A língua guzerate e o estado indiano Guzerate recebem esses nomes a partir da dinastia Gurjara, supostamente uma subtribo dos hunos, que governou parte da Índia Medieval durante os séculos VI e IX da Era Comum.[19][20]
Entre os dicionaristas brasileiros e portugueses contemporâneos, há um consenso quanto à preferência pela forma "guzerate": o Dicionário Aurélio registra como forma preferencial guzerate, dando como formas não preferenciais guzarate, guzeráti, guzerate e gujarate. O Dicionário Houaiss registra igualmente guzerate como forma preferencial, registrando como variante secundária guzarate. O Dicionário Michaelis registra apenas guzerate, forma preferida igualmente por Aurélio e Houaiss.[carece de fontes?]
A língua evoluiu a partir do sânscrito assim como o hindi, o panjabi e os dialetos rajastani. As principais mudanças fonológicas do sânscrito para o guzerate são a perda de vogais longas e a transformação de encontros consonantais em consoantes geminadas e depois em consoantes simples. Na morfologia, houve a fusão do dual com o plural e substituição de afixos de declinação (não todos) em posposições.[22]
O guzerate antigo foi uma língua que se separou da antiga língua indo-ariana central por volta de 1100 da Era Comum. Era uma língua falada pelos "gurjares" que viviam nos atuais estados de Guzerate e Rajastão. Textos desse período mostram características presentes no guzerate moderno como verbos declinados nos casos nominativo e oblíquo e presença de posposições e verbos auxiliares.[22]
Demografia e distribuição
Há uma estimativa de quase 62 milhões de falantes no mundo todo. Sendo 60 milhões só na Índia, onde é a primeira língua de 55 milhões.[15] Entretanto, líderes de comunidades falantes de guzerate no Paquistão afirmam que há cerca de 3 milhões de falantes na cidade de Carachi, mesmo sem dados oficiais.[23] Ainda no Paquistão, a língua é falada na província de Panjabe.[24]
Devido às diversas migrações do povo guzerate, a língua se espalhou por diversos países fora do subcontinente indiano. Na África, existem comunidades falantes de guzerate em países como Tanzânia, Quênia, Maláui, Uganda, África do Sul, Zâmbia e Zimbábue.[24][25] Na Uganda, tanto o hindi como o guzerate são falados pela comunidade hindu que imigrou para o país no início do século XX.[26] Na África do Sul, a constituição estabelece que o governo deve promover e proteger o uso do guzerate pelas comunidades do país assim como outras línguas minoritárias faladas no país.[27]
Na Ilha da Reunião, a língua é falada por imigrantes guzerates que se mudaram para a ilha entre os séculos XIX e XX, onde muitos começaram pequenos negócios e se desenvolveram economicamente. Paradoxalmente, o sucesso econômico dos guzerates causou insatisfação entre os demais habitantes e dificultou a sua integração.[28]
Nos Estados Unidos da América, pelo menos 300 mil pessoas conversavam em guzerate em suas casas.[29][30] Em 2016, segundo o censo do governo canadense, havia mais de 120 mil falantes de guzerate no país, o que correspondia a cerca de 0,4 da população.[31]
Fonologia
Vogais
As vogais podem ser classificadas em questão de posição da língua, altura da língua e arredondamento. As vogais i, u, ʊ, ə, ɛ, ɔ e a possuem versões nasais.[32]
O sistema de escrita guzerate é um abugida derivado do devanágari. Diferentemente de outros sistemas derivados do devanágari, o atual abugida guzerate não utiliza a tradicional linha horizontal na parte de cima das palavras (shirorekha), apesar de alguns manuscritos anteriores ao século XIX escritos em guzerate antigo a possuírem. O mais antigo documento escrito com o sistema guzerate data de 1592, e a primeira vez que ele apareceu na forma impressa foi em 1797. Até o século XIX, a escrita guzerate era usada principalmente para escrever cartas e registrar contas, enquanto o devanágari era usado principalmente para literatura e produções acadêmicas. Por essa razão, a escrita foi rotulada como a "dos banqueiros" ou "dos mercadores".[35]
Vogais
No abugida, a vogal inerente é o /ə/ (schwa). As demais vogais são representadas por caracteres independentes se estiverem sozinhas na sílaba ou através de diacríticos se acompanharem consoantes, conhecidos como mātrās.[36][37]
Existem exceções na regra de adição dos diacríticos. São elas:ર(ra) +ભુ(ū) =રુ(rū); ર(ra) + ભૂ(u) =રૂ(ru); જ(ja) + ભી(ī) = જી(jī).
Consoantes
As consoantes são tradicionalmente organizadas em classes (vərgās). As primeiras cinco classes são de oclusivas começando das velares até chegar nas bilabiais. Cada grupo de oclusivas é composto por cinco consoantes: uma desvozeada não-aspirada, uma desvozeada aspirada, uma vozeada não-murmurada, uma vozeada murmurada e uma nasal. As demais consoantes que não encaixam nessas categorias formam um outro grupo a parte.[36][38]
Velar
Palatal
Retroflexo
Dental
Bilabial
desvozeada não-aspirada
ક
ka
[kə]
ચ
ca
[tʃə]
ટ
tta
[ʈə]
ત
ta
[t̪ə]
પ
pa
[pə]
desvozeada aspirada
ખ
kha
[kʰə]
છ
cha
[tʃʰə]
ઠ
ttha
[ʈʰə]
થ
tha
[t̪ʰə]
ફ
pha
[pʰə]/[fə]
vozeada não-murmurada
ગ
ga
[ɡə]
જ
ja
[dʒə]
ડ
dda
[ɖə]/[ɽə]
દ
da
[d̪ə]
બ
ba
[bə]
vozeada murmurada
ઘ
gha
[ɡʱə]
ઝ
jha
[dʒʱə]
ઢ
ddha
[ɖʱə]
ધ
dha
[d̪ʱə]
ભ
bha
[bʱə]
nasal
ઙ
nga
[ŋə]
ઞ
nya/ña
[ɲə]
ણ
nna
[ɳə]
ન
na
[n̪ə]
મ
ma
[mə]
Demais Consoantes
Consoante
ય
ર
લ
ળ
વ
શ
ષ
સ
હ
Romanização
ya
ra
la
lla
va/wa
sha/śa
ssa/ša
sa
ha
AFI
jə
rə
lə
ɭə
ʋə
ʃə
ʂə
sə
ɦə
Ligaduras Consonantais
Quando consoantes formam encontros (ex: shk), a primeira consoante perde a sua vogal inerente (schwa) e para representar essa mudança, ela muda a sua forma e, na maioria das vezes, se liga à segunda consoante. Para modificar as consoantes existem as seguintes regras:[39]
Consoantes que possuem uma linha vertical à direita (ખ, ગ, ઘ, ચ, etc.) perdem essa linha. Por exemplo, a palavra મુશ્કીલ (mushkil), que significa dificuldade, a ligadura de શ com ક resulta em શ્ક.
Consoantes que não têm a linha vertical e possuem uma forma arredondada não sofrerão nenhuma alteração em seu formato. Em vez disso, o espaço entre as duas consoantes é removido e as duas ficam mais próximas.
Pares de consoantes retroflexas são escritas uma sobre a outra. Ex: ડ્ડ (ડ+ડ), ટ્ટ(ટ+ટ), ઠ્ઠ(ઠ+ઠ), ઢ્ઢ(ઢ+ઢ).
શ junto com વ ou ચ assume um formato irregular: શ્વ(શ+વ), શ્ચ(શ+ચ).
Kša e jña possuem formas específicas. São elas, respectivamente, ક્ષ e જ્ઞ. Na maioria das vezes, elas são usadas em palavras vindas do sânscrito.
