A sede tem uma temperatura média anual de 21 °C e, na vegetação do município, predomina a mata atlântica. Em relação à frota automobilística, em 2012 foram contabilizados 16 575 veículos.[8] O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município é de 0,726, classificado como alto.[5]
Leopoldina conta com atrativos culturais, naturais e arquitetônicos, como a Catedral de São Sebastião, o Museu Espaço dos Anjos, o Museu da Eletricidade, o reservatório da Usina Maurício, o Morro do Cruzeiro, etc. Um dos principais eventos que acontecem no município são a Exposição Agropecuária e Industrial, a Feira da Paz e o tradicional Festival de Viola e Gastronomia de Piacatuba.[12]
Etimologia
O topônimo é uma homenagem à segunda filha do Imperador D. Pedro II, a princesa Leopoldina de Bragança e Bourbon.[2] A adoção do nome ocorreu a partir de sua emancipação política do município de Mar de Espanha, no ano de 1854. Antes disso, a localidade era um distrito denominado São Sebastião do Feijão Cru,[9] em referência tanto ao padroeiro da localidade como ao ribeirão que a atravessa.
Em 1813, foram doadas as primeiras sesmarias no território do atual município, que à época pertencia ao termo de Barbacena,[15]Comarca do Rio das Mortes. No entanto, as mais antigas referências de moradores datam de 1824.[16] Os primeiros desbravadores fixaram-se com suas famílias às margens do Ribeirão Feijão Cru, onde um pouso de tropeiros começou a se desenvolver próximo a uma pequena capela de pau a pique erguida em 1831, dedicada a São Sebastião, pelos fazendeiros Francisco Pinheiro de Lacerda e Joaquim Ferreira Brito.[16][17]
Até a chegada dos primeiros sesmeiros, a região era habitada por indígenas puris. Essas populações foram encarregados de alguns serviços como, por exemplo, derrubar a mata e colher a poaia, pelos quais eram pagos com cachaça. Parte considerável da população puri foi dizimada pelas doenças trazidas pelos invasores, como o sarampo, a outra parte acabou sendo expulsa, e teve que se retirarem para a província do Espírito Santo,[18] de forma que, em 1865, praticamente já não se encontravam indígenas na região.[19]
Em 1831 foi criado o distrito de São Sebastião do Feijão Cru, pertencente ao município de São Manuel do Pomba, atual Rio Pomba. O distrito foi transferido em 1851 para o município de Mar de Espanha, do qual se emancipou pela lei provincial n° 666 de 27 de abril de 1854, que criou o município de Vila Leopoldina.[16] A mesma lei transferiu para Leopoldina alguns distritos desmembrados do município do Presídio, atual Visconde do Rio Branco.[20] Por essa época, o território do município abrigava uma população de 23.000 habitantes.[21]
A formação da vila começou em torno da Praça do Rosário, a partir da qual saíam as ruas do Rosário (atual Rua Tiradentes), Direita (atual Rua Gabriel Magalhães) e Riachuelo (atual Rua Joaquim Ferreira Brito), constituindo os logradouros mais antigos da cidade.[22]
O ciclo do café
A cafeicultura desenvolvida na província do Rio de Janeiro atravessou o rio Paraíba do Sul e avançou na Zona da Mata pelos vales dos rios Paraibuna, Pirapetinga e Pomba, desencadeando rápido crescimento da região na segunda metade do século XIX. A Vila Leopoldina foi elevada à categoria de cidade pela lei provincial n° 1116, de 16 de outubro de 1861.[23] Nessa época, já havia na cidade ensino de Latim e de Francês. Em 1872, Leopoldina passou a ser sede de comarca, pela lei provincial n° 1867.[15]
O município também foi beneficiado pela construção da Estrada de Ferro Leopoldina, cujos trilhos alcançaram a cidade em 1877. Pela ferrovia, realizava-se o comércio com o Rio de Janeiro, capital do Império. Em 1879, fundou-se o primeiro jornal do município, denominado Leopoldinense. Em abril de 1881, Leopoldina recebeu a visita do Imperador D. Pedro II.[15]
Em 1883, o município chegou a apresentar a segunda maior população de escravos da província de Minas Gerais, atrás apenas de Juiz de Fora.[15] Entre a última década do século XIX e a primeira do século XX, imigrantes europeus chegaram a Leopoldina para o trabalho na lavoura de café. Na cidade, funcionou uma hospedaria de imigrantes até 1898. Em 1910, foi criada, no distrito de Tebas, a Colônia Constança[24] para imigrantes, principalmente italianos.
Em 2 de setembro de 1906, no distrito de Piacatuba, foi lançada a pedra fundamental da Usina Maurício, a primeira usina hidrelétrica construída na região, para aproveitar o potencial hidráulico da Cachoeira da Fumaça, no rio Novo. Dois anos depois, em 16 de julho de 1908, registrou-se a chegada da energia elétrica à cidade.[25] Também em 1906 foi fundado o Ginásio Leopoldinense, que a partir de 1912 passou a oferecer ensino técnico pela Escola Agrícola e ensino superior na Escola de Farmácia e Odontologia.[26] Entre 1911 e 1912, foram fundados na cidade o Banco Ribeiro Junqueira e a companhia construtora Zonna da Matta.[27][28] A crise do café no início do século XX, entretanto, provocou sérios abalos na economia da Zona da Mata e do município, que passou a se apoiar na pecuária leiteira e também no cultivo de arroz.
Emancipado de Mar de Espanha em 1854, o município foi instalado em 20 de janeiro de 1855 abrangendo nove distritos: Leopoldina (sede), Capivara, Conceição da Boa Vista, Laranjal, Madre de Deus do Angu, Nossa Senhora da Piedade, Bom Jesus do Rio Pardo, Santa Rita do Meia Pataca e São José do Paraíba. Desde então, novos distritos foram criados e outros foram emancipados para constituir os municípios de Cataguases, Além Paraíba e Recreio.[16] O último desmembramento ocorreu pela lei estadual n° 2764 de 1962, que emancipou o distrito de Rio Pardo para criar o município de Argirita.[11] Atualmente, o município é formado por seis distritos: Leopoldina, Abaíba, Piacatuba, Providência, Ribeiro Junqueira e Tebas.[9]
Cerca de 80% do município apresenta topografia que varia de ondulada a montanhosa e apenas 20% classificado como plano. A altitude da sede municipal é de 225 m. O Alto de Santa Úrsula, ponto culminante do município, possui altitude de 712 m.[2]
O clima de Leopoldina é do tipo tropical (tipo Aw segundo Köppen),[30] com temperatura média anual em torno de 21 °C, invernos secos e amenos e verões chuvosos com temperaturas moderadamente altas. Os meses mais quentes são janeiro, fevereiro e março, com temperatura máxima média de 29 °C, havendo registros de 35 °C de temperatura máxima em fevereiro de 2003.[31] O mês de julho é o mais frio, com temperatura mínima média de 12 °C, havendo registros de 9 °C de temperatura mínima em julho de 2003.[32]
A precipitação média anual é de 1.307 mm. As maiores precipitações são registradas no período de outubro a março, sendo os meses de inverno marcados pela estiagem. Na média, julho é o mês mais seco, quando ocorrem apenas 14,2 mm, e dezembro o mês mais chuvoso, cuja média fica em 277,1 mm.[33]
O maior acumulado de chuva em menos de 24 horas foi de 158 mm registrados em 18 de janeiro de 1991[34] e em 20 de janeiro de 2000.[35] Outros grandes acumulados de chuva registrados no município foram de 147 mm em 14 de janeiro de 1994[36] e em 20 de novembro de 1972,[37] 142 mm em 13 de novembro de 1976[38] e 139 mm em 21 de dezembro de 1989.[39]
Vegetação e uso do solo
A vegetação nativa do município é a Floresta estacional semidecidual, pertencente ao bioma Mata Atlântica, o qual foi severamente desmatado. Atualmente, a floresta estacional ocupa uma área de 7144 hectares no município. A maior parte do território de Leopoldina é hoje coberta por campos e pastagens, os quais ocupam 79.308 hectares. O município apresenta duas unidades de conservação ambiental: o Parque Municipal Antônio Andrade Ribeiro, com área de 31,93 hectares, e a Reserva Biológica da Lapinha, de 368 hectares.[40]
