotou (2-0) no Monumental depois de ter empatado (1-1) em Medellin e alcançando assim o vice-campeonato.
São Paulo
Em 26 de maio de 2015, Osorio foi confirmado como novo treinador do São Paulo, com contrato de dois anos.[5] Ele foi apresentado na tarde de 1 de junho e fez sua estreia no dia 6, com vitória por 2 a 0 sobre o Grêmio no Morumbi, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro.
Em 6 de outubro de 2015, deixou o comando técnico da equipe, revelando sua intenção de assumir o cargo de treinador da Seleção Mexicana.[6]
Durante o tempo que ficou no clube foram 28 jogos com 12 vitórias, sete empates e nove derrotas, um aproveitamento de 51,1%.[7]
Seleção Mexicana
Em 10 de outubro de 2015 foi anunciado como novo técnico da Seleção Mexicana.[8] Após a Copa do Mundo FIFA de 2018, não teve seu contrato renovado com a Seleção Mexicana.[9]
Seleção Paraguaia
No dia 3 de setembro de 2018, assumiu a Seleção Paraguaia para o próximo ciclo, até a Copa do Mundo FIFA de 2022.[10] Após cinco meses e com um jogo disputado, pede demissão alegando "motivos familiares".[11]
Retorno ao Atlético Nacional
Em 10 de junho de 2019, após quatro anos de sua saída, foi anunciado seu retorno ao Atlético Nacional, substituindo o treinador brasileiro Paulo Autuori.[12] No dia 1 de novembro de 2020, o Atlético Nacional anuncia a demissão do treinador, após uma sequências de resultados ruins.
América de Cali
No dia 16 de junho de 2021, Osorio foi anunciado como o novo treinador do América de Cali.[13] Em 31 de março de 2022, o treinador pediu demissão após sequência de resultados ruins.[14]
Zamalek
Em 13 de abril de 2023, foi anunciado pelo presidente do Zamalek, do Egito, como novo técnico do time.[15] Em 7 de novembro de 2023, após duas derrotas seguidas o treinador foi demitido.[16]
Athletico Paranaense
No dia 3 de janeiro de 2024, foi anunciado como novo técnico do Athletico Paranaense.[17]
No dia 3 de março de 2024, após sofrer a sua primeira derrota, Osorio foi demitido do Athletico.[18]
Estilo de Jogo e Filosofias Táticas
Osório ganhou da mídia a alcunha de "El Recreacionista" por conta de seus métodos não ortodoxos de treinamento[3] e de armação de suas equipes.[4] Além disso, sempre que sua equipe está em campo, é comum vê-lo, à beira do gramado, com uma folha para anotações e duas canetas guardadas entre suas meias e seus tornozelos. Uma é azul, para os acertos, e a outra, vermelho, para tudo aquilo que lhe preocupa.[19]
Sempre com um estilo bem ofensivo, Osório costuma realizar muitas variações de esquema (por vezes até num mesmo jogo), mas sempre mantendo o mesmo padrão de jogo.
Outra medida não ortodoxa adotada por ele é a "Rotação de elenco". Dificilmente ele repete uma escalação de um jogo para outro.[20] Conforme relatado pelo próprio em seu livro "O Caderno de Osorio, meu modelo de gerenciamento", de 2015: “Busco dar participação a todos os integrantes do plantel. No futebol, e em qualquer atividade da vida, o ser humano para sentir-se parte de algo tem que participar, neste caso jogar, para dar sua contribuição”.[19] Isto, porém, acaba gerando atrito nos atletas e desagradando boa parte da torcida.[21]
Por fim, outro aspecto que chama atenção em suas equipes é a formação defensiva em escanteios e faltas laterais, próximas a área. Diferente do padrão utilizado por quase todas as equipes, que consiste em se organizar com 10 ou 9 jogadores posicionados dentro da grande área, Osório tem se defendido sua meta neste momento do jogo com apenas 7 jogadores, sendo 4 dentro da área. Com isso, Osório consegue esvaziar e ter vantagem numérica dentro da sua área ao mesmo tempo.[4][21]
Estatísticas
Como treinador
Atualizado até 3 de março de 2024.