દ(d) e હ(h) possuem algumas ligaduras irregulares, são elas: દ્મ(dma), દ્દ(dda), દ્ધ(ddha), દ્ય(dya), હ્ર(hra), હ્ય(hya) e હ્મ(hma).
A ligadura de ત+ત pode tanto ser feita segundo a primeira regra (retirando a linha vertical da primeira e unindo as duas consoantes), ou ter a forma irregular ત્ત.
Ligaduras com ર(r) seguem regras complexas. Algumas são feitas com a adição de um diacrítico a cima da segunda consoante da ligadura, como é o caso ર+ત que assume a forma ર્ત(rta); outras são com um diacrítico sob a consoante anterior, esse é o caso de ટ+ર que resulta em ટ્ર(ttra); e outras com uma modificação mais considerável, como ocorre em ત્ર(tra), ligadura de ત+ર.
Outra maneira de representar esses encontros é adicionando um diacrítico abaixo da primeira consoante chamado halanta. Esse uso geralmente é usado em livros infantis para facilitar a leitura. A seguir estão algumas consoantes com o halanta: ક્(k), પ્(p), ત્(t).
Modificadores
Os modificadores são símbolos específicos usados para modificar as sílabas.[40]
Modificador
Nome
Função
ં
bindu ou anuswar
Nasalização de vogais, mātrās e consoantes. Ex: ઈંટ [ĩʈ] (tijolo).
ઃ
visarga
Indicar prolongamento, usada em palavras vindas do sânscrito. Atualmente utilizada em apenas três palavras no guzerate moderno: દુઃખ [d̪uːkʰ] (infelicidade), દુઃસાહ [d̪uːsah] (insuportável) દુઃસાદ્ય [d̪uːsad̪ʱjə] (incurável).
્
halanta
Indicar o não pronunciamento da vogal inerente de uma consoante.
ઋ
ru ou ri
É considerado como uma vogal específica pela maneira que se comporta, apesar de foneticamente não ser. Seu mātrā é ૃ. Ex: ઋષી [ruʂi] (ermitão), કૃદંત [krud̪ən̪t̪] (particípio). Ru ainda assume formas irregulares depois de દ(da) e હ(ha. Ex: દૃષ્ટી [d̪ruʂti] (visão), હૃદય [hrud̪əj] (coração).
Algarismos
O sistema tradicional guzerate é decimal e posicional, assim como o sistema arábico. Por exemplo, para formar 10, basta justapor o algarismo que representa um com o algarismo que representa 0.[36][41]
Algarismo
Equivalente
Nome em guzerate
૦
0
શૂન્ય [ʃʊn̪jə]
૧
1
એક [ek]
૨
2
બે [be]
૩
3
ત્રણ [t̪rəɳ]
૪
4
ચાર [ʧar]
૫
5
પાંચ [pãʧ]
૬
6
છ [ʧʰə]
૭
7
સાત [ʃat̪]
૮
8
આઠ [aʈʰ]
૯
9
નવ [n̪əʋ]
Gramática
Pronomes
Existem 6 classes de pronomes em guzerate: pessoais, demonstrativos, reflexivos, interrogativos, relativos e indefinidos. Todos admitem caso oblíquo, mas não em formas vocativas. Quando à conjugação, existem três tipos: os que se conjugam apenas em caso, os que se conjugam em caso e gênero, e os que se conjugam em caso, gênero e número.
Pronomes Pessoais
Os pronomes pessoais se conjugam quanto a número e caso, e apenas o genitivo também admite gênero. Há também a separação quanto à inclusividade da 1ª pessoa do plural.[42]
Os substantivos declinam em três gêneros (masculino, feminino e neutro) e dois números (singular e plural). Alguns substantivos podem assumir diferentes gêneros a partir da mudanças de seus sufixos. Nesse caso, cada gênero recebe uma conotação específica: o masculino dá a ideia de grandeza (exercendo um papel similar ao do aumentativo), o feminino dá a ideia de pequeno tamanho (exercendo um papel similar ao diminutivo), e o neutro, uma conotação negativa. Existem diversas regras com exceções para saber o gênero de um substantivo. A seguir estão algumas delas:[43]
Dias da semana, meses. Ex: સોમવાર [soməʋar] (segunda-feira).
Nomes de montanhas, planetas, oceanos e mares. Ex: હિમાલય [himaləj] (Himalaia); સૂર્ય [sʊrəj] (Sol); ગુરુ [guru] (Júpiter); પેસિફિક [pesifik] (Pacífico). ધરતી [d̪ʱərt̪i] (Terra) é uma exceção.
Objetos grandes. Ex: ટ્રક [ʈrək] (caminhão).
Sentimentos.
A maioria dos órgãos do corpo.
Divisões administrativas de um país.
Femininos
A maioria das palavras terminadas em [i], [a], [e], [t̪] e [s]. Ex: ધરતી [d̪ʱərt̪i] (Terra); આશા [aʃa](esperança); રેલ્વે [relʋe] (ferrovia).
A maioria dos substantivos abstratos. Ex: મીઠાશ [miʈʰaʃ] (doçura).
Nomes de rios, dias lunares e turnos de um dia. Ex: ગંગા [gəŋga] (Ganges); રાત [rat̪] (noite).
Objetos inanimados de tamanho pequeno. Ex:રોટ્લી [roʈli] (pão).
Neutros
Palavras terminadas em [ũ] e [ɳ]. Ex: બારણું [barəɳũ] (porta); વહાણ [ʋəhaɳ] (navio).
Nomes de cidades e distritos.
Muitos nomes de líquidos. Ex: તેલ [t̪el] (óleo); જળ [ʤəɭ] (água); દૂધ [d̪ʊd̪ʱ] (leite).
Declinação
Os substantivos declinam em três casos: nominativo (nom.), oblíquo (obl.) e vocativo (voc.). Para os demais casos são usadas posposições. Abaixo estão as regras para formar as declinações a depender do caso, gênero, número e final da palavra. Em cada linha está um exemplo de palavra que segue cada tipo de transformação.
Masculino
Final
Singular
Plural
Tradução
(no singular)
Nom.
Obl.
Voc.
Nom.
Obl.
Voc.
ə inerente
દેવ [d̪eʋ]
દેવ
દેવ
દેવો [d̪eʋo]
દેવો
દેવો
Deus
i ou ɪ
મોચી [moʧi]
મોચી
મોચી
મોચીઓ [moʧio]
મોચીઓ
મોચીઓ
Sapateiro
a
રાજા [raʤa]
રાજા
રાજા
રાજાઓ [raʤao]
રાજાઓ
રાજાઓ
Rei
o
છોકરો [ʧʰokro]
છોકરો
છોકરો
છોકરા [ʧʰokra]
છોકરાઓ [ʧʰokrao]
છોકરાઓ
Menino
u ou ʊ
લાડુ [laɖu]
લાડુ
લાડુ
લાડુઓ [laɖuo]
લાડુઓ
લાડુઓ
Doce
Feminino
Final
Singular
Plural
Tradução
(no singular)
Nom.
Obl.
Voc.
Nom.
Obl.
Voc.
ə inerente
વાત [ʋat̪]
વાત
વાત
વાતો [ʋat̪o]
વાતો
વાતો
História; conto
i ou ɪ
નોકરી [nɔkri]
નોકરી
નોકરી
નોકરીઓ [nɔkrio]
નોકરીઓ
નોકરીઓ
Trabalho
e
હરડે [hərɖe]
હરડે
હરડે
હરડે
હરડે
હરડે
Cúrcuma
a
ચિતા [ʧɪt̪a]
ચિતા
ચિતા
ચિતાઓ [ʧɪt̪ao]
ચિતાઓ
ચિતાઓ
Pira
o
ઘો [gʱo]
ઘો
ઘો
ઘો
ઘો
ઘો
Iguana
u ou ʊ
સાસુ [sasu]
સાસુ
સાસુ
સાસુઓ [sasuo]
સાસુઓ
સાસુઓ
Sogra
Neutro
Final
Singular
Plural
Tradução
(no singular)
Nom.