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Leopoldina é considerado médio pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Seu valor é de 0,778, sendo o 122° maior de todo estado de Minas Gerais (em 853), o 487° de toda a Região Sudeste do Brasil (em 1666 municípios) e o 1098° de todo o Brasil (entre 5 507 municípios). Considerando apenas a educação (IDHM-E), o valor do índice é de 0,854, enquanto o do Brasil é 0,849. O índice da longevidade (IDHM-L) é de 0,789 (o brasileiro é 0,638) e o de renda é de 0,691 (o do Brasil é 0,723).[44] A renda per capita é de 8 994,55 reais, a taxa de alfabetização adulta é 89,56% e a expectativa de vida é de 72,35 anos. Segundo o IBGE, o coeficiente de Gini, que mede a desigualdade social é de 0,45, sendo que 1,00 é o pior número e 0,00 é o melhor. A incidência da pobreza, medida pelo IBGE, é de 30,46%, o limite inferior da incidência de pobreza é de 22,02%, o superior é de 38,90% e a incidência da pobreza subjetiva é de 26,38%.[45]
Política
A administração do município se dá pelo Poder Executivo e pelo Poder Legislativo. O primeiro representante do poder executivo e prefeito do município foi Francisco Andrade Bastos, cujo mandato durou de 1937 a 1945. Em vinte mandatos, treze prefeitos passaram pela prefeitura de Leopoldina.[46] O atual prefeito de Leopoldina é Pedro Augusto Junqueira Ferraz (PL), eleito com 31,30% dos votos válidos (8.926 votos). O poder legislativo é constituído pela Câmara, composta por 15 vereadores eleitos para mandatos de quatro anos.[47] Leopoldina é ainda a sede de uma Comarca,[48] cujo território abrange também os municípios de Recreio e Argirita.[49]
Segundo dados de 2011 do IBGE, o município possuía R$ 602 572 mil no seu Produto Interno Bruto. Desse total, R$ 52 206 mil são de impostos sobre produtos líquidos de subsídios.[54]
Leopoldina tem o setor de serviços e a indústria como principais atividades econômicas, os quais representam, respectivamente, 65% e 17% do PIB do município. Na indústria, destacam-se a fabricação de têxteis, artigos de vestuário, alimentos e bebidas, produtos de metal, artigos de borracha e plástico e minerais não-metálicos. Atualmente, desenvolve-se no município o turismo ligado à natureza.
Os principais órgãos de imprensa da cidade são os jornais, Leopoldinense Online, O Vigilante Online, Revista Hora H, Rádio-Jornal AM, Rádio 104 FM, Rádio Luz FM (comunitária).
Leopoldina possui 46 estabelecimentos de saúde, dos quais 19 são públicos. Ao todo, o município dispõe de 243 leitos para internação.[54]
A frota do município em 2012 totalizava 16 575 veículos, sendo 9 901 automóveis, 663 caminhões, 262 caminhões-tratores, 1 060 caminhonetes, 3 493 motocicletas, 85 ônibus, 67 micro-ônibus e 1 044 de outros tipos.[8]
Educação
O município conta com trinta instituições de ensino fundamental, das quais vinte e quatro são públicas; nove instituições de ensino médio (seis públicas) e quatro de ensino superior - UEMG (pública), CEFET (pública), UNIPAC (particular) e DOCTUM (particular).
No distrito de Piacatuba, encontra-se instalado o Museu da Eletricidade, próximo à Usina Maurício (1809). A cidade também possui bibliotecas, conservatório de música e associações culturais.
Feira da Paz/Feirarp: Festa anual com comércio de artesanato, shows e eventos culturais que acontece no mês de setembro. No círculo central do Parque de Exposições são montadas várias barracas de diversos países, onde são servidas comidas e bebidas típicas.
Exposição Agropecuária e Industrial: Tradicional evento da cidade, realizado no mês de julho.
Festival de Viola e Gastronomia de Piacatuba:No distrito de Piacatuba acontece em meados de julho/agosto, o conceituado Festival de Viola e Gastronomia, com visitação abrangente e um público memorável.
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