A Liga dos Campeões da CAF (em inglês: CAF Champions League) é uma competição anual de clubes de futebol a nível continental, organizada pela Confederação Africana de Futebol (CAF) e disputada por clubes africanos, sendo a competição de clubes mais prestigiada no futebol desse continente, disputada pelas equipas mais bem classificadas nos respectivos campeonato nacionais na época anterior.
O torneio teve início em 1964, com o nome de Copa Africana dos Campeões, até o ano de 1997, quando o nome do torneio foi modificado, passou a se chamar Liga dos Campeões da África, também foi feito um novo regulamento, com o objetivo de juntar as 42 equipes vencedoras dos campeonatos nacionais de clubes para que disputem o maior troféu do futebol na África.
A reunião da CAF realizada no Cairo, Egito, entre 4 e 5 de julho de 1996, tinha por objetivo realizar um campeonato inter-africano mais eficaz e interessante, com a participação dos clubes campeões. Assim começou oficialmente a Liga dos Campeões da CAF em 1997.
História
Década de 1970
O Hafia FC da Guiné foi o primeiro clube a vencer a competição por três vezes, quando dominaram o futebol africano nós anos de 1970, vencendo a Liga dos Campeões da CAF por três vezes, em 1972, 1975 e 1977, e dois vices em 1976 e 1978 com grandes jogadores como Chérif Souleymane,[1] e Papa Camara.[2] Recebeu o direito de levar o troféu para casa definitivamente, a CAF iniciou-se um novo troféu em diante.
Times camaroneses venceram a Copa dos Campeões em quatro oportunidades, Canon, campeão em 1971, 1978 e 1980 com grandes jogadores como o goleiro Thomas N'Kono, com passagens pelo futebol europeu (Espanyol), e Jean Manga Onguéné, eleito o melhor jogador africano em 1980; Union Doula, campeão em 1979.
O Mazembe, após 40 anos de jejum, fez história no continente africano ao ser bicampeão da Champions em 2009 e 2010, jogando os mundiais de clubes, sendo o primeiro time de fora da Europa e América do Sul a disputar a final do Mundial de Clubes da FIFA de 2010.
O Apartheid deixou a África do Sul fora de competições internacionais durante mais de 30 anos entre 1961 e 1992.[3] Em 1993, a África do Sul pela primeira vez na história entra com participantes nas competições da CAF, o Kaizer Chiefs foi o primeiro clube sul-africano a jogar na Liga dos Campeões da CAF.
Em 2008 o Estádio Internacional do Cairo, recebeu a sua 13° final em sua história, muitas histórias para contar.
Anos 1980, domínio egípcio
Com grandes atuações de Jean Manga Onguéné, eleito o melhor jogador africano do ano 1980, Canon Yaoundé é tricampeão.
JS Kabylie se torna campeão pela primeira vez em 1981, o primeiro título para o futebol argelino.
Mahmoud El Khatib marca 3 vezes nas finais. Em 1982, Al Ahly é campeã pela primeira vez da África. Voltando a se sagrar campeão em 1987.
Em 1983 o Asante Kotoko chega em sua sexta final, Opoku Nti marca o único gol das finais, dando o troco no Al Ahly, campeã anterior em cima do Asante Kotoko, El Khatib seria eleito o melhor jogador africano do ano, Opoku Mto em segundo.
Seguindo os paços de seu maior rival, Zamalek conquista seu primeiro troféu 1984. Imbalado, o clube volta as semifinais em 1985, mas cai nos pênaltis para o clube FAR Rabat, que seria campeão pela primeira vez da África, com Mohamed Timoumi eleito o melhor jogador africano do ano, sendo o último jogador a ganhar esse prêmio enquanto jogava futebol em um país africano.
Em 1986, Zamalek é bicampeã nós pênaltis em cima do Africa Sports.
Após cair nas oitavas em sua primeira participação na competição em 1987 para o Canon Yaoundé, ES Sétif chega em sua primeira final em 1988 ao eliminar os atuais campeões Al Ahly nas semifinais, nas finais e Campeões.
Wydad x Espérance mais uma vez se enfrentaram em uma final de Champions, Espérance de Tunes levou a melhor mais uma vez, após 1-1 em Casablanca, no jogo de volta ganhando por 1-0, no minuto 59 da partida Walid El Karti marcou o gol para o Wydad Casablanca o qual foi posteriormente anulado devido a marcação de impedimento pelo bandeirinha. Devido uma falha no árbitro assistente de vídeo (VAR) a revisão do lance não pode ser realizada. Acreditando que o gol foi válido o Wydad Casablanca protestou da decisão e a partida foi interrompida. Após 80 minutos de paralisação o Wydad Casablanca foi considerado como desistente da partida o que definiu a vitória do Espérance de Tunis e consenquentemente assegurando o título da competição. Entretanto a CAF decidiu em 5 de junho de 2019 que a partida de volta deva ser disputada novamente em uma sede fora da Tunísia e o Espérance de Tunis deverá devolver as medalhas e o troféu da competição. Entretanto a decisão de se disputar uma segunda partida de volta foi revogada pelo Tribunal Arbitral do Esporte em 31 de julho de 2019. Também foi requerido que a CAF tomasse uma decisão seguindo as suas próprias estruturas disciplinares. E em 7 de agosto de 2019 o Espérance de Tunis foi declarado oficialmente campeão após o Comitê Disciplinar da CAF confirmar que o Wydad Casablanca foi considerado o perdedor da partida.
Dérbi do Cairo em uma final de Champions da Africa
Pela primeira vez, clubes do mesmo país se enfrentaram numa final de Liga dos Campeões da CAF, uma das maiores rivalidades desportivas do mundo, Al Ahly venceu por 2-1 o Zamalek, com gols de Amr El Solia (Al Ahly) e Mohamed Magdy e Shikabala (Zamalek), no Estádio Internacional do Cairo.
Troféu da competição
O primeiro troféu levou o nome de Kwame Nkrumah, que acabou sendo mantido pela equipe do Hafia FC em 1977, o primeiro clube a ganhar três vezes. Foi substituído por um troféu doado pelo ditador da Guiné, Ahmed Sékou Touré, que foi reivindicado pelo Zamalek em 1993, após a sua terceira vitória na competição.
↑Ao final da prorrogação do jogo de volta, o árbitro decidiu que o título seria sorteado entre os finalistas, mas o secretário geral da CAF decidiu que uma terceira partida iria ser disputada. A decisão foi marcada para o dia 27 de dezembro, em Yaoundé, Camarões, porem o Asante Kotoko não compareceu (aparentemente por não ter sido informado da partida pela Federação Ganesa), e o TP Mazembe foi declarado campeão.
↑Na edição de 1971, as partidas disputadas na final consideravam apenas os saldos de pontos por vitória, empate e derrota, não considerando o saldo de gols das partidas. Como ambas equipes venceram um confronto cada, estavam empatadas no saldo de pontos e um terceiro jogo foi marcado. A partida final foi abandonada com o Canon Yaoundé vencendo por 1 a 0 devido a problemas com a torcida. O Canon Yaoundé foi declarado campeão.
↑O Al-Ahly foi obrigado a retirar-se das semifinais devido à situação política no Egito após o assassinato de Anwar Sadat.