A princípio houve dúvidas se a cidade sediaria novamente o concurso. As cidades de Miami, Miami Beach e o condado de Dade anunciaram não ter fundos suficientes para organizarem a competição. Após longa negociação com a organização do Miss Universo, as autoridades admitiram que a exposição da cidade com o evento, visto então por mais de 60 milhões de pessoas nos EUA e ao redor do mundo, não tinha preço e acabaram confirmando o evento, que foi um dos melhores e mais bem organizados da década.[1]
Esta também foi a última vez em que o Miss USA e o Miss Universo foram realizados simultaneamente no mesmo local. A partir de 1965, seriam eventos diferentes realizados em datas e cidades diferentes. Foi também criado um concurso infantil paralelo, o Little Miss Universe, com candidatas mirins de vários países. Aída Vargas, a irmã mais nova da Miss Universo reinante, Ieda Maria Vargas, do Brasil, concorreu e foi eleita "Miss Hospitalidade".[1]
A fórmula de classificação do concurso também passou a ser igual a como é atualmente, em quatro etapas: Top 15, Top 10, Top 5 e a escolha da vencedora entre estas.
Evento
Logo de início, as duas principais favoritas ao título eram duas misses vindas da bacia do Mediterrâneo, a grega Corinna Tsopei e a Miss Israel Ronit Rechtman. Todas as previsões eram de que uma das duas levaria a coroa para casa. As outras favoritas eram Miss Suécia, Alemanha, Espanha e Holanda, da Europa, junto com as latinas da Argentina, Colômbia,Venezuela, Uruguai e a brasileira Ângela Vasconcelos, que, fluente em cinco línguas, atuou como intérprete de várias misses entre elas mesmas e junto à imprensa.[1]
Um fato marcante da edição ocorreu com a Miss Nigéria, Edna Park a segunda negra a competir no Miss Universo. Considerada uma rainha da beleza em seu país e acreditando que tinha ido a Miami para vencer, Park ficou inconformada em não ser classificada entre o Top 15, teve um ataque histérico e um colapso nos bastidores, chorou incontrolavelmente por mais de 30 minutos e precisou ser retirada carregada do local para ser levada a um hospital.[2] A Miss Escócia, Doreen Swan, fugiu do hotel com seu namorado no dia 13 de julho por considerar o concurso uma "prisão" e foi substituída por Wendy Barrie, que representaria o país no Miss International, em Long Beach, na Califórnia.[1]
Quatro Misses Universo anteriores foram convidadas de honra desta edição: Gladys Zender (1957), Luz Marina Zuluaga (1958), Akiko Kojima (1959) e Norma Nolan (1962). Zuluaga foi a única jurada mulher entre os nove componente do júri.
A inclusão de Bolívia, Taiwan e Paraguai entre o Top 15 foi uma surpresa geral. No próximo corte, as dez finalistas não tiveram a presença da Miss USA, da elegante Miss Venezuela Mercedes Revenga e da cerebral Miss Brasil, que além de intérprete de todas, era formada em Filosofia e História da Arte e tinha vivido na Alemanha. Das cinco eliminadas, quatro eram da América do Sul.[1]
As cinco finalistas foram Grécia, Israel, Inglaterra, Taiwan e Suécia. Corinna Tsopei foi coroada Miss Universo na noite de 1 de agosto, aos 19 anos, a primeira grega a ser eleita na história do concurso. No livro The World of Miss Universe, a autora Anamaria Cumba menciona que ela teve um pulmão removido anteriormente, o que nunca a impediu, com cuidados especiais, de realizar suas atividades durante o reinado. Poucos meses antes do concurso, Corinna foi abordada por uma cartomante em Atenas que leu a palma de sua mão e previu: "Você será escolhida como a mais bela mulher do mundo". O fato foi tornado público depois de sua vitória no Miss Universo – e confirmado por Corinna – por um jornalista americano do Kansas que estava presente em Atenas na ocasião.[1]