Obl.
Voc.
Nom.
Obl.
Voc.
ə inerente
જંગલ [ʤəŋgəl]
જંગલ
જંગલ
જંગલો [ʤəŋgəlo]
જંગલો
જંગલો
Selva
i ou ɪ
પાણી [paɳi]
પાણી
પાણી
પાણી
પાણી
પાણી
Água
u ou ʊ
વરુ [ʋəru]
વરુ
વરુ
વરુઓ [ʋəruo]
વરુઓ
વરુઓ
Lobo
ũ
છોકરું [ʧʰokrũ]
છોકરા [ʧʰokra]
છોકરા
છોકરાં [ʧʰokrã]
છોકરાંઓ [ʧʰokrão]
છોકરાંઓ
Criança
õ/ɔ̃
મોં [mõ]
મોં
મોં
મોં
મોં
મોં
Rosto
Verbos
A forma base de um verbo é composta por uma raiz mais o sufixo sufixo વું [ʋũ] que indica o infinitivo. Quanto à voz, os verbos podem ser ativos, causativos ou passivos. As vozes causativa e passiva são derivadas da forma ativa a partir da adição de sufixos e, basicamente, as demais regras de transformação que se aplicam à voz ativa também aplicam às outras duas vozes.
Existem três tempos verbais: passado, presente e futuro; seis modos: infinitivo, indicativo, imperativo, particípio, condicional e inceptivo; e dois aspectos: perfeito e imperfeito (contínuo). A combinação de modo, tempo e aspecto resulta em um grande número de formas verbais.
As formas verbais simples flexionam em presente, passado e futuro em todos os gêneros e números. Já as formas complexas são baseadas em dois parâmetros: particípios e auxiliares. O particípio provê a forma base as quais são adicionados os sufixos dos auxiliares resultando num grande número de formas modais e aspectuais.[44]
Modo Indicativo
Os tempos verbais simples são expressados com a adição de sufixos ao radical. Abaixo está um exemplo de conjugação nos três tempos no indicativo.
Verbo પડવું (cair)
Passado
Presente
Futuro
Pessoa
Singular
Plural
Singular
Plural
Singular
Plural
1ª
pəɖjo
pəɖja
pəɖũ
pəɖie
pəɖiʃ
pəɖiʃũ
2ª
pəɖi
pəɖi
pəɖe
pəɖo
pəɖʃe
pəɖʃo
3ª
pəɖjũ
pəɖjã
pəɖe
pəɖe
pəɖʃe
pəɖʃe
Particípio
Particípio passado: é formado com a adição do sufixo [j] mais uma vogal que expressa gênero e número, com exceção se a vogal for [i], nessas condições, [j] é suprimido.
Particípio presente: tem como sufixo base [t̪] mais as vogais que expressam gênero e número.
Particípio do passado remoto: o passado remoto reforça a ideia de conclusão total da ação. A base do sufixo de seu particípio é [el]. A regra de adição de vogais para expressar o gênero e número é a mesma que a dos outros particípios.
Verbo લખવું [ləkʰəʋũ] (escrever) no particípio
Particípio Passado
Particípio Presente
Particípio Remoto
Singular
Plural
Singular
Plural
Singular
Plural
Masculino
ləkʰjo
ləkʰja
ləkʰt̪o
ləkʰt̪a
ləkʰelo
ləkʰela
Feminino
ləkʰi
ləkʰi
ləkʰt̪i
ləkʰt̪i
ləkʰeli
ləkʰeli
Neutro
ləkʰjũ
ləkʰjã
ləkʰt̪ũ
ləkʰt̪ã
ləkʰelũ
ləkʰelã
Verbos Auxiliares
Os verbos છે [ʧʰe] (ser) e હોવું [hoʋũ] (tornar-se) são verbos auxiliares do particípio. O verbo [ʧʰe] é defectivo, só se conjugando no presente, e é usado para marcar o aspecto imperfeito (contínuo). [hoʋũ] é usado para introduzir as formas perfeitas e imperfeitas em todos os tempos. Vale ressaltar que [hoʋũ] flexiona em pessoa e número no presente e no futuro e em gênero e número no passado. A combinação dos auxiliares com os particípios originam padrões verbais complexos.
Conjugação de છે no presente
Pessoa
Singular
Plural
1ª
ʧʰũ
ʧʰie
2ª
ʧʰe
ʧʰo
3ª
ʧʰe
ʧʰe
Conjugação de હોવું
Gênero
Passado
Pessoa
Presente
Futuro
Sg.
Pl.
Sg.
Pl.
Sg.
Pl.
Masculino
hət̪o
hət̪a
1ª
hoũ
hoie
hoiʃ
hoiʃũ
Feminino
hət̪i
hət̪i
2ª
hoj
ho
həʃe
həʃo
Neutro
hət̪ũ
hət̪ã
3ª
hoj
hoj
həʃe
həʃe
Formas Complexas
As formas verbais complexas são derivadas das combinações de auxiliares com os particípios. Elas adicionam aspecto aos verbos.
Presente Contínuo: presente do verbo + conjugação do verbo છે.
Ex: પડું (cair+pres.+1ªSg.) છું (ser+pres.+1ªSg.) → Eu estou caindo.
Presente Perfeito: particípio passado + conjugação do verbo છે. Se numa frase o verbo for intransitivo, a concordância de número e gênero será com o sujeito, e se o verbo for transitivo, a concordância será com o objeto.
Habitual: indica ações habituais recorrentes. Presente de હોવું + છે.
Ex: મગન (Magan) દરરોજ (todos os dias) બાર (12) વાગે (horas) ઘરે (casa+oblíquo) હોય (tornar-se+pres.) છે (ser+pres.).
Imperativo
Existem duas formas de imperativo, uma que neutra (não marca tempo) e uma futura. As duas são usadas para fazer pedidos além de lançar bênçãos ou maldições. Na forma neutra, a forma singular nada mais é que a raiz do verbo e a forma plural é a raiz mais [o]. Ex: લખ (escreva); લખો (escrevam).
A forma imperativa futura é marcada pelos sufixos [je] no singular e [jo] no plural. No caso de bençãos e maldições, a forma sempre é usada no plural.
Assim como todas as outras línguas indo-arianas, a ordem geral dos termos é sujeito-objeto-verbo. Dependendo da natureza do verbo, existem os seguintes subtipos:
Sujeito + Atributo Copular + Cópula.
Ex: લીના (Lina) સુંદર (bonita) છે (ser+pres.) [lina sũd̪ər ʧʰe] → Lina é bonita.
Sujeito + Verbo Intransitivo.
Ex: રામ (Ram) ઘરમાં (casa+locativo) ગયો (ir+passado) → Ram foi para casa.
Sujeito + Objeto Direto + Verbo Transitivo.
Ex: મીતાએ (Mita+ergativo) ફળ (fruta) ખાધું (comer+passado) → Mita comeu a fruta.
Sujeito + Objeto Indireto + Verbo Transitivo.
Ex: મીતાએ (Mita+erg.) મગનને (Magan+dativo) કહ્યું (contar+pass.) → Mita contou para Magan.
Vocabulário
Influência Portuguesa
Durante o século XV, a língua portuguesa funcionou por muito tempo como lingua franca de comércio entre os europeus e as populações do subcontinente indiano. A presença lusitana influenciou a criação de novas palavras relacionadas aos produtos e à cultura europeia em diversas línguas indianas, e dentre elas, o guzerate.[45][46]
↑«guzerate». infopédia. Consultado em 8 de julho de 2015
↑Paulo, Correia (Verão de 2020). «Toponímia da Índia — breve análise»(PDF). Bruxelas: a folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 4. ISSN1830-7809. Consultado em 8 de outubro de 2020