A mira telescópica (inglês: telescopic sight), ou luneta, é um instrumento óptico, parecido com um pequeno monóculo, utilizado em armas de fogo. Sua principal utilização é para tiros a longa distância. Algumas dessas miras vêm acompanhadas de lasers e lanternas e/ou possuem visão noturna.[1][2]
Nos formatos mais populares, as miras telescópicas são encontradas com numerações como "4×20" ou "6×32". Estes números têm o seguinte significado:
O número antes do "×" indica a magnitude (zoom).
O número após o "×" indica o diâmetro da objetiva (lente que primeiro recebe a luz).
Pode acontecer de existirem dois números antes do "×", como por exemplo "3-9×32". Neste caso, significa que o "zoom" vai de 3 a 9 vezes para um diâmetro de objetiva de 32 mm.
Histórico
A primeira mira telescópica documentada foi inventada entre 1835 e 1840. Em um livro intitulado "The Improved American Rifle", escrito em 1844, o engenheiro civil John R. Chapman documentou as primeiras miras telescópicas feitas por Morgan James de Utica, Nova York. Chapman deu a James os conceitos e parte do design, após o que eles produziram a "mira Chapman-James". Em 1855, William Malcolm, de Syracuse, NY, começou a produzir sua própria mira. Malcolm usou um design original incorporando lentes acromáticas, como as usadas em telescópios, e melhorou os ajustes de vento e elevação. Eles tinham ampliação entre três e vinte vezes (possivelmente mais). As miras deMalcolm e as fabricadas por L. M. Amidon de Vermont foram o padrão durante a Guerra Civil.[3][4]
Uma mira telescópica prática baseada em telescópio refrator foi construída em 1880 por August Fiedler (Stronsdorf, Áustria), comissário florestal do príncipe Reuss.[5] Posteriormente, miras telescópicas com "alívio para os olhos" (distância entre o olho e a lente) extra longo tornaram-se disponíveis para uso em pistolas e rifles. Um exemplo histórico de mira telescópica com um longo alívio para os olhos é a ZF41 alemã, usada durante a Segunda Guerra Mundial em rifles Karabiner 98k.
Carl Zeiss produziu a primeira mira telescópica para ser utilizada em rifles no começo do século passado.
A construção de lentes ópticas exige cálculos matemáticos, maquinas de precisão e tolerância mínimas, aliados ao uso de componentes de alta qualidade.
Lentes de diâmetro grandes são utilizadas para compensar a perda de luz. Em 1935 o Prof. A. Smakula, na fábrica da Zeiss,na Alemanha, desenvolveu um processo que permite a redução de reflexos na superfície da lente. Tal processo possibilitou um aumento da passagem de luz nos binóculos, telescópios e miras telescópicas da ordem de 80%. Em 1940 foi descoberto que, com a aplicação (coating) de uma fina camada de Fluorito de Magnésio, ocorre a redução de reflexão de 1% a 1,5% na superfície. Mais recentemente, avanços na aplicação de várias camadas possibilitam baixar a reflexão até 0,25%. Atualmente, os melhores instrumentos ópticos permitem a passagem de 95% da luz. Entretanto, ainda não se conseguiu a passagem de 100% da luz.
Características
Existem no mercado mundial vários fabricantes de mira telescópica, mas possuem duas medida padrão para o diâmetro do tubo: