Com um total de 89 candidatas, esta foi a segunda edição com o maior número de participantes na história do concurso,igualada apenas pela edição seguinte em Las Vegas e somente ultrapassada pela edição edição de 2017 com 93 candidatas. Foi também a primeira vez que uma candidata foi escolhida como semifinalista através do voto popular, através da Internet.
Escolha da cidade-sede
Ao contrário de edições anteriores recentes, a Miss Universe Organization fez o processo de escolha da sede do evento com bastante antecedência, com o anúncio de São Paulo como sede do Miss Universo 2011 feito pessoalmente por Donald Trump em dezembro de 2010, em Nova York, com a data oficial da noite final televisionada como 12 de setembro do ano seguinte.[4] Com o anúncio oficial, esta foi a data mais tardia já adotada em toda a história do concurso de beleza. Até então, as edições mais tardias tinham sido as de 1964 (1º de agosto),[5]2009 e 2010 (ambas realizadas em 23 de agosto).[6][7] Foi a primeira vez que o concurso foi realizado no mês de setembro.
No meio tempo entre a apresentação da candidatura e a escolha da cidade-sede, a organização brasileira do concurso precisou contar com apoio logístico da Prefeitura de São Paulo.[8] Esta edição foi a primeira vez na história,um concurso fora dos Estados Unidos,foi totalmente bancado pela iniciativa privada Assim, a Band conseguiu atingir todas as demandas da MUO. Responsável pela logística, a Band formou uma empresa de promoção de eventos, a Enter-Entertainment Experience, para cuidar do processo de preparação da capital paulista para as atividades principais e das cidades de Santos e Ilhabela para a realização de atividades secundárias .Além disso,a partir desta edição a emissora seria a dona da licença brasileira para o evento até 2015. Assim, o concurso passou a se chamar Miss Universo Brasil.[9][10]
Evento
Realizado pela primeira vez no Brasil, o evento começou com uma grande homenagem ao Brasil com todos os clichês do país no palco do Credicard Hall. Um grande documentário foi exibido, mostrando as belezas naturais, costumes e pontos turísticos de São Paulo e do país para todo mundo. Artistas brasileiros como Claudia Leite e Bebel Gilberto também se apresentaram.Em um evento esvaziado,uma falta se notou: no aniversário da 60ª edição do concurso, nenhuma Miss Universo anterior foi convidada a comparecer, nem mesmo as duas brasileiras, Ieda Maria Vargas e Martha Vasconcellos, para participarem da coroação da vencedora.[11]
O Top 16 foi formado por Austrália, Costa Rica, EUA, Ucrânia, China, Filipinas, Países Baixos, Angola, Kosovo, França, Panamá, Colômbia, Venezuela, Porto Rico, Brasil – envolvida em grandes polêmicas desde a sua coroação, e vaiada pelo próprio público durante as preliminares[12] – e Portugal, que foi a primeira Miss Internet da história. Para os analistas dos grande portais, a grande surpresa foi a eliminação da Miss Malásia e da Miss República Dominicana, ambas consideradas favoritas à coroa. Um momento constrangedor foi o desfile de traje de banho da Miss Estados Unidos, Alyssa Campanella que tinha uma figura quase anoréxica e perturbadora,[11] o agora improvável Top 10 ter contou com Austrália, Ucrânia, Angola, Brasil, França, China, Filipinas, Portugal, Panamá e Costa Rica.[13] Pela primeira vez na história do concurso, todas as candidatas presentes do mundo lusófono haviam entrado no Top 10 do Miss Universo.[14]
A partir daí, o público começou a mostrar sua torcida e favoritismo pela Miss Angola, Leila Lopes, em todas as entradas da candidata em traje de noite, criando um enorme clima a seu favor no auditório. Um Top 5 improvável foi anunciado e composto por Miss Ucrânia, Miss China, Miss Filipinas, Miss Angola e Miss Brasil, a dona da casa e única representante das Américas. Ao final, a apresentadora Natalie Morales, filha de mãe brasileira e que em vários momentos apresentou o concurso em português, anunciou o resultado: China em 5º, Filipinas em 4º, Brasil em 3°, Ucrânia em 2º e Leila Lopes como a nova Miss Universo, a quarta da África, a quinta Miss Universo negra e a terceira a falar português, para grande aclamação do público presente.[14]