Clube |
Jogos |
Vitórias |
Empates |
Derrotas |
Aproveitamento
|
Millonarios |
42 |
19 |
9 |
14 |
52.38%
|
Chicago Fire |
18 |
7 |
7 |
4 |
51.85%
|
New York Red Bulls |
52 |
14 |
15 |
30 |
36.54%
|
Once Caldas |
100 |
48 |
24 |
28 |
56%
|
Puebla |
11 |
2 |
2 |
7 |
24.24%
|
Atlético Nacional |
287 |
148 |
76 |
63 |
60.39%
|
São Paulo |
29 |
13 |
7 |
9 |
52.87%
|
México |
52 |
33 |
9 |
10 |
69.23%
|
Paraguai |
1 |
0 |
1 |
0 |
33.33%
|
América de Cali |
49 |
15 |
11 |
23 |
38.1%
|
Zamalek |
29 |
16 |
8 |
5 |
64.37%
|
Athletico Paranaense |
12 |
7 |
4 |
1 |
69.44%
|
Títulos
Como treinador
- Atlético Nacional
- Once Caldas
- New York Red Bulls
Referências
Ligações externas
|
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- Felix Magno (1952–54)
- Geraldo Damasceno (1969)
- Valdemar Carabina (1972)
- Francisco Sarno (1973)
- Valdemar Carabina (1974)
- Geraldo Damasceno (1976–77)
- Lauro Búrigo (1977)
- Lori Sandri (1979)
- Geraldo Damasceno (1982)
- Lori Sandri (1983)
- Geraldo Damasceno (1984)
- Otacílio Gonçalves (1985–86)
- Nicanor de Carvalho (1986)
- Geraldo Damasceno (1987)
- Nelsinho Baptista (1987–88)
- Sérgio Lopes (1989)
- José Duarte e Julinho Barcelos (1990)
- Geraldo Damasceno e Sérgio Ramírez (1992)
- Paulo Emílio e Procópio Cardozo (1993)
- Hélio dos Anjos (1994)
- Sérgio Cosme (1994–95)
- Toinho, Zequinha e Pepe (1995)
- Leão, Cabralzinho, Evaristo e Gainete (1996)
- Jair Pereira (1997)
- Abel Braga (1997–98)
- João Carlos Costa (1998)
- Antônio Clemente (1999)
- Vadão (1999–00)
- Arthur Neto e Antônio Lopes (2000)
- Paulo César Carpegiani, Flávio Lopes e Mário Sérgio (2001)
- Geninho (2001–02)
- Espinosa, Gílson Nunes e Abel Braga (2002)
- Heriberto da Cunha e Vadão (2003)
- Mário Sérgio (2003–04)
- Levir Culpi (2004)
- Edinho, Antônio Lopes e Evaristo de Macedo (2005)
- Eutrópioc, Matthäus, Niehues c e Givanildo Oliveira (2006)
- Vadão (2006–07)
- Ney Franco (2007–08)
- Roberto Fernandes, Tico dos Santos c e Mário Sérgio (2008)
- Geninho (2008–09)
- Waldemar Lemos (2009)
- Antônio Lopes (2009–10)
- Leandro Niehues e Paulo César Carpegiani (2010)
- Sérgio Soares (2010–11)
- Geninho, Adílson Batista, Renato Gaúcho e Antônio Lopes (2011)
- Juan Ramón Carrasco, Ricardo Drubscky c e Jorginho (2012)
- Ricardo Drubscky (2012–13)
- Alberto Valentim c (2013)
- Portugal, Ávila c, Doriva e Ávila c (2014)
- Claudinei Oliveira (2014–15)
- Enderson Moreira, Milton Mendes e Sérgio Vieira c (2015)
- Cristóvão Borges (2015–16)
- Bruno Pivetti c (2016)
- Paulo Autuori (2016–17)
- Eduardo Baptista, Kelly c e Fabiano Soares (2017)
- Fernando Diniz (2018)
- Tiago Nunes (2018–19)
- Eduardo Barros c (2019)
- Dorival Júnior e Eduardo Barros c (2020)
- Paulo Autuori (2020–21)
- António Oliveira e Bruno Lazaroni c (2021)
- Alberto Valentim (2021–22)
- Fábio Carille, Wesley Carvalho c e Felipão (2022)
- Paulo Turra e Wesley Carvalho c (2023)
- Juan Carlos Osorio (2024)
- Cuca (2024–)
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