A vitória de Leila porém, mal o resultado foi anunciado, trouxa de volta o racismo ao concurso, com diversas mensagens na Internet em portais e blogs criticando a escolha e insultando a angolana.[15][16] A Miss França, Laury Thilleman, numa entrevista a um jornal francês também criticou Lopes a quem considerava reservada, sem carisma e sem fazer amigas durante o evento, e afirmou que a vitória de Leila surpreendeu a todas as outras candidatas e teria sido muito influenciada pelo fato dele ser no Brasil. A afirmação lhe valeu violentas críticas e acusações de ter uma visão colonialista europeia e falta de fairplay pelo jornal The Washington Post, que rebateu a afirmação do local do concurso ter influenciado o resultado com a pergunta óbvia: "se a questão era o concurso ser realizado no Brasil, porque então eles não elegeram a própria Miss Brasil?".[17]
Leila Lopes teve um grande reinado como porta-voz e relações públicas da Miss Universe Organization e suas causas sociais pelo mundo e quando entregou a coroa à sua sucessora, Olivia Culpo, em dezembro de 2012, tinha se tornado a miss com o mais longo período na função da história do concurso, 1 ano, três meses e uma semana.[18]
Alejandra Barillas, a Miss Guatemala 2010 eleita originalmente, foi novamente coroada Miss Guatemala 2011 em uma cerimônia especial. Esta foi a primeira vez na história do Miss Universo em que uma miss eleita em um ano foi reeleita no ano seguinte. Barillas era a representante original da Guatemala no Miss Universo 2010 mas devido a uma lesão em uma das pernas duas semanas antes de sua viagem para Las Vegas,teve que ser substituída por Jessica Scheel, a terceira colocada, que se tornou a segunda guatemalteca a conseguir se classificar entre as Top 10 na história do Miss Universo. Devido a problemas da organização do Miss Guatemala 2011, o concurso nacional foi adiado para outubro e assim,o franqueado local decidiu dar a Barillas, a vencedora de 2010, a oportunidade de representar o país no ano seguinte.[21] Uma situação semelhante aconteceria no concurso de 2015,quando duas candidatas que não puderam competir no Miss Universo 2013 foram novamente coroadas e foram enviadas ao concurso daquele ano.[22][23]
O empresário e apresentador brasileiro Álvaro Garnero deveria compor o júri das preliminares – aquele que selecionava as quinze semifinalistas. Ele faz o primeiro corte das candidatas junto com integrantes da Miss Universe Organization até chegar ao Top 15, nos dias anteriores à final do concurso – mas seu nome foi cortado após os organizadores descobrirem que ele mantivera contatos com os organizadores do concurso Miss China, o que é proibido pelas normas da MUO aos jurados preliminares.[24]
Esta foi a primeira vez nas 60 edições do concurso que todas as três candidatas do mundo lusófono – Brasil, Portugal e Angola – chegaram ao Top 16 e ao Top 10 , sendo que , Brasil e Angola passaram para o Top 5 e Portugal acabou entre as dez semifinalistas. do concurso.[14]
A Miss Brasil, Priscila Machado,foi extremamente criticada junto com a organização do Miss Brasil pelos fãs, coordenadores de concursos locais e analistas por ter posado seminua anteriormente contrariando as regras do concurso,Priscila foi vaiada por seu próprio público durante as preliminares do concurso, fato nunca acontecido num Miss Universo.[11][12]
Televisão
Nos Estados Unidos, a audiência média da transmissão pela NBC foi a pior[25] registrada na série histórica da Nielsen Ratings para o concurso, iniciada em 1974[26] para uma emissora de língua inglesa: 5,2 milhões de telespectadores, média de 1,6 ponto e share domiciliar de 4; isso correspondeu a uma queda de 16% em relação ao Miss Universo 2010, realizado em Las Vegas.
Já a transmissão da Telemundo em língua espanhola registrou cenário oposto, mostrando um crescimento de 16% em relação ao ano anterior (1,896 milhão de telespectadores contra 1,636 milhão registrado no Miss Universo 2010). Somadas as audiências de suas emissoras nos Estados Unidos e em Porto Rico, a transmissão do Miss Universo 2011 foi vista por 4 milhões de telespectadores.[27]
No Brasil, a transmissão pela Band registrou a melhor audiência média do concurso na emissora paulista desde 2003.[28] (8,2) e o segundo melhor pico (11 contra 13,5 do Miss Universo 2003). O share domiciliar foi de 13 pontos.[29]